quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Portugal 4 Malta 0 - Venham os play-offs!

Ontem tivemos o nosso segundo jogo frente à selecção maltesa nesta fase de apuramento, no final desta última. O primeiro jogo fora no ínicio do apuramento, há coisa de um ano e um mês. E nos dois jogos, a Selecção Portuguesa ganhou por 4-0. A diferença é que, quando se jogou no ano passado, estava apenas a começar a qualificação. Ontem a qualificação terminou, Portugal ficouem segundo lugar na tabela classificativa, com 19 pontos e lugar assegurado nos play-offs de acesso ao Mundial 2010.


A Selecção entrou muito bem no jogo, fazendo para aí cinco remates nos primeiros cinco minutos de jogo. Um dos principais rematadores foi Nani. Ele foi um dos homens do jogo, ao marcar o primeiro golo e assistir o terceiro, e fartando-se de disparar em direcção à baliza. Talvez tenha querido aproveitar o facto de Cristiano Ronaldo não ter jogado para mostrar o seu valor.

Este último, de resto, não chegou a ir assistir ao jogo ao vivo, mas enviou um fax aos companheiros:

"Desejava, do fundo do coração, lutar por Portugal convosco mas, como sabem, esta lesão não mo permite.

O vosso grande desafio desta noite é fazer uma grande exibição, para ficarmos mais perto do Mundial; o meu é recuperar o quanto antes para ajudar o meu clube e a Selecção a atingir os objectivos propostos.

Neste momento tenho que lutar pela minha recuperação, até porque acredito que é a melhor forma de ajudar a Selecção quando for necessário.

Quero também que saibam que o meu coração estará ao vosso lado a cada minuto do encontro e, como qualquer português, me sentirei orgulhoso do vosso esforço.

Um abraço para todos"

Foi querido. E tenho a certeza que ele vai recuperar a tempo dos play-offs. É muito raro ele lesionar-se e como ultimamente tem dado (mais) sinais de que quer ajudar a Selecção...

Mas voltando ao Nani, este marcou ao minuto treze, de fora da grande área, a perna descrevendo um movimento perfeito. Celebrou com o seu habitual mortal, uma lembrança dos tempos em que ele praticava capoeira no Real Sport Club, mais conhecido por Real Massamá, o clube desportivo da freguesia onde vivo. A velha Massamá City tem um representante na Selecção... Por acaso, depois de ele marcar o golo, lembrei-me daquele anúncio que passava na altura do Euro 2008, em que o Quaresma cantava:

"Aaaaah, lá vai o Nani
Vai marcar um golo,
Vai dar um mortal,
Lá vai o Nani"

Foi o que aconteceu ontem ao fim e ao cabo. Grande Nani!

O golo dele foi,de resto, o primeiro de quatro que deixaram os portgueses todos felizes, sobretudo os cerca de trinta mil que ontem foram ao Afonso Henriques assistir ao jogo. E mais uma vez, o décimo segundo jogador foi homem e mulher do encontro, sempre aos berros por Portugal. E a Selecção correspondeu ao carinho e apoio demonstrado, marcando mais três golos. Giro foi quando, já perto do fim do jogo, eles gritavam "Só mais um! Só mais um!" mas a bola não entrava na baliza dos malteses. Vendo que este grito não resultava, resolveram começar a cantar o hino nacional. Resultado: ainda não tinham chegado ao fim, já Edinho dera um toque na bola enfiando-a na baliza de Malta. Está mais que provado: o nosso hino é mágico, dá sorte. Da próxima vez que quiserem um golo, pessoal, não gritem "Só mais um!", está muito batido, cantem o hino!

Já não estava habituada a uma dupla jornada da Selecção com dupla vitória, muito menos com dupla goleada. É esta a Selecção que eu quero! Acho que, finalmente, estamos no caminho certo. Agora, na próxima Segunda-feira dia dezanove, temos o sorteio que nos vai dizer quem é que vamos defrontar o play-off. Muito se tem discutido qual é que seria o melhor adversário para nós, mas como eu conheço mal todos os potenciais candidatos não me posso pronunciar. Acho que nenhum deles é superior a nós mas, hoje em dia, isso já pouco ou nada significa.

Eu acredito na qualificação. Esta deve ser para aí a 452ª vez (ou a vez número 452, se vos der mais jeito) que o escrevo no blogue. É que eu nunca deixei de acreditar, ao contrário de muita gente, mas isso agora não interessa. Sei que vamos conseguir. Depois de termos ficado em quarto lugar em 2006, o Mundial não será a mesma coisa sem Portugal. Venham os play-offs! Nós conseguimos!

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Bruxos e "portas do céu"

É hoje que Portugal jogará com a Malta o último jogo desta tão atribulada fase de qualificação.


Contudo, as atribulações não ficam por aqui. O Real Madrid e a Selecção Nacional andam em rota de colisão desde Sábado à noite. O clube merengue já se mostrou indignado por Ronaldo ter jogado frente à Hungria, agravando a sua lesão. Agora, o mardeirense enfrenta cerca de 3 a 4 semanas de paragem, ficando de fora de vários jogos importantes da equipa madrilena e talvez dos play-offs, caso consolidemos hoje o segundo lugar da tabela classificativa. Chegaram mesmo a proibir o Cristiano de vir a Guimarães apoiar os colegas de Selecção, sob a desculpa, perdão, pretexto de que o melhor do Mundo precisa de repouso absoluto para recuperar da lesão. Carlos Queiroz, quando confrontado com isto, alegou não saber de nada. Das duas uma, ou está a fazer-se de desentendido, ou se calhar foram os media que inventaram esta proibição para acirrarem a luta. Não me admirava nada que esta segunda hipótese fosse verdadeira.


Eu até compreendo esta proibição, caso o Real tivesse mesmo proibido o Ronaldo de ir ver o jogo. Compreendo é como quem diz... eles estão preocupados com os resultados e com o dinheiro que vão perder com a ausência do Cristiano. Por outro lado, não sei se podem impedir o madeirense se ele quiser mesmo ir ver o jogo. Por amor de Deus, o tipo já é crescidinho (embora às vezes não pareça). Lá porque lhe pagam um ordenado absurdamente elevado, não podem amarrá-lo à cama, com dois seguranças à porta do quarto... acho eu. Não sei como é que este diferendo se resolveu, se é que se resolveu. É esperar pelo jogo e ver se o Cristiano anda por lá.


Ao menos há uma coisa boa no meio disto tudo. Depois desta novela ibérica toda, ninguém pode dizer que o Ronaldo liga mais ao clube do que à Selecção.


Entretanto, a coisa tem raiado os limites do bom senso, quando se mete ao barulho, o alegado bruxo Pepe que alegadamente terá utilizado um boneco de vudu para provocar uma lesão ao Cristiano, alegadamente segundo as instruções de uma ex-namorada, e o alegado bruxo de Fafe que pretende anular a magia negra do espanhol. Esta história até teria graça num episódio do Sobrenatural, da Quinta Dimensão, até talvez do House (alguém alegadamente usa magia para que um inimigo adoeça e o House leva o episódio todo a provar que não era magia nenhuma) mas na vida real é pura e simplesmente uma enorme estupidez. Como dizia hoje o João Gobern na Antena 1, custa a acreditar que jornais supostamente de prestigio vão nesta cantiga. Por amor de Deus!


E ainda assim, não é isto que mais me revolta. É que, alegadamente, o tal bruxo espanhol tencionava provocar ainda mais lesões ao Cristiano para arruinar a sua carreira. O madeirense nasceu praticamente com uma bola de futebol nas mãos, sonha em ser um jogador de primeira desde miúdo, foi sozinho para o continente aos onze anos, fartou-se de fazer horas extra nos campo de futebol e no ginásio para chegar onde está, nota-se à légua que ele gosta mesmo de jogar futebol e foi isso, mais do que o dinheiro, que o fez optar por esta carreira... Era preciso ser-se incrivelmente invejoso, mal formado, cruel para desejar acabar com o sonho de uma vida inteira, só para vingar uma derrota ou uma desilusão amorosa.

Entretanto, Souleymane Diawara, o defesa do Marselha que fez a entrada dura que lesionou o Cristiano, já afirmou que lamenta o que fez. Certamente não imaginava que uma falta pudesse provocar esta confusão toda...

Mas mudemos de assunto. O jogo de hoje é para ganhar. Isso mesmo tem sido repetido tanto pelos jogadores como pelo treinador. Carlos Queiroz diz que está confiante, bem como o resto da Selecção. Que estamos nos últimos 100m desta maratona que é a qualificação. Estou, por acaso, a lembrar-me de uma piada que li num comentário a um artigo na Internet, que dizia queteria dado jeito se Queiroz tivesse convocado Francis Obikwelu para estes últimos cem metros... Em todo o caso, se bem que um bocadinho nervosa, estou também confiante para este jogo. Nós somos capazes. Pode dar sorte o facto de irmos jogar no berço da Nação, no Estádio do Conquistador... Vamos dar uma lição àquela Malta!

domingo, 11 de outubro de 2009

Portugal 3 Hungria 0 - Guardem as calculadoras!

Ontem, a Selecção Portuguesa recuperou a possibilidade de se qualificar para o Campeonato do Mundo, a realizar em 2010 na África do Sul, apenas dependendo dos seus próprios resultados. Foi a vitória da Selecção Dinamarquesa sobre a Sueca mas, sobretudo, a vitória da Selecção Portuguesa sobre a Húngara que devolveram a possibilidade. No mítico Estádio da Luz, os marmanjos marcaram três golos à Hungria e não sofreram nenhum, num jogo fantástico, provavelmente o melhor desde o Euro 2008. Dez anos depois de terem vencido a mesma seleccção com o mesmo resultado, na antiga Luz.


Os marcadores foram Simão e Liedson. O primeiro estava de regresso a casa, marcou o primeiro e o último golo, foi o capitão durante a maior parte do encontro, foi considerado o homem do jogo. Ele parecia ainda mais baixinho do que é quando às vezes disputava a bola com jogadores húngaros muito altos. Fez-me lembrar uma cena do último Portugal-Inglaterra, em que ele estava a disputar a bola com o Peter Crouch... Mas, de resto, ontem à noite provou que os jogadores não se medem aos palmos, que Marques Mendes tinha razão quando disse no outro dia que "Às vezes é das coisas pequenas que vêm as grandes surpresas". Grande Simão!

Outro herói da noite foi Liedson, que marcou o segundo golo, numa altura em que a Selecção parecia um bocado atrapalhada e um golo dava jeito para acalmar o pessoal. A sua Convocatória esteve envolta em polémica mas, depois de dois golos em três jogos, está mais que provado que a sua Escolha foi boa e pode até fazer a diferença. O pessoal já se habituou a vê-lo marcar na Luz, mas não a vê-lo ser tão aplaudido na Luz...

É este o espírito da Selecção. Aqui não há rivalidades clubísticas, é um país inteiro unido em torno de uma equipa.

De resto, pelo que se diz, parece que Pedro Mendes foi outra boa escolha para o lugar de Pepe, que estava castigado. Eu sobre isso não me pronuncio, pois os meus conhecimentos futebolísticos não me deixaram reparar que o jogador estava a fazer uma exibição assim tão boa... Mas, por outro lado, é bom saber que dispomos de vários jogadores bons, não só de duas ou três estrelas, cuja ausência nos complica demasiado a vida. Ontem o Cristiano saiu lesionado aos 27 minutos, o Pepe não jogou por castigo, o Deco não estava nos seus dias, mas o Simão e os outros conseguiram aguentar o barco e conduzi-lo à vitória.


A propósito do Cristiano Ronaldo, o madeirensezinho saiu aos 27 minutos de jogo, mas esses 27 minutos chegaram para que este assistisse o golo de Simão. Disse ao longo desta última semana que queria fazer a diferença no jogo contra a Hungria e cumpriu o seu desejo. Na minha opinião, este golo foi determinante. Se não tivéssemos marcado nesta altura, este jogo podia ter sido igual a tantos outros desta qualificação. Foi largamente aplaudido quando foi substituido por Nani. É capaz de ter feito mais pela Selecção neste jogo nesta meia horinha em que jogou do que fez noutros jogos em que jogou na maioria dos noventa minutos.


Eu de resto tenho de engolir algumas coisas que pensei e disse em relação à dedicação de Ronaldo à Selecção. Muito se tem comentado ao longo desta fase de qualificação que ele "na Selecção não joga nada", que no clube, seja no Manchester United, seja no Real Madrid, joga melhor, etc, etc. Apesar disso tudo, ele esforçou-se por jogar frente à Hungria, por fazer uma boa exibição apesar do tornozelo lesionado. E agora, como consequência desse esforço, pode ficar umas semaninhas sem jogar. E este foi só um caso. Para além daquele que eu falei da outra vez, do jogo frente ao Cazaquistão. E de outro de que o próprio Ronaldo falou: quando o pai dele morreu na véspera de um jogo de qualificação para o Mundial 2006, frente à Rússia.

Quem é que agora pode dizer que ele liga mais aos euros do que à camisola? O Ronaldo deu-nos a todos uma grande lição ontem à noite. Ainda pode haver quem diga que foi só porque, de repente, ficou com medo de não ir ao Mundial 2010, o que seria péssima publicidade, mas eu não acredito nisso. Acredito que um dia irá desempenhar na Selecção o mesmo papel que Luís Figo desempenhou, como líder da Selecção. Apesar de já ser capitão, ainda não é o verdadeiro líder: falta-lhe alguma maturidade, na minha opinião, mas creio que há-de chegar lá, com o tempo.

Os adeptos, o décimo-segundo jogador que, segundo Queiroz, ontem vestiu a camisola número 1, também foram os homens (e mulheres!) do jogo. Ainda foram uns 50 mil! Não chegou para encher o estádio, mas não faltou muito. Acho que nunca os tinha visto tão animados nesta fase de qualificação. Quem me dera ter estado lá, ter juntado a minha voz, o meu apoio, às vozes e ao apoio dos outros 50 mil. Ainda se ouviram assobios para Carlos Queiroz, o que é compreensível. Tinham todo o direito de dizerem que, apesar de estarem lá para apoiar Portugal, não estavam satisfeitos com o desempenho da Selecção. Eu compreendo os assobios, mas eu não era capaz de os fazer. Para já, não consigo assobiar daquela forma, tenho de me contentar com "Uuuuuuuuu", e além disso, se eu vim ao estádio é para apoiar e não para criticar. Mas, de resto, o público portou-se impecavelmente ontem, criaram o verdadeiro Inferno na Luz para os húngaros, só assobiaram mesmo quando estes tinham a bola nos pés. Também, com um jogo daqueles, era difícil sair da Luz chateado.
Em suma, adorei pura e simplesmente o jogo de ontem. Já não estava habituada a uma vitória tão expressiva da Selecção Nacional. Apesar de confiante, tinha medo que se repetisse a mesma história dos anteriores jogos de qualificação: uma boa exibição, mas golos falhados atrás de golos falhados, o pessoal cada vez mais nervoso, o apito final e o marcador empatado. Graças a Deus, nada disso aconteceu ontem à noite. Graças a Deus é como quem diz, foi a Selecção e os adeptos à assistirem que deram esta tão esperada vitória. Como disse Rui Santos ontem, isto acontecer nesta altura do campeonato, depois de uma qualificação tão atribulada, é uma grande vitória - desta feita, concordo com ele. Outros mais fracos não conseguiriam fazer o que nós fizemos em circustâncias tão adversas. Agora o sonho de um lugar na África do Sul está mais forte.

Mas não está cumprido, atenção! Ainda é muito cedo para lançar os foguetes! Ainda temos de vencer a Malta para termos lugar nos play-offs. Eu sei que a Malta é capaz de ser a Selecção menos difícil do grupo, que está no fundo da tabela com um único ponto, que nós a vencemos por 4-0 no primeiro jogo desta fase de qualificação, mas isso não quer dizer nada. Já vi demasiado desta Selecção para pôr as mãos no fogo em relação a isto... Contudo, não creio que não vençamos a Malta, na próxima Quarta-feira, dia 14. Só mesmo se acontecer uma grande desgraça, um grande azar, mas já tivémos azar demais neste campeonato! E, de resto, praticamente todos os jogadores que prestaram declarações frisaram este mesmo aspecto: nada está decidido, ainda falta um jogo para a qualificação acabar. Há-de correr tudo bem.

Ah, mas se ou quando (escolham vocês) garantirmos um lugar no Campeonato do Mundo do próximo ano, eu vou chatear tudo e todos os que já tinham dado a qualificação por perdida! Eh eh eh!

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Na véspera da última dupla jornada

O jogo com a Hungria é já amanhã. Começa às 20h45, hora em Portugal, será transmitido pela TVI. O jogo entre a Suécia e a Dinamarca, cujo resultado nos interessa, começa, salvo erro, às 19h de cá, ou seja, quando os marmanjos entrarem em campo, já se saberá se o resultado nos foi favorável.


Há quem se queixe do facto de a hora dos dois jogos não coincidirem, mas eu não me importo por aí além. Se a Suécia ganhar (bato três vezes na madeira, apesar de tudo), não nos deixa já de fora, apenas adia as coisas para a última jornada. Temos de ganhar em ambas as circunstâncias. Em todo o caso, é mais provável que a Suécia saia derrotada do jogo de amanhã, já que irá enfrentar a Selecção Dinamarquesa e na Quarta-feira irá jogar contra a Albânia. Também se receia que as duas selecções do Norte da Europa combinem um resultado de modo a deixarem-nos de fora, à semelhança do que fizeram à Itália no Euro 2004. Isso também me deixa um bocado nervosa, mas, ao que li, é pouco provável que se arrisquem a tal, pois "um deslize" na última jornada pode complicar a vida aos nossos amigos escandinavos. Que Deus ouça (ou leia) isto!


Entretanto, Wayne Rooney, outro "velho amigo" já veio dizer que está a torcer para que Portugal não se qualifique para o Mundial. Se eu ainda antes de saber desta declaração não ia muito com a cara do Rooney, agora vou ainda menos!


O inglês teve o azar de nunca ter chegado ao fim dos dois últimos jogos da Selecção Inglesa contra a nossa. No primeiro jogo, no Euro2004, no Estádio da Luz, o mesmo estádio em que se joga amanhã, saiu lesionado, salvo erro na primeira parte. Uns amigos da minha mãe que são médicos em Santa Maria contaram que ele foi para este Hospital em consequência da lesão e, segundo os médicos, vinha de muito mau humor. Mau humor este que ficou bem mais visível à medida que este ouvia os gritos de triunfo dos portugueses, primeiro pelo golo do Hélder Postiga, depois pelo golo do Rui Costa e, por fim, com os pénaltis do Ricardo, o homem deve ter ficado com uma cara de meter medo ao susto...


No segundo jogo, saiu no prolongamento de forma ainda mais triste. Certamente se lembram na pisadela selvagem e propositada ao Ricardo Carvalho em zona sensível. Ele foi expulso, mas convenceu-se que foi culpa do Cristiano Ronaldo, só porque este lembrou ao árbitro que era falta, e os ingleses ficaram todos fulos com o madeirense. A perseguição que eles lhe fizeram foi de tal forma baixa que eu, na altura, julguei que os dias do Ronaldo no Manchester United estavam contados. Contudo, rapidamente passou de besta a bestial ao fazer uma época excelente.


Não é de surpreender esta atutude. Já se sabe que os ingleses são muito mauzinhos. Não vale a pena deixar que isto nos incomode. Mesmo assim, dá vontade de voltar a dar-lhes uma coça (ou, em inglês, kick their ass), caso nos qualifiquemos para o Mundial.


Mas antes de fazermos planos para a nossa estadia na África do Sul, convém ganhar o lugar primeiro. E para ganharmos esse lugar, temos obrigatoriamente de ganhar estes dois jogos. Não há volta a dar! Já desperdiçámos tudo o que podíamos desperdiçar.


Seleccionador e jogadores têm apelado aos adeptos para irem apoiar a Selecção ao Estádio da Luz. Contudo, parece que os adeptos não estão muito nessa. Ontem dizia-se que só estavam vendidos 15 mil bilhetes. Gilberto Madaíl dizia hoje que esse número chegava já aos 50 mil, mas nem tenho a certeza se ele falava dos bilhetes já vendidos ou dos que esperava vender... Já comentei aqui sobre o apoio (ou a falta dele) que se tem dado à Selecção, mas não gostava que houvessem muitos lugares vazios na Luz... Eu ia com todo o gosto, nem precisava que mo pedissem, mas não posso. Mas pode ser que se vendam bastantes mais bilhetes, até porque nós, os portugueses, temos muito a mania de deixar tudo para a última hora.


Já só falta um dia para o penúltimo jogo desta fase de qualificação. Estou bastante confiante. Ganhámos em casa dos húngaros e pode ser que também ganhemos aqui. Felizmente estes dois últimos jogos são frente a equipas teoricamente mais fracas - embora já se tenha provado demasiadas vezes que o teoricamente mais fraco pode não significar nada - que já vencemos antes nesta fase de qualificação, em princípio não deve ser muito difícil. Em princípio... Em relação ao jogo da Dinamarca e da Suécia, não conheço muito bem as seleccções, não faço prognósticos. Estou ainda para saber como é que vou vendo o resultado desse jogo. Quando tinha Teletexto era fácil, agora não sei. Talvez na Internet. Mas tenho a certeza que vai ser uma noite de nervos, a de amanhã.


Doutra coisa tenho a certeza, para além disso. Tenho a certeza que os nossos jogadores vão dar tudo por tudo para que tudo corra bem amanhã, e o mesmo se passará na Quarta-feira, quando defrontarmos a Malta. Sei que não será por falta de empenho que não nos qualificaremos (mais uma vez, bato três vezes na madeira). Eu acredito neles. Apesar de todas as desilusões, eu acredito neles. E agora sei que não estou sozinha, que não são só quatro as pessoas que ainda não perderam a fé. Descobri esta petição online para aqueles que acreditam na Selecção. Eu já assinei. Eu e mais uns cento e cinquenta. Juntem-se a nós!


www.peticao.com.pt/por-portugal

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Revisões para os testes

No próximo Sábado, dia 10 de Outubro, a Selecção Portuguesa defrontará a Selecção Húngara em Lisboa, no Estádio da Luz, se não me engano, pelas 19h45. Depois na Quarta-feira seguinte, dia 14 de Outubro, a Selecção defrontará a Malta, em Guimarães. Estes dois encontros são os últimos desta fase de qualificação que não tem corrido da melhor maneira. Daqui a pouco mais de uma semana saberemos se o Mundial 2010 pode contar com Portugal ou não.


De certa forma, sinto-me como se tivéssemos estado este tempo todo a fazer testes, só faltam dois para que a época acabe e para que saibamos a nota final: passamos ou não? Qualificamo-nos ou não? Infelizmente, sinto-me também como se fôssemos daqueles alunos que têm péssimas notas no 2º período do ano lectivo, notas que, se fosse no 3º período estavam chumbados, e que passam o 3º período todo entre a espada e a parede. E em vez de acarinharem, apoiarem e acreditarem em nós, os pais fartam-se de criticar, de resmungar "Pois, se tivesses estudado ao longo do ano, não estavas nesta aflição" ou "Agora de certeza já não consegues, nem vale a pena!", bocas que, longe de ajudarem, só contribuem para espezinhar o que resta da nossa auto-estima e para nos desesperar ainda mais.


Nesta metáfora, caso ainda não tenham percebido, os pais são muito do pessoal que por aí anda, sobretudo nos comentários às notícias na Internet (pelo menos, é onde mais os encontro). Em vez de dar apoio e carinho à Selecção na altura em que esta mais precisa, só sabem criticar e deitar abaixo.


Não que eu não compreenda como é que eles se sentem. Esta fase de qualificação tem sido recheada de empates e de desilusões. E eu já me fartei de sofrer com os marmanjos ao longo deste último ano. Eu nunca deixo de apoiar, de gritar por eles, de acreditar até ao último minuto do tempo de compensação, mesmo depois de vários jogos em que se falhou, se perderam pontos, mas eles fartam-se de me desiludir... O resultado é que a minha fé já viu melhores dias, já não acredito como antes acreditei.

Torna-se cada vez mais difícil acreditar, de resto. Quase toda a gente com quem falo já perdeu a esperança há muito. Ainda no outro dia um colega me perguntou:


- Se eles jogaram mal até agora, achas que será nos últimos dois jogos que vão jogar como deve ser?

Tento não ligar ao que eles dizem, provar que estão errados, mas há muito que me começam a faltar os argumentos. Nessas alturas, agarro-me àqueles que ainda acreditam.

Não sei se repararam, mas fiz uma pequena alteração à estrutura do blogue. A esta barrinha cinzenta à direita, acrescentei um poema que encontrei na secção das cartas e comentários dos leitores do jornal Destak, escrito por Alexandrina Silva, no dia 17 de Setembro:


Somos roubados, invejados
E estamos enguiçados
Mas não somos coitados
Estamos apenas
Um pouco mais atrasados
Vamos lutar e levar tudo
Até ao fundo
Porque ninguém tem dúvidas
Que somos
Dos melhores do Mundo

Força Portugal!


Na altura, gostei de ter dado com este poema. Fiquei feliz por ainda existir alguém que acredita para além de mim e do Carlos Queiroz.


E pelos vistos o nosso ex-seleccionador Luiz Felipe Scolari é mais outro que acredita (fixe, já vamos em quatro...). Apesar de antes se ter desentendio com o actual Seleccionador, ele foi impecável ao elogiar Carlos Queiroz e ao apelar à união dos portugueses em torno da Selecção. É curioso ele fazer esse apelo, mesmo depois de ter deixado a Selecção...


De resto, o nosso actual Seleccionador tem feito mais ou menos o mesmo. Ainda no outro dia disse que existe um "jogador especial" com quem ele conta de "forma inequívoca": os adeptos. Gostei. Só que ele ainda ontem falou num "mar de adeptos" que ainda acreditam. Talvez ele conheça mais gente que acredite do que eu, mas, cá para mim, esses adeptos mal chegam para formar uma poça de água... Já quase ninguém acredita sem contar com nós os quatro.

De resto, é uma atitude tipicamente portuguesa. Toda a gente se queixa que nós estamos "na causa da Europa", toda a gente resmunga "Só neste país" quando alguma coisa corre mal. Contudo, quase ninguém faz alguma coisa para mudar a situação. Nas escolas, os bons alunos são desprezados (aconteceu comigo...), e as mamãs e os papás vêm logo reclamar com os stôres se estes repreendem uma vez que seja os meninos. O sucesso dos outros é invejado (veja-se o exemplo do Ronaldo), por vezes é menos atribuído ao esforço pessoal e mais atribuído a cunhas, o insucesso é sempre culpa dos outros. É fácil ter-se esta atitude. São fracos.


Não digo que seja forte ou mesmo que não seja fraca mas não tenciono fazer o que eles fazem. Sei que, apesar do que o Seleccionador diz, não farei a diferença entre passar e chumbar, entre qualificarmo-nos ou ficarmos a ver o Mundial pela TV. Mas recuso-me a atirar para o chão as poucas armas que tenho. E faço um apelo através deste blogue para que façam o mesmo. Estes são os momentos em que os verdadeiros adeptos se revelam - não na bonança, mas sim na tempestade. Eu não vou poder ir assistir ao jogo no Estádio da Luz, mas ao menos tenho o blogue para mostrar que, apesar destas desilusões todas, estou com a Selecção até ao fim. Mesmo que não nos qualifiquemos. E que me estou nas tintas para o que os Velhos do Restelo dizem.


Que venham então os últimos testes.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...