quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Portugal 4 Espanha 0 - Se é assim... pode ser a Espanha!

Ontem à noite, a Selecção Portuguesa derrotou a sua congénere espanhola por quatro golos sem resposta, no Estádio da Luz, num jogo épico, fantástico, quase perfeito, histórico, mágico, inspirado, extraordinário, espantoso, arrasador, explosivo... enfim, os adjectivos para o caracterizar não se esgotam. Ninguém estava à espera de tal jogo e de tal resultado, pois, afinal de contas, o adversário que defrontámos ganhara o último Europeu e o último Mundial. Mas a verdade é que praticamente todos os Marmanjos fizeram exibições de sonho e os espanhóis pouco fizeram para nos parar.

Como abri recentemente uma conta no Twitter, assisti a quase todo o jogo com o computador portátil ao colo para ir registando as minhas impressões na rede social. Não foi muito diferente das notas que constumava tomar para depois escrever aqui no blogue, mas teve a sua graça.

A Selecção entrou bem no jogo e manteve o nível durante praticamente todo o encontro. Paulo Bento havia-nos prometido que Portugal não iria ficar a ver a Espanha jogar e, não só a promessa foi cumprida, como aconteceu o exacto oposto: os espanhóis ficaram muitas vezes a ver-nos jogar, incapazes de nos travar. Eu, por vezes, esquecia-me que estávamos a jogar contra o Campeão do Mundo. O árbitro é que estragou um pouco a festa ao anular aquele sombrero de Ronaldo, um pouco por culpa do Nani, que por sinal completava 24 anos ontem, que se foi literalmente meter onde não era chamado, induzindo o fiscal de linha em erro.

Um aparte só para dizer que foi uma pena o Nani não ter marcado ontem, no dia do seu aniversário, para se redimir daquela jogada infeliz, ele que jogou tão bem (à semelhança dos companheiros).

O golo que se adivinhava acabou por surgir um minuto antes do intervalo, um belo tiro de Carlos Martins. Estava aberto o marcador.

O segundo golo surgiu dois ou três minutos após o intervalo dos pés de Hélder Postiga, numa jogada começada por João Moutinho. Os mesmos foram também responsáveis pelo terceiro golo, cerca de vinte minutos depois. Entre estes dois golos eu ia pedindo "Só mais um! Só mais um!", com a mesma naturalidade com que pediria num jogo frente a adversários teoricamente bem mais fracos do que a Espanha, como a Islândia, a Coreia do Norte, o Chipre, a Malta... Realmente, foram mesmo aqueles que ganharam o Mundial? O relativo escasso público nas bancadas ia pontuando os passes portugueses com fritos de "Olé!". Os espanhóis, esses, ripostaram gritando "Campeones!", como que a dizer:

- Vocês podem estar a ganhar, hermanos, mas nós continuamos a ser os Campeões Mundiais.

Essa foi baixa...

O encontro foi encerrado com chave de ouro com um golo de Hugo Almeida, que substituia Hélder Postiga. Quando se fala tantas vezes da falta de pontas-de-lança em Portugal, é bom vermos dois, o Hélder e o Hugo, a fazerem o gosto ao pé no mesmo jogo. Estou particularmente feliz por ver o Hélder no seu melhor, ele que sempre foi um dos meus jogadores preferidos, apesar do seu desempenho irregular.

Depois desta vitória, como eu temia, vieram os ataques ao ex-Seleccionador, muito mais subtis quando feitos por jornalistas, bem mais agressivos nos habituais espaços de comentário. Abordarei melhor esta temática noutra ocasião.
Estou feliz, felicíssima, por ter visto todos os marmanjos no seu melhor, fazendo um jogo do outro mundo, que ficará registado a tinta-da-china na História da Selecção Nacional. Nunca pensei que déssemos tal sova aos Campeões da Europa e do Mundo. Eu até tinha sonhado, na noite de Terça para Quarta-feira, que tínhamos perdido por três a zero! Muitos dirão, eu incluída, que não serve de nada, que não passa de um amigável, que nem tem um sabor de vingança pois nem três pontos ganhámos, que eles continuam Campeões, que os espanhóis não deram o seu melhor, que se tivessem dado a história teria sido diferente. O que até pode ser verdade, mas, pelo menos a última parte, faria mais sentido se tivéssemos ganho pela margem mínima, com uma exibição assim assim. Não foi isso que aconteceu. Nós marcámos quatro golos, podíamos per marcado mais, fizemos uma das melhores exibições de sempre. Não ganhámos três pontos mas ganhou-se muito mais, como assinalou Paulo Bento. Ganhou-se prestígio, ganhou-se confiança, ganhou-se alegria, consumou-se o renascer da Selecção, o seu regresso às grandes vitórias.

Ontem, não ganhámos nada em concreto, mas "mostrámos que, quando queremos, ultrapassamos tudo", como disse Vítor Manuel. "Mostrámos ao Mundo que Portugal se pode bater com qualquer Selecção do Mundo", como disse o locutor da Antena 1, no fim da emissão relativa a este particular, que ficará na memória.

Enfim, realizaram-se dois duelos ibéricos este ano. A Espanha ganhou um deles, nós ganhámos o outro. Mas em Dezembro, espero que ganhemos ambos, como disse Laurentino Dias. Estou a falar, claro, do anúncio da Candidatura vencedora à Organização do Mundial (já não sei se se saberá só acerca do de 2018 ou se já saberemos também quem é que organiza o de 2022). Depois deste partidazzo, estou com um bom pressentimento, sobretudo agora que fomos absolvidos das acusações de corrupção (engulam, ingleses!). Já mencionei aqui os nossos pontos fortes, vou só fazer uma referência aos pontos fracos que têm a ver com a falta de campos de treino nas cidades-sede. Podia ser pior, não podia? Talvez dê para ganharmos. Vamos estar todos a torcer por isso até 2 de Dezembro.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Tem mesmo de ser a Espanha?

Na próxima Quarta-feira, dia 17 de Novembro, a Selecção Portuguesa de Futebol enfrenta a sua congénere espanhola, no Estádio da Luz, num encontro de carácter particular, cujos principais objectivos são, não só a promoção da Candidatura Ibérica à Organização do Mundial de 2018 ou 2022, mas também a Comemoração do Centenário da República. Paulo Bento, o Seleccionador Nacional, divulgou no último dia 11 os Convocados para este particular e as únicas novidades são os Regressos de Bosingwa e Manuel Fernandes. Eu confesso que, nesta altura do campeonato, a Espanha não é a Selecção com quem desejava ver os Marmanjos entrarem em campo.


Eu sei que eles são os nossos parceiros de Candidatura e tal, mas, que diabo, eles expulsaram-nos do Mundial! Querem esfregar sal na ferida? A desculpa da vingança não serve: isto não passa de um amigável. O que quer que aconteça, eles continuam Campeões do Mundo e nós aqueles que foram expulsos do Mundial nos oitavos-de-final depois de sofrer o primeiro golo em todo o Campeonato. Na vaga hipótese de ganharmos, isso trará mais pedras para atirar ao nosso ex. Dirão que a culpa foi dele, que ele nunca devia ter estado ao leme da Selecção, que se já lá estivesse o Paulo Bento nada daquilo teria acontecido, etc, etc. Até pode haver alguma dose de verdade nisto, mas não deixa de ser desagradável. E nem sequer ganhamos três pontos nem nada.
Em relação a essa parte de o encontro estar integrado nas comemorações do Centenário da República, também não é por aí. Já tudo o que é historiador veio dizer que não existe grande motivo para festejo; que a Primeira República foi um regime ainda pior que o anterior, mais valia terem poupado a vida a el-rei D. Carlos e ao filho, mais valia não terem exilado el-rei D. Manuel II e o resto da família real, etc.

Por acaso, não sei como seria se ainda fôssemos uma monarquia. Duvido, no entanto, que estivéssemos melhor do que estamos agora. Parece que, quase desde que foi assinado o Tratado de Zamora em 1143, o nosso País tem vivido quase sempre acima das possibilidades, tem estado quase sempre à beira da bancarrota. O mal é genético, não há nada a fazer…

Em todo o caso, a República trouxe com ela o hino e a bandeira que temos hoje, símbolos que aprecio grandemente. Isso, sim, ainda é o que mais vale a pena comemorar. E ainda por cima, segundo Os Maias, o antigo hino, o Hino da Carta, era "medonho".


Mesmo assim, fazia mais sentido jogar com a Espanha para comemorar a Restauração da Independência. Convinha era ganharmos, é claro!


O principal objectivo acaba por ser mesmo a promoção da Candidatura Ibérica, agora que estamos a poucas semanas do anúncio do anfitrião vencedor. Candidatura, essa, que, há algumas semanas, esteve envolvida em suspeitas de corrupção.


Pessoalmente, nunca atribui muita credibilidade a essas alegações, uma vez que estas foram levantadas pelos jornais ingleses (o Daily Telegraph, se não me engano). A candidatura deles já se encontrava envolvida em polémicas semelhantes, na minha opinião, eles fizeram aquilo pensando "Se eu vou ao charco, já agora, arrasto toda a gente comigo". Não seria a primeira vez que a Comunicação Social Inglesa publicava notícias com objectivos semelhantes. Em todo o caso, a estratégia deve ter falhado, os boatos devem ter sido desmentidos pois nunca mais se falou disso… Ainda bem, que estou farta de ouvir falar em corrupção em instituições portuguesas.


Com ou sem acusações de corrupção, não sei que hipóteses a nossa Candidatura tem de ganhar. Há uns tempos pensei que o facto de os inspectores da FIFA terem estado cá em Portugal aquando do "caso Queiroz" prejudicasse seriamente a as nossas hipóteses, mas talvez não tenham levado isso em conta…




Li na semana passada, no Record, que somos os Candidatos com mais estádios já prontos para hospedar jogos da fase final de um Campeonato do Mundo: sete. Tendo em contra que precisamos, mais do que nunca, de apertar o cinto (ou a banda gástrica, como diziam a semana passada no Mundo Universitário), isto é capaz de constituir uma pesada vantagem. E já é uma sorte não termos de construir estádios novos nesta altura do campeonato, a propósito!


E, é claro, temos várias outras coisas a jogar a nosso favor: um bom passado recente em termos futebolísticos, incluindo um Campeão Mundial e Europeu (estou a falar dos espanhóis, obviamente… snif, snif); um Campeonato Europeu memorável organizado por nós, portugueses; países atractivos para os turistas… Enfim, não acho que seja, de todo, impossível ganharmos…


Segundo o que li, neste momento a escolha é entre nós e a Rússia, e os russos não têm, que eu saiba, as armas que mencionei acima. Seria bom se ganhássemos, sobretudo no momento dificílimo que atravessamos. Para além das vantagens que já mencionei na entrada "Vizinhos e parceiros no futebol", ao menos teríamos a promessa de algo bom no futuro (Isto se não tivermos falido de vez até lá, é claro!) – algo que é cada vez mais raro hoje em dia, sobretudo neste país.


E se jogar com a Espanha ajuda, que assim seja. De resto, é sempre excitante defrontar uma Selecção de topo, e esta é Campeã Europeia e Mundial! Paulo Bento disse já que os Marmanjos não vão "só ver a Espanha jogar", que "estes particulares não são para descomprimir, porque os valores da representação do país são iguais". Qualquer que seja o resultado, o que se espera é uma boa exibição por parte de ambas as equipas, uma exibição digna de duas Selecções de topo. É claro que uma vitória, apesar de tudo, ajudaria a consumar o recente renascimento da Selecção, mas este é um dos poucos casos em que a velha máxima do "o importante não é ganhar, é participar" se aplica na sua totalidade.




Na última entrada, tinha prometido um novo vídeo de apoio à Selecção. Eu cumpri a promessa, montei o vídeo. O problema foi, outra vez, o YouTube… E nem sequer foi por causa da música, foi por ter utilizado as imagens dos jogos do Mundial. Já nem digo nada… Ou melhor, digo apenas isto: se continuam assim, mais vale encerrarem de vez o YouTube. Sim, porque eu não perdi uma das poucas tardes livres que tenho este semestre para agora o vídeo ficar eternamente confinado ao meu computador. Não senhor, desta vez coloquei o vídeo do Mediafire e dou-vos os links para o sacarem. (Com a música original: http://www.mediafire.com/?l04mcnudva6jwzg ; com a versão instrumental http://www.mediafire.com/?l5j86g1324d33dl) Como podem ver, as regras dos direitos de autor não fazem sentido, que existem outras maneiras de partilharmos vídeos. É uma autêntica estupidez.




De caminho, dou-vos também o link daquele vídeo que montei antes do Mundial, com a música Bang The Drum.( http://www.mediafire.com/?qroxof11vd9mrum ) Talvez faça uma segunda versão deste vídeo para o Europeu 2012, que a música é muito gira. Pode ser que, nessa altura, não o removam (pois, devo ter cá uma sorte…). Tenho ainda outras ideias para vídeos de apoio à Selecção, mas, em princípio, só voltou a montá-lo caso nos qualifiquemos. Até lá…
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