domingo, 7 de junho de 2009

Portugal 2 Albânia 1 - Aleluia!

Uma gravidez mais tarde lá conseguimos, finalmente, ganhar um jogo nesta fase de qualificação. Foi uma vitória a saca-rolhas mas foi uma vitória, caramba! Por dois golos de Hugo Almeida e Bruno Alves contra o único golo albanês, marcado por Erjon Bogdani.


Até aos 93 minutos, foi um jogo parecidíssimo com os últimos jogos de qualificação, exceptuando os golos. Os marmanjos ali às voltas com a bola mas sem fazerem nada de jeito, sem jogarem grande coisa. O ambiente era infernal, o estádio estava cheio de albaneses barulhentos, apoiando a sua selecção. As comunicações deixavam muito a desejar, os comentadores da SIC passaram o jogo a queixarem-se de que não conseguiam ouvir os colegas, consta que os locutores da rádio tiveram de fazer os relatos via telemóvel. Ainda bem que não ligámos do rádio como tencionávamos fazer. Imagino a qualidade da transmissão. Já às vezes é difícil ouvi-los, já que às vezes falam tão depressa...


Os albaneses pareciam determinados a lutar pelo menos pelo empate. Fartaram-se de marcar faltas sobre nós e o guarda-redes demorava sempre séculos a repôr a bola em jogo, irritando solenemente a mim e não só, aposto. O árbitro, esse, estava estranhamente impassível à agressividade exagerada dos albaneses. Não nos marcou dois penálties. Se isto fosse na Liga Portuguesa, com o Sporting, já o Paulo Bento tinha disparado críticas em todas as direcções e um padre qualquer diria que não baptizaria ninguém com o nome Florian... Se o árbitro fosse inglês, eu desconfiaria que ele queria vingar a expulsão da Inglaterra nos quartos-de-final do Euro 2004 e do Mundial 2006, mas ele é alemão... Como foram eles que nos expulsaram do Euro 2008, não estou a ver o que é que ele tem contra nós. Um comentário no site da Record escrito por um tal Carlos Ferreira, dizia que nós estamos a ser prejudicados nesta fase de qualificação, que a FIFA não nos quer ver nas meias-finais do Mundial já que renderíamos menos do que outras selecções, como a Itália, o Brasil ou a Argentina. Eu acho que isso é um bocado paranóico, e só digo um bocado para ser simpática... Além disso, se continuarmos a jogar assim, sinceramente, não precisamos da "ajuda" da FIFA para ficarmos fora das meias finais do Mundial, obrigada.

A verdade é essa, não jogámos bem. Entrámos bem em ambas as partes, na segunda parte até jogámos um pouco melhor do que na primeira, mas não provámos que merecíamos ganhar. Os próprios comentadores diziam, já perto do fim do jogo, que o empate acabava por ser um resultado justo. Isto embora garantissem que o empate não nos deixava de fora da corrida, apesar de tudo o que foi dito ao longo da semana. Nos minutos finais, o meu pai chegou mesmo a dizer que "já não valia a pena", "já não vamos estar no Mundial". Eu queria dizer que não era verdade, que nem tudo estava perdido, mas já nem tinha argumentos para eu continuar a acreditar (significativo...), quanto mais o meu pai... Eu só pensava nos últimos três jogos. Também podíamos ter resolvido nos minutos finais, mas se não resolvemos nessa altura, porque haveríamos de resolver agora? A única coisa positiva era termos finalmente marcado, apesar de nem termos tido dois minutos para celebrar...

Mas tudo isso mudou aos 93 minutos quando o Bruno Alves marcou aquele golo de cabeça. Nem acreditei! Nem me atrevi a gritar golo. Era bom demais para ser verdade! Quando me apercebi que era mesmo golo, desatei aos pulos e a gritar "Aleluia!", mas logo a seguir lembrei-me que o jogo ainda não tinha acabado, que foi no rescaldo de um golo que sofremos um. Só quando o árbitro apitou três vezes é que celebrei o golo e a vitória suada.

Concordo quando dizem que não jogámos como deve ser, que se temos de fazer das tripas coração para ganhar a uma selecção teoricamente bastante mais fraca do que nós, como é que nos desenrascamos com selecções de calibre elevado. Mas eu (e não só, tenho a certeza) já estava farta de ver a Selecção a fazer óptimas exibições sem conseguir ganhar os jogos. É triste, mas é verdade: é preferível jogarmos mal e ganharmos do que jogarmos bem e empatarmos ou perdermos. De certa forma, este jogo serviu para ajustarmos contas com o destino. Há muita gente que não acredita na qualificação, mesmo com esta vitória.

Por outro lado, eu tinha pedido uma razão, uma razão que fosse, para continuar a acreditar e a apoiar a Selecção e obtive-a. A Selecção ensinou-me uma lição: ensinou-me a continuar a acreditar, literalmente, até ao último segundo do tempo de compensação da segunda parte, mesmo quando tudo parece perdido, quando não temos nenhuma razão para continuarmos a acreditar. Pode faltar "identidade própria", "coesão", mas não falta força interior, preserverança, fé na Selecção Nacional. E, como ontem ficou provado, estas coisas podem fazer a diferença entre o empate e a vitória, entre o fim da luta e o renascer da esperança, entre a morte e a sobrevivência do sonho. Tenho a certeza que esta vitória dará mais motivação e esperança aos marmanjos. Pode ser este o ponto de viragem.

O próximo jogo é daqui a três meses, com a Dinamarca. Esta ganhou à Suécia e está cada vez mais sólida no primeiro lugar, cada vez mais perto de garantir um lugar na África do Sul. Temos de a vencer para podermos sonhar com um lugar na fase final. Acho que podemos ganhar. No ano passado jogámos na mesma altura, jogámos bem, podíamos ter ganho, não ganhámos por detalhes e azares. Os marmanjos estarão bem mais frescos do que estiveram ontem, no final de uma época. Pode ser que sim... Eu vou continuar a acreditar. Tenho razões para isso.

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