sexta-feira, 4 de julho de 2008

Última Entrada - Até ao Mundial!


Era para ter escrito mais cedo mas não tive tempo.
No Domingo passado, a Espanha venceu a Alemanha na final, sagrando-se Campeã da Europa e o Euro 2008 terminou oficialmente. Fiquei satisfeita, sobretudo por não ter sido a Alemanha a ganhar. E, ao fim e ao cabo, nuestros hermanos mereceram o título.
No geral até foi um Europeu bastante interessante, cheio de surpresas. A maior de todas foi a eliminação da Holanda nos quartos-de-final. A Holanda, que depois das goladas aos finalistas do último Mundial era candidata a campeã. Acabaram por ter uma queda maior do que a nossa aos pés da Rússia, uma adversária teoricamente mais fraca.
O desempenho desta última, bem como da Turquia, foi outra das surpresas, de resto. Tive pena que nenhuma delas tenha chegado à final. Os pobres dos turcos tiveram o mesmo azar que nós tivémos: jogaram melhor que os alemães, só que estes remataram sete vezes e marcaram três golos! Em todo o caso, ninguém esperava que chegassem tão longe, portanto, tanto os russos como os turcos estão de parabéns. E a Espanha também. E a Alemanha... não, o meu fair-play não chega para tanto.

Entretanto, nós por cá há já algum tempo voltámos ao mundo real. As bandeiras vão aos poucos desaparecendo das janelas, o Euro 2008 deixou de ocupar as capas dos jornais e a primeira meia hora dos noticiários, confinando-se ao espaço usual dos assuntos desportivos, as nossas vidas regressam à melancólica rotina de antes.
Já houve tempo para discutir de quem foi a culpa do desempenho abaixo das expectativas da Selecção Nacional e, como seria de esperar, a vítima principal é o Seleccio... perdão, o ex-Seleccionador, sobretudo com a saída para o Chelsea metida ao barulho. Muito pessoal, como por exemplo o Rui Santos (não gosto nada deste sujeito...) dizem que o Scolari não fez absolutamente nada de palpável, não nos deu títulos, nas horas H falhou sempre...
Estes comentários irritam-me solenemente. Como se outros seleccionadores anteriores a ele nos tivessem ganho alguma coisa... Só mostra arrogância e falta de gratidão. Concordo que as nossas derrotas nas fases finais foram um autêntico balde de água fria, se tivesse sido durante a qualificação ou na fase de grupos não doía tanto - quanto maior a subida, maior a queda. Contudo, apesar de não termos ganho nada na prática, Luiz Felipe Scolari foi um dos responsáveis pela projecção da nossa Selecção no Mundo, pelo respeito que as outras selecções passaram a ter para connosco, pela união nunca antes vista dos portugueses em torno da nossa Selecção, por nos dar um motivo, um mísero e fútil motivo que seja para sentirmos uma ponta de orgulho no nosso miserável país. Esse mérito nem o Rui Santos nem ninguém lhe pode tirar.
Também há quem ache que o Scolari já devia ter sido despedido há muito, depois do célebre soco ao Dragutinovic no fim do Portugal-Sérvia. Confesso que este triste episódio me irritou. Já sabem que fui assistir a este jogo ao estádio. Das bancadas dava para perceber que havia batatada, mas não dava para perceber quem estava envolvido. Lembro-me de gritar "Parem!", mas de nada serviu. Quando saí do estádio, vinha quase a chorar. Tanto por causa do resultado como da pancadaria. Episódios como estes, só arruinam a nossa imagem, prefiro sermos derrotados mas sairmos de cabeça erguida e um mínimo de dignidade. E o Scolari já tem idade para se controlar!
No entanto, na minha opinião, despedi-lo não ia ajudar a Selecção em nada, só ia piorar a situação. Depois daqueles dois empates em casa, a qualificação equilibrava-se num trapézio sem rede (ninguém estava à espera que isso acontecesse), os jogadores não teriam tempo de se adaptarem ao estilo do potencial novo seleccionador, corríamos o risco de ficar a ver o Euro 2008 pela televisão.
Além disso, o Scolari foi devidamente castigado, aquilo não passou de um ataque isolado de mau génio quando o homem estava com os nervos em franja, ele nem sequer acertou no tipo. Lamentável, a não repetir, mas não vale a pena repisar isso. Eu já o perdoei.
Só lamento, e muito, o anúncio da contratação pelo Chelsea com um péssimo timing. Há quem diga que foi isso que desnorteou os jogadores mas eu duvido. Acho que os marmanjos são suficientemente maduros para não se deixarem afectar. Por outro lado, são capazes de ter alguma razão.
Ainda lamento mais o facto de ele nos ter traído por nove milhõs de euros, ou lá quanto lhe vão pagar. Dizia ele que adorava o nosso país, que a família tinha a vida toda cá, blá, blá, blá, mas tudo isso deixou de ser problmema quando o outro pôs milhões em cima da mesa... É claro que isto somos nós a especular. Nenhum de nós sabe ao certo porque é que ele se vai embora, podem haver outras razões para além desta - espero bem que haja!!!!!
Acho que ele deve estar um bocado magoado e farto do pessoal que lhe dedica um ódio de estimação, de alguma falta de gratidão, da falta de apoio durante a cena do soco. Isso ficou bem patente durante a célebre conferência de imprenda do "E o burro sou eu?!".
Aproveito para dizer que, na altura, quando soube do sucedido, a minha primera reacção foi achar que ele estava no seu direito ao abandonar a Sala de Imprensa. A liberdade de expressão inclui o direito ao silêncio, acho eu. E ele até tinha alguma razão no que disse. Agora acho que o Scolari podia ter tido um pouco mais de paciência, até porque os jornalistas só estavam a fazer o seu trabalho. Por outro lado, quando revejo a conferência, farto-me de rir, e não é só por causa do "E o burro sou eu?!". O homem tem uma maneira engraçada de falar, mesmo quando está zangado. Vai ser das coisas de que mais vou ter saudades depois de ele se ir embora.
Entretanto, ele ainda mal chegou ao Chelsea e já começou a implicar com os jornalistas. Não quer que lhe chamem Big Phil. "O meu nome é Felipe". Isto começa bem... Eu acho que ele está a ser casmurro, não vejo mal nenhum em Big Phil. Mas já sabem como é o Scolari... e os ingleses fazem bem em descobri. Isto promete...
Fiz uma aposta com a minha mãe. Ela acha que o Scolari não dura mais do que uma época no Chelsea. Diz que não está habituado a treinar clubes, que não se vai entender com os jornalistas por causa do seu mau feitio. Eu não acho, dou-lhe o benefício da dúvida.
Os ingleses, esses, também apostam, mas é em quem irá o Scolari dar um soco. Eu não conheço assim tão bem a malta do futebol inglês, senão também apostava. Gostava era de ver se os adeptos se vão por a cantar "Luiz Felipe Scolari! Luiz Felipe Scolari!", com uma caneca de cerveja vazia em punho, como faziam com o Mourinho...
A ver como Scolari se dá em terras de Sua Majestade. Mudemos de assunto.
Como já vem sendo tradicional, as críticas ao Ricardo são aos milhares. Chamaram-lhe frango e todos criticaram a sua titularidade constante. O cúmulo foi quando no outro dia os meus irmãos na praia pediram-me para jogar com eles ao "burro" mas em vez das letras da palavra "burro", quiseram usar as letras de "Ricardo". Sem comentários...
Cá para mim, podem dizer o que quiserem mas nós devemos muito ao Ricardo. Eu nunca me vou esquecer dos penálties de Inglaterra. Quando quer, o Ricardo consegue ser um guarda-redes do outro mundo, deve ser por isso que o Scolari confiava tanto nele. Só é pena mesmo que ele dê uma de frango mais vezes do que o ideal.
Além disso, quase ninguém se lembrou que não havia melhor alternativa. O Quim, que estava a tornar-se num sério candidato à titularidade, lesionou-se. O Rui Patrício é um puto. O Nuno Espírito Santo é suplente no Porto, se não me engano... Ao menos o Ricardo tinha a vantagem da experiência em fases finais. Eu sei que outro guarda-redes talvez defendesse aqueles golos, mas enfim...
Também se falou muito do Ronaldo, o suposto melhor do Mundo, mas que não o provou durante o Europeu. Muita gente se queixa que ele nunca dá o seu melhor na Selecção, se ele jogasse como joga no Manchester... Eu concordo com a generalidade dessas críticas. Talvez seja por estar numa equipa diferente, a verdade é que o Ronaldo da Selecção não passa de uma sombra do Ronaldo do United. Lembro-me de ouvir muitas vezes os comentadores a dizer que ele é candidato a melhor do Mundo, blá, blá, blá, mas eu digo para mim mesma:
- Não se vê nada...
Acho que pode ter sido por causa disso que ele só ficou como terceiro melhor do Mundo no ano passado, mas isto são só especulações minhas. E agora, com a exibição aquém das expectativas neste Europeu pode ser que também ainda não seja desta...
Há quem diga que foi a disputa entre o Real Madrid e o Manchester United pelo passe dele que o desnorteou. Já se escreveram muitas linhas sobre o assunto e eu, para não destoar, vou escrever mais meia dúzia delas aqui no blogue.
Antes de mais nada, devo dizer que desde que comecei a interessar-me por futebol, sempre me baralhou um bocado o mercado de transferências de jogadores, comprar um jogador, vender um jogador, etc. Faz lembrar um bocado o tráfico de escravos, só que com uma diferença: nestes casos, os escravos são pagos (e bem!) e em vez de serem maltratados muitas vezes são venerados como se fossem deuses (o Ronaldo é um óbvio exemplo disso).
Agora especificando, há quem diga que o Ronaldo quer dar de frosques do Manchester e ir para o Real, há quem garanta que ele fica em Inglaterra. No início desta novela, eu achava que ele ficava, porque, salvo erro, ele tem contrato até 2010. Agora já não faço a mínima ideia. Acho indecente a pressão psicológica que alguns jogadores ingleses (não me lembro dos nomes) têm feito sobre ele, e também irritou o constante assédio dos jornalistas espanhóis durante o Europeu. A coisa complicou-se quando veio à baila que o Scolari teria insistido com o Ronaldo para que ele fosse para o Real (ainda não chegou a Inglaterra, e já andam os ingleses a arranjar motivos para o odiarem...). O Manchester também podia ter uma ponta de tolerância em vez de recusar toda e qualquer hipótese de negociação.
A ver como é que isto acaba.
Talvez se o Carlos Queiroz vier para a Selecção consiga pôr o Ronaldo a jogar como joga no Manchester, já que o conhece um pouco melhor.
O meu blogue termina aqui. Não definitivamente da maneira que eu o queria terminar, nem de longe, nem de perto. Queria que a Selecção tivesse chegado mais longe, bem mais longe. Em todo o caso, já o disse e repito-o, orgulho-me da atitude da Selecção Nacional durante o Euro 2008, especialmente durante o jogo frente à Alemanha. É claro que quando comparamos com o Euro 2004 e o Mundial 2006 fica aquela sensação de pouco...
Um dia tudo será diferente. Havemos de conseguir chegar à final de um Campeonato da Europa ou do Mundo e trazer a Taça para Portugal. Pode ser já daqui a dois anos, daqui a quatro, dez, vinte ou quarenta. Pode ser que nessa altura, nós, que agora somos jovens e saudáveis, sejamos já velhos decrépitos, com um Alzheimer avançado, fechados na casa de repouso, reclamando com cinquenta anos de atraso do anúncio da contratação de Solari fora de horas. Mas o maldito dia há de chegar, que diabo! E quando esse dia chegar, a festa vai ser maior do que nunca!
Ainda não estou bem nessa fase mas daqui a uns tempos vou sentir imensas saudades da época pré-Euro 2008 e Euro 2008 propriamente dito. De ver as bandeirinhas nas janelas e não só, de ver os programas especiais dedicados à Selecção, de escrever no blogue... A qualificação para o Mundial começa em Setembro mas não é a mesma coisa que uma fase final... Em princípio se/quando (escolham vocês) estivermos no Mundial 2010, também hei-de escrever um blogue de apoio à Selecção. Ainda faltam dois anos...
Um agradecimento a todos os que visitaram o meu blogue durante estas semanas todas. Despeço-me como o Fernando Pessoa se despediu no fim da Mensagem: Valete, fratres. Selecção Nacional para sempre!







Ah, se a gente tivesse conseguido marcar mais um golo frente à Alemanha...
BG

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Portugal 2 Alemanha 3 - "22 homens atrás de uma bola e no final ganham os alemães"

Acabou.



A Alemanha derrotou-nos por 3 bolas a 2, e expulsou-nos ao pontapé do Euro 2008.


Já passaram mais de doze horas mas ainda mal consigo acreditar que tudo tenha acabado tão cedo, quando nós esperávamos mais da nossa Selecção. Muito mais. Embora tivesse assumido desde cedo uma posição mais ou menos realista, de saber que este Campeonato ia ser mais difícil do que foram o Euro 2004 e o Mundial 2006, não estava à espera de sermos expulsos logo nos quartos-de-final. Nós tínhamos capacidade para chegar mais longe. Não foi o suficiente.


Foi o jogo em que mais me enervei, em que mais sofri. A minha pressão arterial deve ter ido aos píncaros, se eu estivesse na casa dos 40 e dos 50 provavelmente teria tido um ataque cardíaco ou um AVC. Sempre era melhor, ao menos não via o resto do jogo e não sofria mais. Fartei-me de gritar, de torcer o meu cachecol até quase o rasgar, de morder o lábio e os dedos até fazer sangue.


Acreditei até ao último segundo da compensação que nem tudo estava perdido, que ainda era possível dar a volta possível. Repetia de mim para mim: "Ainda falta muito para o jogo acabar", "Se os turcos conseguiram marcar três golos em vinte minutos, nós também conseguimos", "Isto não pode acabar assim", "Só são precisos alguns minutos para marcar um golo"... Ao que tudo indicava, os marmanjos também pensavam da mesma maneira. Nunca desistiram, nunca deixaram de lutar, embora de vez em quando aparentassem estar um bocado desnorteados. De facto, levar três golos desnorteia qualquer um... Se o nosso segundo golo tivesse sido marcado um pouco mais cedo, talvez a história tivesse sido diferente. Assim, mais valia que nunca tivessem marcado o segundo golo, que só nos deu falsas esperanças. Nós jogámos bem, sobretudo o Deco e o Simão! O jogo decidiu-se em "detalhes", como já tinha sido dito que muitas vezes acontece. Erros defensivos, falhas na marcação, um "frango" do Ricardo, um erro do árbitro, falta de sorte, etc, etc. Como disse a minha mãe:


- Não foi justo! Nós jogámos bem, mas a Alemanha fez quatro remates à baliza e marcou três golos!

Imediatamente depois da derrota na final do Euro 2004, pus-me no Messenger a falar com os meus amigos. Lembro-me de termos comentado que, poucos dias antes, depois do jogo com a Holanda, estávamos na rua a festejar a vitória, e agora estávamos enfiados em casa, presos ao Messenger, com uma amarga sensação de frustração. Imediatamente depois da derrota nas meias-finais do Mundial, fomos todos afogar as mágoas em... pastéis de Belém. O sabor deles não aliviava a mesma amarga sensação de frustração. Ontem à noite, imediatamente depois do jogo, pus-me a estudar e, mais tarde, a ver televisão, para tentar esquecer a amarguíssima sensação de frustração. Sem sucesso.

Depois de toda a festa criada em redor da Selecção, adeptos aos milhares armados até aos dentes com as cores nacionais nos treinos abertos ao público, em Viseu, em Neuchâtel, nos aeroportos, nos estádios, acho que nós, os adeptos, merecíamos mais. A Selecção está em dívida para connosco. Esta jornada no Euro 2008 não se compara, nem de longe, nem de perto, com as jornadas do Euro 2004 e do Mundial 2006. Só tivemos quatro jogos, só tivemos duas vitórias. Sabem a tão pouco... Eu nem cheguei a festejar essas vitórias como deve ser. Supostamente, era a partir de agora que as vitórias da Selecção começariam a saber mesmo bem, que seriam realmente aquelas vitórias que ficam para a história, como aquelas frente à Espanha, à Holanda, à Inglaterra nos últimos campeonatos... Ainda não era altura para sairmos do Europeu! É altamente injusto.

O mais irónico de tudo é que eu sentia que não tinha vivido como deve ser o Euro 2004 e o Mundial 2006 e andava há meses a planear o Euro 2008. Ia criar este blogue, ia fazer um vídeo de apoio e colocar no You Tube, ia recolher fotografias e artigos de jornais, etc, etc, para depois poder recordar no futuro. Recordar o quê? Eu sentia que ainda estava a meio, ainda tinha muitas fotografias para recolher, muitos artigos para recortar, tanta coisa para escrever aqui no blogue! Falta tanta coisa!

Contudo, no meio desta desilusão toda, há uma coisa de que me orgulho e muito! A atitude da Selecção. Da perserverança, da luta, do esforço, apesar de tudo! Pode não ter servido para nada, mas contribuiu para que saíssemos do Europeu de cabeça erguida, e com a consciência de que fizémos (quase) tudo o que pudemos. Esse mérito ninguém nos pode tirar!

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Portugal 0 Suíça 2 - Uma tareia dos "Toblerones"

Ontem a Suíça derrotou Portugal por duas bolas sem resposta, num jogo em que o onze português era maioritariamente constituído por suplentes, poupando alguns dos habituais titulares. Deste modo, a Suíça despede-se do "seu" Euro 2008 em glória.

Como este jogo não contava rigorosamente para nada, não liguei muito a ele, não o vi com muita atenção. E ainda bem que não o fiz, porque senão teria sofrido bastante. Não se pode dizer que a gente não tenha merecido a derrota, porque não jogámos grande coisa, sobretudo na segunda parte. Apesar de tudo, gostei de ver o Hélder Postiga, que em várias ocasiões esteve bem perto de marcar, o Nani e o Ricardo, que ainda fez umas belas defesas.
Choveram críticas ao desempenho do árbitro que tinha um critério um bocado confuso. Por um lado, apitava por ninharias (diziam que estava a ser o jogo mais faltoso do Campeonato e não tinha ar disso), por outro lado, ignora um penálti a nosso favor, anula mal um golo e marca um pseudo-penálti aos suíços, erros que podem ter influenciado o resultado. Contudo, acho um bocado ridículo atribuir culpas de derrotas aos árbitros. A gente muitas vezes esquece-se que, na televisão e nas bancadas, temos uma visão sobre o jogo diferente da do árbitro, que eles não têm acesso às repetições.
Quanto às insinuações de que o árbitro queria era dar uma despedida em glória à Suíça, não vale a pena fazer um grande escândalo por causa disso. O jogo não contava para nada e também, coitados dos suíços, mereciam um pouco de alegria durante o "seu" Campeonato. Já imaginaram como teria sido se a gente tivesse feito um Euro 2004 para esquecer? No nosso próprio país?
Muita gente diz que o Scolari devia era ter metido mais alguns dos habituais titulares a jogar, só para evitar a derrota. Mesmo assim, não sei se valeria muito. Podíamos ter perdido à mesma, embora fosse menos provável, podíamos ter só empatado, ou ganhado pela margem mínima. A Selecção raramente dá o seu melhor em jogos "a feijões", sobretudo frente a equipas teóricamente mais fracas. E os exemplos abundam.
De resto, a derrota pode ter servido para "acordar" um bocado as pessoas. Havia por aí muita gente a achar que nós já éramos praticamente Campeões da Europa e o Campeonato ainda não tinha começado. Por esta altura já devem ter caído um bocadinho na real. Ainda falta muito para sermos Campeões da Europa. Temos de passar os quartos-de-final (provavelmente com a Alemanha, que é tudo menos acessível), as meias-finais e levar de vencida a final. O que não é canja. Os marmanjos prometeram que, nos quartos, vai ser diferente de frente à Suíça. Eu espero bem que sim!
O meu irmão comentou, no fim do jogo, que o Chelsea devia estar aí a telefonar, a dizer que afinal já não querem o Scolari. Sem comentários...
De resto, este tem sido um Europeu cheio de surpresas. Tenho de tirar o chapéu aos turcos que, no domingo, deram uma bela sova aos checos e qualificaram-se para os quartos-de-final. Pelos vistos, a alma turca é bem maior do que a gente pensava e, definitivamente, não cabe no autocarro deles.
Outra coisa que me surpreendeu foi a expulsão da Grécia. Estava à espera de a ver, pelo menos, passar a primeira fase. Parece que o Euro 2004 foi mesmo um presente dos deuses, uma vez sem exemplo. Pena é ter sido no Campeonato em que nós nos qualificámos para a final!
Por fim, a possibilidade de, pelo menos, a França ou a Itália ficarem já de fora, também me faz confusão. Ao fim e ao cabo, elas foram as finalistas do Mundial e, depois do sorteio dos grupos, eu achava que elas passariam, de certeza, aos quartos. Apesar de também me parecer pouco provável a Holanda ficar pelo caminho tão cedo.

Estas expulsões permaturas, por um lado, aliviam, porque são menos potenciais candidatos. Por outro lado, eu tinha vontade de ter uma desforrazita, sobretudo frente à Grécia ou à França. Além disso, isto só prova que a Espanha e, sobretudo, a Holanda, são fortes candidatas ao título e que não vai ser nada fácil passar por elas, se as defrontarmos.

Apesar da derrota de ontem, continuo a achar que podemos chegar à final e, quiçá, vencer. É difícil (e muito...) mas não é impossível! Força Portugal!

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Portugal 3 República Checa 1; Não vás, Scolari!


Ganhámos à República Checa! 3-1! Foi outro jogo de muitos, muitos nervos, mas também qual é o jogo da Selecção, especialmente durante fases finais como esta, que não o é? Com isto, e também com a derrota da Suíça, garantimos o primeiro lugar do grupo, haja o que houver, e um jogo a feijões no próximo domingo.

Mais uma vez, assisti a este jogo em casa, mas desta feita resolvemos experimentar desligar o som da televisão e ouvir o relato na rádio. Praticamente não havia diferença no timing, exceptuando algumas jogadas, como, por exemplo, os golos, em que dava a ideia que o rádio estava dois ou três segundos adiantado em relação à televisão. Gosto muito mais dos comentadores da rádio, que vivem intensamente o jogo e o relatam de forma bem emotiva, tão emotiva que muitas vezes dá vontade de rir. Um bom exemplo disto é um vídeo que encontrei no YouTube com o relato do desempate a penálties do jogo com a Inglaterra (o meu favorito do Mundial 2006): http://youtube.com/watch?v=tl0m2NaG8V0. Fartei-me de rir ao ouvir aqueles tipos... Os comentadores da televisão são demasiado passivos. Limitam-se a dizer o nome dos jogadores que têm a bola, algumas curiosidades e pouco mais... Não roçam os calcanhares dos da rádio.

A gente não jogou tão bem como jogámos contra a Turquia, pelo menos durante a primeira parte. É claro que os checos jogaram bem melhor do que os turcos e fizeram-nos suar. Em menos de dez minutos anularam-nos a vantagem obtida no início do encontro e fizémos das tripas coração para regressar à liderança. Por duas ou três vezes, estiveram bem perto de marcar mais uns golos, a sorte é que esteve do nosso lado. O Cech defendia tudo, o raio do homem!

O Deco, para mim e não só, foi o homem do jogo, mas o Cristiano Ronaldo é que foi escolhido pela UEFA, de uma forma um bocado injusta, na minha opinião. O Ronaldo também esteve muito bem, mas o Deco é que merecia o prémio, já que foi essencial nos três golos que a gente marcou. Como ele não tem o mediatismo do Cristiano, foi prejudicado. Mas, por outro lado, a equipa, no geral, esteve bem e mereceu ganhar.

A alegria da vitória foi estragada pela notícia de que o Scolari vai para o Chelsea no fim do Europeu. Eu soube da novidade quando vi a notícia publicada no sapo.pt. No início, não acreditei e repeti várias vezes em voz alta:

- Só podem estar a gozar!

Não estavam. Ainda fui ao site oficial do Chelsea para me certificar de que não era só um boato. Não era. Só mais tarde é que aceitei que era mesmo verdade, o Scolari vai-se embora.

Não estava nada à espera desta notícia. É claro que já se falava de uma eventual saída, afinal ele já cá está há cinco anos, mas, pelo que eu tinha percebido, tudo ia depender do nosso desempenho no Euro 2008, que ainda agora começou... Afinal de contas, já estava tudo definido. Como disse o João Gobern na sua crónica do "Pano para Mangas" da Antena1, afinal o Scolari não foi a Inglaterra só para dizer ao Ricardo Carvalho que ele ia ser um dos capitães da Selecção, quando podia tê-lo dito ao telefone. A gente devia ter desconfiado...

Como é que será a época "pós-Scolari"? Eu já mal me lembro da Selecção antes de ele vir! Parece que foi há séculos... Quem virá ocupar o lugar dele? Conseguirá continuar o ciclo de triunfos que o Scolari criou?

Eu acredito que a gente não vai deixar de ter sucesso só porque o Scolari vai dar de frosques. Afinal de contas, ele não foi o único responsável pelo óptimo desempenho da Selecção, nós também temos tido a sorte de ter jogadores talentosos. Mas lá que vou ter saudades do eterno "Felipão", do eterno "Sargentão", com o seu ar bonacheirão apesar do mau feitio, lá isso vou. E duvido que seja a única.

domingo, 8 de junho de 2008

Depois do nosso jogo de estreia

Ganhámos à Turquia por 2 golos sem resposta, de Pepe e de Raúl Meireles.
Confesso que a Selecção me surpreendeu pela positiva, jogou melhor do que eu estava à espera. Já vos tinha dito, para este Cameponato, não estava tão confiante como estava antes do Mundial 2006. Este jogo de estreia contribuiu para aumentar os meus níveis de confiança. Parece que o Scolari lá arranjou uma maneira de transformar aqueles conjunto de marmanjos numa equipa - eu sabia que ele era capaz! Se o nível se mantiver, podemos chegar longe neste campeonato.
Assisti ao jogo em minha casa com o meu irmão - pelo menos em parte, já que, como de costume, passei o jogo quase todo a mandar boquinhas de treinadora-de-sofá-da-sala que o enervaram e ele resolveu ir ver o jogo no quarto. Mas a verdade é que sofri bastante durante o jogo, apesar de Portugal ter dominado durante praticamente (se não foi totalmente) todo o encontro. Foi mais pelo facto de termos tido uns quantos azares, como, por exemplo, o golo anulado a Pepe por fora-de-jogo (não tenho bem a certeza se foi mesmo...) e as bolas ao poste pelo Ronaldo e pelo Nuno Gomes. Por acaso, quando este último atirou a sua primeira bola ao poste eu berrei:

- Outra vez o poste?!? #&@£%!!!
E de nada valeu ao meu irmão ter ido para o quarto, pois ele ouviu o grito.

Eu sabia que Portugal estava a jogar bem, que as dificuldades com que nos havíamos deparado durante os particulares com a Grécia e a Itália estavam mais ou menos ultrapassadas, que o golo não tardaria, mas, como a Turquia nem estava a fazer muito pela vida e eu não percebo assim tanto de futebol e receava estar enganada, só ousei verbalizá-lo quando os comentadores o disseram primeiro. Foi um alívio quando o Pepe marcou o primeiro golo, mas mesmo assim eu só ficaria mais tranquila quando se marcasse o segundo. Que só veio no derradeiro minuto da compensação como resultado de uma jogada excelente, diga-se de passagem.

Se a gente tivesse marcado mais cedo em vez de acertar no poste, o resultado podia ser bem mais expressivo e talvez eu não me enervasse tanto. Acho que foi uma má ideia aquele jogo de caridade durante o Estágio em Viseu em que a ieia era acertar no poste - o pessoal habituou-se demasiado a isso. Foi mesmo um caso de pontaria a mais. Em todo o caso, serviu para provar que a Selecção é (muito) mais que Cristiano Ronaldo, que, apesar da ausência de antigos jogadores, temos uma boa equipa e para a esfregar no nariz de muitos cépticos que por aí andavam, incluindo o meu pai que dizia que o Scolari conseguira pôr os marmanjos a ganhar por usar a equipa-base do Mourinho.

Pouco depois do término do encontro, já se ouviam na rua alguns buzinões e festejos, mas eu (ainda) não alinho nisso. Estou feliz pelo facto de a Selecção ter feito uma bela exibição, como há já muito não se via, mas ainda é muito cedo para lançar foguetes. Ainda só ganhámos um jogo, ainda temos de jogar com a República Checa. É claro que vamos em ligeira vantagem por termos macado mais um golo que os checos, que mesmo que empatemos mantemos o primeiro lugar do grupo, mas tudo pode acontecer... Creio que, se jogarmos como ontem ou ainda melhor, não devemos ter grandes problemas. Só quando passarmos à segunda fase é que festejarei a sério.

P.S. Tenho pena do Quim e do seu pulso. Logo agora que ele fez uma grande temporada e tinha hipóteses de chegar a titular, acontece-lhe isto... É preciso azar. Em todo o caso, sempre é uma oportunidade para o Nuno Espírito Santo mostrar o seu valor.

P.P.S. Uma estação televisiva espanhola, o Intermedio, anunciou que durante o Europeu vai torcer por Portugal. Pois... Como diria o Araújo Pereira, o que aquela malta quer, sei eu. Aqueles tipos estão mesmo desesperados pelo Ronaldo, chiça! Eu falo por mim, a gente não precisa de apoio hipócrita desse género, obrigada. Além de ser uma clara falta de consideração pela selecção espanhola... É preciso ter muita lata!

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Antes da nossa estreia no Euro 2008

É amanhã. É amanhã que começa o Euro 2008, e é amanhã que jogamos contra a Turquia. Depois de tanto tempo à espera deste dia, confesso que sinto um ligeiro formigueiro no estômago.

Sei que tivémos alguma sorte no sorteio dos grupos. É claro que este não é um grupo fácil, mas imaginem como seria se nos tivesse calhado o grupo da França, da Itália e da Holanda!?! Não invejo nada a selecção da Roménia... A Turquia a mim não me diz muito, excepto que, em 2002, ficou em terceiro lugar no Mundial. A Suíça, ainda menos. A que me assusta mais é mesmo a República Checa - lembro-me que estava a fazer uma óptima prestação no Euro 2004 até ser derrotada pela Grécia com um golo no derradeiro minuto do prolongamento, salvo erro.

Lembro de ver num jogo do Mundial 2006, julgo que da Arábia Saudita, os jogadores, que deviam ser islâmicos, festejarem um golo ajoelhando-se voltados para Meca. Achei bastante interessante. Nós temos os marmanjos a rezarem um "Pai-Nosso" ou uma "Avé-Maria" antes de cada jogo, benzendo-se antes de entrar em campo, e a festejar golos e vitórias apontando para o Céu, gritando "Estou aí!", um Mister com uma imagem da Nossa Senhora do Caravaggio e outras selecções têm outras crenças e outros rituais. Pergunto-me que, se os turcos marcarem (bato três vezes na madeira), se vão festejar de forma sememlhante. Espero que sim, dá mais interesse ao jogo. É claro que nessa altura devo estar mais ocupada a dizer palavrões do que a reparar no modo de festejar dos atletas.

Aparentemente, todos os jogadores estão aptos para o jogo (apesar de se ter anunciado que o Deco vai ser poupado durante este Campeonato), todos estão cientes da importância de uma vitória amanhã frente à Turquia, e todos darão o seu melhor. Espero bem que o façam! Enfim, vamos ver no que dá.

Como de costume nestes dias, têm havido várias críticas em relação ao "fanatismo" em torno da Selecção Nacional, quando o país está em crise, o preço da gasolina não pára de aumentar, temos a greve dos pescadores a tirar o peixe da mesa do jantar, etc, etc. Enfim, dizia-se basicamente o mesmo durante o Euro 2004 e o Mundial 2006 por gente que se considera "intelectualmente superior" ao resto dos mortais que seguem a Selecção para todo o lado. Muitos deles até têm razão. A Selecção Nacional não resolve a crise, não aumenta o emprego, nem os salários, não baixa o preço à gasolina, nem nada. E, se a gente pensar bem no assunto, nada disto faz muito sentido, é verdade.

No entanto, acho que há uma boa dose de exagero nessas críticas. Afinal de contas, esta euforia só dura mês e meio, dois meses no máximo, e só acontece de dois em dois anos. Pode não resolver os nossos problemas, mas ao menos serve de escape, dá-nos um pouco de alegria e optimismo à nossa vida que, durante o resto do tempo, não presta para nada.

Além disso, o "fanatismo" ligado à Selecção é um fanatismo relativamente pacífico, pouco agressivo, que une um país inteiro em torno de uma única equipa - é bem diferente do fanatismo ligado aos clubes que, na minha opinião, é muito pior. O "Clubismo" divide o país em vez de o unir. Temos "batatadas" entre adeptos de clubes diferentes e vários tipos de vandalismo, sobretudo em dias de "Dérbi" ou "Clássico", às vezes entre jogadores e equipa técnica e adeptos - os exemplos abundam - em manifestações de grande mau perder e de falta de desportivismo. Temos ainda às guerras entre os dirigentes, mais finas e subtis, as célebres "trocas de palavras ou acusações" mas que não são muito melhores que a "porrada" entre adeptos. Conheço até um caso de um tipo que assassinou um amigo por causa de uma divergência futebolística, há uns anos atrás - acontecimento que ainda hoje me horroriza e envergonha profundamente.

Foi por causa deste fanatismo que eu me afastei dos clubes de futebol. Sou de opinião que o futebol deve unir - não dividir - as pessoas. O "Clubismo" tem estes defeitos todos, vigora todo o ano mas, se for preciso, é menos criticado que o "Seleccionalismo". Ao menos nós manisfestamos toda a nossa devoção à Selecção sem criarmos inimizades estúpidas com adeptos de outras selecções. Pelo menos, até agora não temos tido muitos problemas...

Aproveito, já agora, para fazer um apelo aos adeptos que estiverem na Suíça e na Áustria para apoiarem a nossa Selecção: mostrem todo o vosso apoio aos marmanjos mas respeitem os nossos adversários, evitem ao máximo ofendê-los a eles ou às respectivas selecções, convivam com eles em clima amigável, não se metam em "batatadas", que isso só mancha a nossa imagem e estraga a festa do Europeu. O futebol serve para unir, não para dividir.

Entretanto, o FC Porto foi suspenso das competições europeias por uma época por causa do escândalo de corrupção do "Apito Final". Pinto da Costa já disse que vai recorrer da decisão, que não aceita que o Porto seja afastado da Liga dos Campeões. Os Benfiquistas, esses, esfregam as mãos de contentes, fazem figas para que o recurso falhe para assim poderem ir à Champions apesar de terem terminado uma época para esquecer no quarto lugar da Liga.

Apesar de ser extremamente negativo para o FC Porto e para o país em termos futebolísticos, na minha opinião, o Porto está só a colher o que semeou, não se pode queixar. Ninguém lhes mandou irem tentar manipular resultados. Acredito que quem faz sabotagem deste género, quem compra árbitros, quem copia nos exames, quem pratica fraude eleitoral, é gente de fraca personalidade, um bando de falhados que não conseguem ter sucesso jogando de forma legal. O Porto não precisava de fazer isto! Isto tudo aconteceu, salvo erro, durante a época de 2003/2004, no tempo do Mourinho. Com um treinador daqueles, eles podiam ganhar de forma limpa, não precisavam de manipular árbitros. E mesmo que equipa e treinador não prestassem, eu não desceria tão baixo. Preferia ficar no fundo da tabela sabendo que a equipa se esforçou ao máximo, do que estar no topo à custa de massa, docinhos, café com leite, frutinha e jantares. Se eu fosse aos jogadores e à equipa técnica, veria isto como um insulto e pediria de imediato a demissão. Se eu fosse adepta do Porto, morreria de vergonha.

No meio disto tudo, são os jogadores e os técnicos que mais sofrem com isto tudo. Esforçaram-se tanto para chegar ao primeiro lugar e garantir um lugar na Liga dos Campeões e agora, por causa do seu presidente, vão ver a Champions pela televisão, enquanto uma equipa que não merecia, tem oportunidade de entrar no campeonato. É mais por causa dos jogadores e equipa técnica, que não merecem nada disto, que eu torço pela anulação da sentença. Agora o Pinto da Costa, ou quem quer que tenha sido o responsável pela tentativa de corrupção ou mesmo a corrupção, é que merecia ser punido, e bem!

Por outro lado, vendo isto numa prespectiva mais humorada, isto tudo até pode dar sorte. Se a Itália foi campeã no ano em que na Liga Italiana vieram a público casos de corrupção desportiva, pode ser que o mesmo aconteça connosco este ano...

A um dia da nossa estreia no Europeu, vou fazer aqui uma promessa: se formos campeões torno-me sócia da Selecção e não como doces (isto inclui chocolates, bolos, pastilhas elásticas, gelados, bolachas tipo "Oreo" e afins) durante um mês. Sei que este último não parece ser um sacrifício por aí além mas garanto-vos que é. Eu, que como um chocolate quase todos os dias, vou sofrer para cumprir a promessa. Mas a balança agradece.

P.S. Em relação à sugestão deixada nos comentários, eu até punha o vídeo na tal página, só que o vídeo está marcado com o "third party content" por ter usado uma música do Bryan Adams. No site não aceitam vídeos com o "third party content". Mas obrigada, em todo o caso!

terça-feira, 3 de junho de 2008

Música



No Domingo passado, à tarde, a Selecção Nacional foi recebida no Palácio de Belém pelo Presidente da República e, de seguida, dirigiu-se ao Aeroporto da Portela onde embarcou num avião fretado com destino a Genebra, Suíça. Milhares de portugueses armados até aos dentes com as cores nacionais foram ver os marmanjos quer à saída do hotel, em Oeiras, junto ao Palácio de Belém, na Segunda Circular, junto ao Aeroporto da Portela, junto ao Aeroporto em Genebra e à chegada em Neuchâtel.


Eu não estive lá, mas assisti à coisa pela televisão. Estive a ver o autocarro a ir de Oeiras a Belém e depois até à Portela (se não me engano, o condutor cometeu umas quantas infracções do género pisar traços contínuos e mudar de faixa sem usar o "pisca" mas enfim...), a cerimónia com o Presidente da República e o avião a descolar. Agora os marmanjos estão na Suíça, em Neuchâtel, a preparar o jogo com a Turquia no próximo Sábado.


Muita gente se tem queixado da falta de retribuição do afecto que os tugas tem demonstrado (e de forma bem clara) pela sua Selecção e eu concordo quase todos eles. Não gostei da afirmação do Mister que "estamos aqui para trabalhar, não para passear". Muito fria, muito antipática, um bocado ingrata. Então o homem apela ao pessoal para pôr bandeiras nas janelas, para apoiar a Selecção, e quando a gente faz exactamente como ele disse, acha que os jogadores não têm de o retribuir?!? É como todos dizem, ninguém está a pedir para passarem os dias do estágio na folia mas um sorriso, um aceno, um autógrafo ou outro, uma fotografia ou outra não fazem mal a ninguém. O que vale é que ontem lá se dignaram a acenar, a agradecer o apoio e o carinho todo que o pessoal demonstrou - também, com aquela festa toda, era preciso ser muito ingrato...


Mudando de assunto, aposto que, depois deste campeonato, ficarei a saber o nome de várias cidades da Suíça e da Áustria. Como fiquei a saber da existência de Marienfeld, Gelsenkirchen, Nuremberga, Colónia e Estugarda depois do Mundial 2006. Até agora só conheço Genebra, Neuchâtel e Viena, mas hei-de saber mais - é uma mais-valia para quando a minha irmã me pede para jogar ao STOP.


Hoje queria mesmo era falar de música. Música é outro dos meus vícios. Adoro música. Mas, como estava a dizer, queria era falar de músicas ligadas à Selecção.


Temos várias músicas ligadas à Selecção. Temos a eterna "Força" de Nelly Furtado, o hino do Euro 2004. É gira, traz sempre memórias do nosso Campeonato da Europa, mas, por outro lado, depois de a ouvirmos muitas vezes, cansa um bocado.


Depois temos o "Será demais pedir a Taça?" e o "Porque não pedir o Mundo?", o "Menos Ais" da Galp. Dessas eu gosto muito e ainda não "engoli" o facto de não terem composto uma para o Euro 2008.


Faço um pequeno aparte só para dizer que, este ano, a Galp ficou abaixo das minhas expectativas no que diz respeito ao Apoio à Selecção. Em 2004, tinha o "Menos Ais" e aquela colecção de medalhas com os jogadores. Em 2006, tinha o outro "Menos Ais", uma colecção parecida com a outra só que de ímanes, e ainda o célebre "Cordão Humano" virtual. Este ano limita-se a um mero "Empurrão ao Autocarro da Selecção", que não tem tanta graça como o "Cordão Humano", em que a gente ainda podia personalizar o nosso bonequinho e deixar uma mensagem. Não há "Menos Ais", não há colecção. Suponho que estejam demasiado ocupados com o preço dos combustíveis...


Em relação aos dois raps do "Menos Ais", eu gosto mais da melodia do primeiro, com o piano no fundo, mas a letra do escrito para o Mundial é muito melhor. Em todo o caso, são bastante parecidos em termos de conteúdo, sempre exigindo "muito mais/ainda mais" da Selecção. É realmente uma pena não haver nenhum alusivo ao Euro 2008.


Outro aparte só para agradecer ao membro do You Tube SantiBotero por me ter passado o "Será Demais Pedir a Taça" a meu pedido. Vejam o vídeo que ele fez para a música - está o máximo! http://www.youtube.com/watch?v=HAZly-M-ubM&feature=related


Depois temos uns hinos compostos pelas estações de televisão ou de rádio mas estes irritam-me solenemente pois enaltecem mais as cadeias do que propriamente a Selecção. Mas, como em tudo, há uma excepção: o Canal Panda! No outro dia, a minha irmã mostrou-me o vídeo com a música que se chama "O Sonho da Malta". Até achei graça. O refrão é assim:

"1, 2, 3, vamos à final!
O sonho da malta é que ganhe Portugal.
4, 5, 6, como nóis não há igual!
O sonho da malta é que ganhe Portugal."

O que complica um bocado a vida aos jogadores. Esta música só mostra que a fasquia que os putos colocaram está bem alta e, se forem todos como a minha irmã, se os marmanjos não chegarem à final, vamos ter birras atrás de birras...

Só um esclarecimento: eu não vejo Canal Panda. Só o Noddy.

Para além destas ainda temos umas quantas músicas tipo "pimba" que às vezes são tocadas nos talk-shows e emissões especiais alusivas à Selecção. Em relação a essas, nada a assinalar.


Por fim, aquelas do universo pop que não estão tão directamente ligadas à Selecção, mas que a gente as liga. Ao fim e ao cabo, existem inúmeras maneiras de encarar uma música, diferentes motivos para gostar de uma música, a Selecção pode perfeitamente ser um deles. Já vi vídeos, no You Tube e não só, sobre a Selecção com músicas de fundo como, por exemplo, a "Força" dos Da Weasel, "Velha Infância" dos Tribalistas, "Try" de Nelly Furtado, etc. Pessoalmente, para mim, as músicas que ligo à Selecção são "Sangue Oculto", dos GNR, o "Homem do Leme" dos Xutos e Pontapés, "Time of Your Life" dos Green Day, e quatro do Bryan Adams, o meu cantor favorito: "Heat of the Night" (vejam o meu vídeo), "Here I am", "On a Day Like Today" e "Star". Ligo-as à Selecção por diferentes motivos, se os explicasse todos nunca mais saía daqui. O que interessa é que, juntamente com os "Menos Ais", esta é a minha banda sonora da Selecção.


Imagino que vocês hão-de ter uma banda sonora diferente, mas esta é a minha. Vou ouvi-la imensas vezes durante este Campeonato. Deus queira que, depois deste Euro, quando a ouvir outra vez (e vocês ouvirem as vossas), me recorde de grandes momentos da Selecção, incluindo tornarmo-nos Campeões da Europa. Estamos todos a torcer por isso!

sábado, 31 de maio de 2008

Portugal 2 Geórgia 0

Esta tarde, Portugal defrontou a Geórgia em jogo de carácter particular. Vencemos por 2-0, golos de João Moutinho, aos 19 minutos, e de Simão Sabrosa, por conversão de grande penalidade, aos 44 minutos.

Antes de mais nada, importa referir que este foi o primeiro triunfo da Selecção Portuguesa este ano. É claro que tínhamos a obrigação de vencer, sendo a Geórgia uma adversária teoricamente mais fraca. E também o foi na prática, claro. Mas já se sabe como é a Selecção, tem a mania de não dar o seu melhor frente a selecções teoricamente mais fracas.

Toda a gente concorda, a primeira parte foi melhor do que a segunda. Na primeira, jogámos mais ou menos bem - não fomos brilhantes - e marcámos os golos. Na segunda, depois das várias substituições, basicamente o pessoal queria "pegar a bola e levá-la para casa", como disse Scolari, a Geórgia atacou mais, tendo havido uma ou duas ocasiões em que a Geórgia podia ter diminuido a desvantagem em relação a nós.

Gostei do golo do Moutinho, o primeiro que o jovem jogador marcou ao serviço da Selecção Nacional. Eu não gritei "GOLO!" mal ele marcou, esperei uns segundos para ter a certeza de que era mesmo golo. Muitas vezes, parece que é golo mas, afinal de contas, a bola passa de lado encostada às redes, criando uma ilusão de óptica. Aconteceu pelo menos uma situação destas durante o jogo. Outra situação de "falso golo" foi aquele pontapé livre do Cristiano que bateu na trave, veio a baixo muito perto da linha de baliza, o Ricardo Carvalho ainda tentou ir à recarga mas a bola foi outra vez à trave. Também nessa altura fiquei assim:

- Ai, ai. Entrou? Não entrou? Foi golo? Não foi golo?

O que vale é que hoje até estava bastante calminha, porque se tratava de um jogo particular com um adversário "acessível". Quando for contra a Turquia, de certeza que vou estar com os nervos em franja e se situações destas ocorrerem, de certeza que vou celebrar o "falso golo".

Um ruído de fundo constante eram os gritos do seleccionador georgiano. O pobre do homem fartava-se de gritar com os jogadores, mais do que um adepto armado em treinador-de-bancada. Segundo os comentadores, parece que isso é típico dele, que também gritou assim durante do treino da Geórgia. Gabo a paciência dos jogadores georgianos. De resto, ouviam-se bem os gritos dos jogadores dentro de campo, o que me agradou. Aproxima-nos mais dos marmanjos. Gosto de saber como é que eles se tratam uns aos outros, de saber mais ou menos o que estão a pensar e a sentir.

Enfim, não foi um mau jogo mas também não foi nada de especial. Só espero é que tenha ajudado o Mister a tirar conclusões sobre a melhor equipa para apresentar no Euro 2008.

Amanhã, os marmanjos deixam Viseu e voam para Suíça, para Neuchâtel. Espera-os lá uma comunidade de emigrantes para lhes dar as boas-vindas, tal como há dois anos, em Marienfeld, Alemanha, uma comunidade de emigrantes esperava a Selecção. Os bilhetes para o primeiro treino já estão esgotados. Já se sabe, o pessoal de Neuchâtel vai apaparicar a Selecção tanto quanto puder, para onde quer que ela vá. Temos sorte de estes dois últimos campeonatos internacionais de selecções serem em países com muitos emigrantes portugueses. Assim, os marmanjos sentem-se em casa. O pior vai ser durante o Mundial 2010 na África do Sul. Isto se Portugal se qualificar, claro... (porque não?).
É como se dizia no Mundial 2006, no que toca ao apoio à nossa Selecção, somos campeões indiscutíveis.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Jogos


Ontem (terça-feira), às seis da manhã, foram postos à venda os bilhetes para o Portugal-Geórgia, às 6 da manhã e ao fim do dia já estavam esgotadíssimos. Não que me admire muito, já toda a gente sabe o que a casa gasta. Aliás, todos sabemos. Nos noticiários da noite mostraram alguns adeptos na fila, alguns com ideias meio malucas. Tínhamos, por exemplo, um velhote que trouxeram um banquinho para se sentar enquanto esperava na fila e um senhor que andava a distribuir petiscos gratuitos ao pessoal.

Fez-me lembrar o dia em que eu e o meu irmão fomos ao Estádio de Alvalade comprar bilhetes para o jogo contra a Sérvia, Setembro passado. Era uma Segunda-feira e a gente já tinha recuperado daquele empate amarguíssimo frente à Polónia devido a um golo que podia ter entrado para os "Apanhados". Estávamos todos entusiasmados para o jogo de daí a dois dias. A gente levantou-se cedinho e rumámos de Metro ao Campo Grande. Tinham-nos dito que as bilheteiras abriam às dez da manhã mas afinal só abriram ao meio-dia. Tivémos de acampar à porta das bilheteiras. Imagino a minha figura, sentada no chão, encostada à parede, de MP3 nos ouvidos e jornal gratuito na mão, a fazer o sudoku e as palavras cruzadas. Mas foi uma experiência engraçada, diferente. E, de resto, como entretanto se formara uma filazinha generosa, eu e o meu irmão demos graças por termos chegado cedo.

No dia do jogo chovia a potes. Só arranjámos lugar para estacionar perto da Faculdade de Ciências, para chegar ao Estádio íamos morrendo afogados. O que vale é que o boné protege um bocadinho a cabeça da chuva. Chegámos ao Estádio encharcados até aos ossos. Felizmente, à hora do jogo, parou de chover. E até foi divertido. Pelo menos até ao minuto 87...

O que eu não faço pela Selecção... Já aguentei os calores do Sara para ir ter com os marmanjos ao Jamor depois do Mundial, já enfrentei tempestades para ir assistir ao um jogo... Eles devem-me tantas...

De resto, assistir a um jogo ao vivo é uma experiência completamente diferente. É uma sensação estranha ter malta que a gente só vê na televisão a poucos metros de distância de nós. Sentir que se a gente gritar eles podem ouvir-nos (o que não acontece quando vemos o jogo pela televisão, embora o pessoal não deixe de gritar por causa disso...). Lembro-me que, no primeiro jogo que assisti ao vivo, o Portugal-Espanha do Euro 2004, estranhei não ouvir a voz do locutor da televisão.

Foi, de resto, outro jogo memorável. Os espanhóis eram em menor múmero que os tugas, mas começaram desde muito cedo a fazer barulho. É claro que a nossa resposta não tardou. Mergulhámos de cabeça na guerra de gritos e cânticos. Resultado: antes do jogo começar, já o meu irmão ficara rouco. O jogo em si foi um dos melhores do Euro 2004. Marcou o início deste ciclo de triunfos e de identificação popular com a Selecção. Diverti-me imenso. Quando o Nuno Álvares Pereira, quer dizer, o Nuno Gomes marcou, foi uma festa. Toda a gente se pôs de pé, agitando bandeiras e cachecóis, gritando, saltando. Um sujeito sentado à nossa frente trocou com cada um de nós um "dá-cá-mais-cinco!", apesar de nunca o termos visto mais gordo. Foi realmente o máximo.

Geralmente, quando não vou ao estádio, gosto sempre de assistir a jogos com várias pessoas, em cafés ou parecido. O ambiente fica parecido com o dos estádios. Mas nem sempre é possível e tenho de me contentar com o sofá da sala ou a mesa do jantar, com os meus pais e os meus irmãos. A minha mãe gosta de se armar em pessimista, dizendo coisas do género "Pronto, os outros já vão marcar" quando o adversário ataca, mas nos momentos decisivos sofre bastante. O meu pai gosta de se armar em desmancha-prazeres, de dizer de forma bem irritante "Mas o que é que isso interessa!?" quando estamos a falar de futebol, de dar uma de pessimista como a minha mãe, mas, se for preciso, fica vidrado a olhar para a televisão (o que irrita solenemente a minha mãe, sobretudo quando ele devia era ajudar a levantar a mesa) e quando Portugal marca é o que mais salta e festeja. Abençoada coerência.

Em relação a mim, às vezes fico mais nervosa com um jogo do que com um teste ou exame. Os nervos geralmente dão-me a volta aos intestinos e tenho quase sempre de ir à casa de banho no intervalo. Durante o jogo, falo bastante (e, noutras alturas, até sou de poucas falas), desde gritinhos de treinadora-de-sofá-da-sala ou de-mesa-do-jantar meio histéricos do género "Ó homem, tira-me a bola daí!" a comentários um bocado totós do género "Meu, o nariz daquele tipo é bem grande". Estes ditos divertem os meus pais (e a mim própria) mas irritam o meu irmão. Ele gosta de ver o jogo mais ou menos em silêncio e fica vidrado, como o meu pai. A minha irmã reage mais ou menos como eu, mas às vezes exagera na histeria, sem ser propriamente necessário.

Em princípio, este Sábado vou ver o jogo em casa. Como se trata de um particular e o adversário não é, por exemplo, a Grécia ou a Itália, suponho que não vá sofrer tanto como o habitual. Em todo o caso, espero que seja um bom jogo, que seja a nossa primeira vitória este ano.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Bandeiras


Na Sexta à noite, Cristiano Ronaldo, Nani, Ricardo Carvalho e Paulo Ferreira juntaram-se aos colegas em Viseu. Agora sim, a Selecção está completa. Os marmanjos tiveram ontem um dia de folga mas já regressaram ao trabalho.

Foi também na Sexta-feira, mas à tarde, que arranjei tempo para pendurar a bandeira à janela. Na verdade, pendurei duas. Uma, grande, no quarto do meu irmão, que no dele dá mais jeito. Outra, mais pequenina, a pedido da minha irmã, no nosso quarto, colada por dento ao vidro. Só espero que a bandeira grande resista ao péssimo tempo que tem feito nestes dias. Acho que fomos dos primeiros no meu prédio a pôr bandeira. Este ano ainda não se vêem muitas bandeiras, pelo menos no meu bairro, talvez mesmo por causa do mau tempo. Se bem que ontem, ao passar na IC19, já perto de Pina Manique, vi numa das margens uma rua cheiinha delas. Talvez mais perto do Europeu e quando o tempo melhorar passemos a ver mais.

Lembro-me do lema da Selecção durante o Mundial 2006 escrito no respectivo autocarro: "À janela uma bandeira/No relvado uma nação inteira. Força Portugal!". A deste ano é diferente: "Este autocarro é movido a Vontade de Vencer". Também é gira só que faz lembrar um bocado o slogan da Galp. Ao menos a do Mundial tem um toque muito mais "nosso" por causa da referência às bandeiras nas janelas. De resto, no site da Federação onde li sobre o lema (http://www.fpf.pt/portal/page/portal/PORTAL_FUTEBOL/SELECCOES/NOTICIA?notid=4186602) diz que foram os adeptos quem votaram... Também achei graça às frases dos autocarros das outras Selecções. A minha favorita foi, por acaso, a da Turquia: "Türkiye aski bu otobüse sigar mi?". Traduzida: "Caberá a paixão turca neste autocarro?". Também gosto da da Suíça: "Endstation: Wien". Traduzida: "Destino final: Viena". Vão ao site para verem as outras frases, que são bem giras.

Tive uma pena danada de não ter podido assinar o autocarro da Selecção. Só soube do evento no próprio dia, se tivesse sabido mais cedo, talvez arranjasse maneira de ir lá dar um pulinho. De resto, para dizer tudo o que me vai na alma, provavelmente escrevinharia no autocarro todo, pneus e pára-brisas incluidos. Enfim, fica para a próxima. O que me vale é que tenho este blog, e como os marmanjos têm Internet nos quartos dos hóteis, talvez, com um bocadinho de sorte, dêem com ele...

Tomoyo Yasumoto é uma japonesinha de 22 ou 23 anos que, deixando para trás o seu emprego, foi, literalmente, "ao outro lado do Mundo" para conhecer a Selecção Nacional e, em particular o Paulo Ferreira, o seu jogador favorito. Ela neste momento deve andar por Viseu, a assistir aos treinos, a seguir o autocarro da Selecção, etc. Hoje ela finalmente encontrou-se com o seu adorado Paulo, este assinou-lhe a camisola e tirou uma fotografia com ela, cumprindo o desejo da sua adepta das mais fiéis. Depois disto, a sortuda vai para a Suíça, para Neuchâtel, acompanhar a Selecção Nacional para onde quer que ela vá. Ah, tenho cá uma inveja da miúda... Também eu gostava de mandar os meus exames à fava, sair de casa de mochila às costas, cachecol e boné da Selecção, passar estes dias a Viseu e depois ir também para a Suíça, nem que tivesse de dormir num banco de jardim. Mesmo que não pudesse assistir aos jogos no estádio, podia conviver com adeptos de outras selecções, assistir aos treinos abertos ao público, seguir o autocarro da Selecção...

Enfim, já que tem essa oportunidade, que Tomoyo a aproveite bem. E, de resto, uma parte de mim nestes dias, viaja com a Selecção no autocarro deles e segue-os para onde que que vão...

sexta-feira, 23 de maio de 2008

"Um por todos e todos por um"


Na Quarta-feira, o Manchester United derrotou o Chelsea na final da Liga dos Campeões. O Cristiano Ronaldo e o Nani sagraram-se Campeões da Europa de Clubes, depois de o primeiro ter marcado um golo e falhado um penálti. O Scolari aproveitou esse jogo para dar uma lição sobre união e entreajuda.

Ele foi recebido e homenageado pelo cantor luso-brasileiro(?) Roberto Leal, numa Conferência de Imprensa ontem de manhã. O cantor fez de mensageiro do Presidente do Brasil Lula da Silva e no inesquecível Pelé. "O Brasil está com Portugal no Euro 2008", foi a mensagem. É a velha história dos "países irmãos".

A presença do Roberto Leal na conferência fez-me lembrar a recepção à Selecção no Estádio do Jamor, há dois anos, no dia da final do Mundial, depois da derrota frente à Alemanha por 3-0. Eu estive lá e duvido que alguma vez esqueça esse dia.

Estava um calor infernal, podia-se fritar ovos nas bancadas. Acho que até ouve uma miúda que se sentiu mal. Antes da chegada dos marmanjos actuavam cantores "pimba" com canções alusivas à Selecção e ao Mundial. Nos intervalos, violinistas tocavam os acordes de "I Will Survive", que geralmente soam depois dos golos da Selecção e uma voz nos altifalantes ia dizendo coisas como "A Selecção já saiu do aeroporto", "A Selecção está na 2ª Circular", "A Selecção está já na A5" e eu só perguntava:

- Mas quando é que eles chegam, pá?!?

Eles chegaram e foi uma festa. Foi quase como se nós é que fôssemos campeões do Mundo, como se as derrotas frente à França e à Alemanha não passassem de pesadelos de uma noite mal dormida. O discurso do Figo, que ia abandonar a Selecção, interrompido por cânticos de "Campeões, Campeões, nós somos Campeões!" e, depois, o discurso de Scolari, interrompido por gritos de "Fica! Fica! Fica!". "Vocês são campeões do carinho de do sentimento. Orgulhem-se do quarto lugar. Nunca deixem de acreditar e pode ser que, um dia, cá estaremos para comemorar uma grande vitória". Toda a gente cantando o hino, esticando cachecóis, jogadores incluídos - o Cristiano tinha o dele de pernas para o ar. Depois, toda a gente a cantar e a dançar, ao som de "Uma Casa Portuguesa" cantada pelo Roberto Leal. Vários jogadores puseram-se a brincar com os instrumentos e tudo. E, no fim, eu e vários tugas fomos dizer adeus aos marmanjos ao autocarro. Foi a primeira vez que vi de perto jogadores como o Maniche, o Figo, o Cristiano e o Simão. Inesquecível.

Foi nesse dia, nessa altura que eu (e outros para além de mim, tenho a certeza) acreditei que o sonho falhara mas ainda não morrera, ainda estava, ainda está, bem vivo, à espera que se cumprido. Um dia a Taça virá para Portugal.

Mas voltando à Conferência de ontem de manhã, o Mister aproveitou o penálti falhado pelo Cristiano para transmitir um apelo à união. "Aprendemos que um jogador não pode carregar os 20, mas sim que os 20 podem carregar um. Quando o Cristiano falhou a grande penalidade, a época podia ter sido marcada negativamente para ele. Mas os companheiros de equipa ajudaram-no e é isso que queremos na nossa Selecção.” Uma excelente época feita pelo Ronaldo podia ter ido pelo cano abaixo, se aquele penálti falhado roubasse a Taça ao United, mas, felizmente a equipa ajudou a corrigir o erro. O mesmo tem de acontecer na Selecção.

A gente tem um bocado a ideia que a Selecção é (só) o Cristiano Ronaldo, tal como achávamos antes que a Selecção era (só) o Figo. Mas não era, não é e nunca será só um jogador. A Selecção é o Cristiano Ronaldo, o Scolari, o Murtosa, o Ricardo, o Quaresma, o Nani, o Simão, o Nuno Gomes, o Fernando Meira, e por aí fora. E são eles, não só o Cristiano, que no Euro 2008 vão lutar pela Taça, para que seja desta que o sonho se torne realidade.

É a velha máxima do "Um por todos e todos por um".

terça-feira, 20 de maio de 2008

"Viseu rima com Europeu. Selecção rima com coração." - O início do est

No Domingo passado, o Sporting ganhou a Taça de Portugal ao F.C. Porto. Eu por acaso estava a torcer pelo Sporting, mais porque esse é o clube do meu irmão do que por outro motivo qualquer. Como não tenho clube, ou pelo menos não tenho clube fixo, as minhas simpatias variam consoante os jogos. Não ligo à maior parte dos jogos da Liga, só quando há um "Clássico" é que me interesso um bocadinho. Nas competições europeias torço sempre pela nossa equipa. Gosto do Porto porque é lá que joga o Quaresma, o Bosingwa e jogava o Hélder Postiga. Gosto do Benfica, por causa do Nuno Gomes, do Rui Costa e por ser o antigo clube do Simão. Gosto do Sporting por causa do Moutinho, do Miguel Veloso e por ser onde o Ricardo e o Nani jogavam no ano passado. Gosto dos três de forma mais ou menos igual.

Mas o que interessa é que, com esta final, terminou a época para os clubes em Portugal e começou a época da Selecção. Segunda-feira passada, os eleitos de Scolari concentraram-se em Viseu. Só não vieram Ricardo Carvalho, Paulo Ferreira, Nani e Cristiano Ronaldo, que vão participar na final da Liga dos Campeões, e o Pepe, que está em digressão com o Real Madrid e vêm hoje à noite - o que deixou Scolari e o resto do pessoal da Federação fulos e frustrados.

Já agora faço só um aparte em relação à final da Champions. Ainda não sei por quem vou torcer hoje. Por um lado, gostava que o Manchester United ganhasse para aumentar as hipóteses de o Cristiano ser eleito o Melhor Jogador do Mundo no próximo ano, por outro lado, gostava que o Chelsea ganhasse para que o pessoal pudesse esfregar a Taça no nariz de José Mourinho. Enfim, vamos ver no que dá. Boa sorte para ambas as equipas.

Praticamente todos os jogadores que prestaram declarações à Comunicação Social disseram a mesma coisa quando questionados sobre as possibilidades de a Selecção chegar à final: não elevem demasiado a fasquia, temos de passar a primeira fase antes de mais nada, depois logo se vê. O Nuno Gomes e o Rui Patrício disseram praticamente a mesma coisa na Conferência de Imprensa, Terça à tarde. Eu concordo com esta filosofia: estou um pouco menos confiante do que no início do Mundial 2006 e realmente acho que é melhor sermos realistas e pensarmos jogo a jogo, em vez de nos deixarmos levar pela euforia e nos considerarmos já campeões antes sequer de o Campeonato começar.

Entretanto, o Mister já definiu os números que os marmanjos vão usar nas costas:
1. Ricardo 2. Paulo Ferreira 3. Bruno Alves 4. Bosingwa 5. Fernando Meira
6. Raul Meireles 7. Cristiano Ronaldo 8. Petit 9. Hugo Almeida 10. João Moutinho 11. Simão 12. Quim 13. Miguel 14. Jorge Ribeiro 15. Pepe 16. Ricardo Carvalho 17. Ricardo Quaresma 18. Miguel Veloso 19. Nani 20. Deco 21. Nuno Gomes 22. Rui Patrício 23. Hélder Postiga

O destaque vai para o Ronaldo que herda o número 7 do insubstituível Luís Figo. Pessoalmente, acho um bocado estranho, estava tão habituada ao 17 ser o número do Cristiano Ronaldo e ao 7 ser o número do Figo. Mas, é claro, se a gente "fechasse" o número da camisola de todo o jogador que se destacasse , às tantas já não havia número para toda a gente. Ou então, teríamos de usar números de 3 ou 4 dígitos. Enfim, vou ter de me habituar a ver o 17 nas costas do Quaresma em vez de ser nas do Cristiano.

Os capitães tambem já foram escolhidos: Nuno Gomes, Cristiano Ronaldo, Petit, Simão e Ricardo Carvalho. Nada a assinalar.

Ontem à tarde foi o primeiro treino deste estágio que teve direito a assistência. Os lugares esgotaram, tal como tinha acontecido durante o estágio em Évora. Eu tenho cá uma inveja dos viseenses... Tal como tive do pessoal de Évora em 2006. Quem me dera poder assistir também a um treino da Selecção. Em todo o caso, se alguém de Viseu por acaso ler isto, faço um apelo a que não percam um treino dentro das suas possibilidades, que façam aqueles "corredores de apoio" sempre que o autocarro passa e que gritem muito pela Selecção no meu lugar. Aproveitem bem estes dias de estágio já que são uns privilegiados do catano.

Tal como aconteceu no Euro 2004 e no Mundial 2006, os marmanjos não se podem queixar de falta de apoio, antes pelo contrário.

Ah, e antes que me esqueça, tenho de ir pendurar a minha bandeira à janela.

Indo eu, indo eu,
A caminho de Viseu,
Indo eu, indo eu,
A caminho de Viseu,
Encontrei a Selecção,
Ai Jesus que lá vou eu!
Encontrei a Selecção.
Ai Jesus que lá vou eu!

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Eurosondagem - "O envolvimento dos portugueses com a Selecção"


Na passada Quarta-feira, no início da Conferência de Imprensa a propósito da iniciativa Seja Sócio da Selecção da Federação Portuguesa de Futebol e do BES realizada na sede da FPF, foi apresentada uma sondagem realizada por Rui Oliveira Costa intitulada "O envolvimento dos portugueses com a Selecção". Os resultados completos estão neste site - http://www.fpf.pt/portal/page/portal/PORTAL_FUTEBOL/Comunicados/DIVERSOS/Apresentação_Seleccao%20versãoFPF.pdf - e basicamente só vieram confirmar o que já todos sabemos: que os portugueses adoram a sua Selecção.

A primeira questão é a seguinte: "Acompanha os jogos da Selecção Nacional de Futebol". Só 8,6% afirmaram não terem interesse na Selecção (também inclui os que não responderam), o resto, 91,4% respondeu que acompanha com interesse (36,9%) ou com muito interesse (54,5%). O que não é nada mau.
O estudo também revelou que as mulheres estão cada vez mais interessadas na Selecção. 40,8% dos "interessados" na Selecção são do sexo feminino. E 49,5% dos "muito interessados" também. Portanto, temos um número aproximadamente igual de homens e mulheres apoiando a turma de Scolari. Assim é que é, meninas!

Também ficou provado que os jovens são quem mais apoia Portugal, mas isso não admira. Não surpreendeu também o facto de as percentagens de interessados serem mais ou menos uniformes em todas as regiões do país.

Metade de nós, habitualmente vê todos os jogos da Selecção (49,6%), enquanto 38,8% de nós vêem "alguns". Também não é de estranhar, já que só há jogos mais ou menos uma vez por mês e são sempre transmitidos em canal aberto, ou seja, é relativamente fácil de acompanhar. Eu não perco um, dentro das minhas possibilidades.

A pergunta seguinte relacionava-se com a importância da Selecção em relação aos clubes. Os resultados também me agradaram. 41,1% dos inquiridos respondeu que a Selecção tem primazia, enquanto que 30,8% afirmaram que o respectivo clube e a Selecção estão empatados. Para mim, que nem sequer tenho clube definido, a Selecção é claramente a mais importante. Ainda no mesmo tema, 58,7% de nós afirmam que preferiam que a Selecção ganhasse o Euro 2008 do que o respectivo clube ganhasse a Liga dos Campeões, contra 29,8%. Eu preferia que os primeiros fossem mais abundantes mas, enfim, um clube português nas competições europeias também está a representar Portugal.

Em relação à ligação afectiva à Selecção, cerca de três quartos dos inquiridos afirmam que esta é, pelo menos, "grande" (73,7%). 39% afirma mesmo que a ligação à Selecção é "muito grande". Vejam lá se adivinham o que eu votaria...

De seguida, perguntou-se que se fosse criado uma espécie de "Estatuto de Sócio/Apoiante da Selecção", como aquela que foi efectivamente criada, o que é que a gente fazia. 54,7 % gostariam de aderir e 33,3% iriam pensar no assunto. Eu, se tivesse participado na sondagem, estaria incluida nos 33,3. Foi assim que reagi à tal iniciativa "Seja Sócio da Selecção". Eu sei que é sem custos, mas mesmo assim, não sei se valeria muito a pena. Neste momento estou a estudar, raramente tenho oportunidade para ir assistir a um jogo, muito menos se é longe de casa, não valeria a pena estar a roubar o lugar a alguém com mais disponibilidade do que eu. Talvez daqui a uns anos...

E, apesar de ter pena de não poder assistir a mais jogos, acredito naquela máxima da música do "Menos Ais" do Mundial: Sem esquecer que, nas grandes emoções, quando grita um português gritam logo 15 milhões".

Por outro lado, 58,3%, quando inquiridos sobre quanto estariam dispostos a pagar para serem sócios, afirmam que só sderem se for grátis. 27,5% aceitam pagar até 10 euros. Eu concordo. Realmente não vale a pena pagar muito, com um ou dois jogos por mês (na melhor das hipóteses). 38,1% afirmaram ainda que o principal benefício de ser sócio são bilhetes mais baratos e 21,5% responderam "Sorteio de viagens para acompanhar a Selecção". Esta foi a última questão colocada.

Enfim, basicamente nada desta sondagem me surpreendeu por aí além. Toda a gente sabe que nós estamos sempre com a Selecção. É por isso que nós ficamos mais felizes durante Campeonatos Internacionais de Selecções, como o Euro 2008.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Cobertura Televisiva


Não gostei nada de saber que, neste Campeonato Europeu, é a TVI a transmitir os jogos no nosso país (juntamente com a SPORT TV). Eu há já algum tempo que não gosto nada daquele canal de televisão, por vários motivos.


A principal razão é porque me irrita solenemente que aquela gente passe a vida a gabar-se: "Ah e tal, nós somos a televisão mais popular do país", "Ah e tal, assistiram 3 milhões de pessoas à novela X e 2,5 milhões à novela Y". Eu odeio convencidos. Repetem há anos esta cantilena que sempre me enjoou.


Além disso, na minha opinião, a TVI é mais uma televisão de novelas e reality shows do que uma televisão de futebol. E de novelas sem grande interesse, na minha opinião. Segundo o que diz a minha avó, os actores são sempre os mesmos, só muda quanto entra um "Ex-Moranguito", os enredos são quase iguais, metem quase sempre uma mulher que seduz homens ricos, amores "impossíveis" cheios de obstáculos, etc, etc. Com os Morangos passa-se mais ou menos a mesma coisa. Em todas as séries há sempre um galã que se "apaixona pela primeira vez" sempre pela primeira miúda que o manda dar uma curva (quando a ouvimos dizer algo do género "Daquele tipo só quero é distância", já se sabe que daí a uns quantos episódios, mais coisa menos coisa, vê-mo-la na marmelada com ele), namoradas entrando na sala no exacto momento em que a outra beija o namorado, papás viciados em trabalho que nunca dão atenção aos meninos e que acabam divorciados, "rebeldes-de-trazer-por-casa" que se metem com alunos mais novos e são malcriados com os "stôres", o típico "stôr" tirano e antiquado (já contei três), a banda que se forma e que salta sempre logo para o estrelato, vá-se lá saber porquê, etc, etc.


Sinceramente, não percebo como é que o pessoal ainda se interessa por estas coisas. Ou gostam de ouvir a mesma letra com uma melodia diferente ou não têm mais nada que fazer. Eu também só vejo porque os meus irmãos insistem em ver aquilo à hora do jantar (ainda são novos, não percebem destas coisas) e, de resto, como na televisão da cozinha não temos TVCabo, a alternativa também não é muito melhor. A novela da SIC não nos atrai. Ainda gostava de "O Preço Certo" com o Jorge Gabriel mas o Fernando Mendes irrita-me. O que vale é que a minha irmã ainda pede para ver o Noddy, isto já perto da hora do telejornal, que sempre é o mal menor.


Para terminar, resta só dizer que não vou com a cara da Manuela Moura Guedes, do Manuel Luís Goucha, da Júlia Pinheiro, do Miguel Sousa Tavares e outra gente que tal.


Como eu estava a dizer, não gosto da ideia de ver a Selecção Nacional no mesmo saco onde estão estes programas. Não deve ter lá muita graça estar a ver um jogo ao mesmo tempo que no rodapé passam informações sobre os episódios das novelas. Ou pior, se eles se põem a fazer campanha de apoio à Selecção com os Morangos. Já foi suficientemente ridículo terem posto a Floribella de cachecol verde e vermelho durante o Mundial 2006.


Além disso, acho um bocado hipócrita só se terem "lembrado" da Selecção Nacional agora que o Euro 2008 está à porta. A RTP está sempre atrás da Selecção, transmitiu todos os jogos do apuramento, fez várias emissões especiais, mesmo durante o Mundial sem o direito de transmitir os jogos, tinha aquele programa diário, o "Alemanha 2006", salvo erro, e enquanto isso, as outras duas televisões "esqueceram-se" da Selecção durante o apuramento. Se a TVI quisesse transmitir o apuramento ganhava os direitos de cobertura quase de certeza com o lucro das (supostas) "audiências elevadas". É puro marketing.


Eu admito que este meu "embirranço" me tornou um bocado tendenciosa e praticamente se transformou em preconceito. Foi por a TVI ter os direitos de transmissão e ter feito quase toda a campanha para "As Sete Maravilhas do Mundo" que eu quase ignorei o evento. Só espero que não aconteça o mesmo com o Europeu.


Também não concordo nada com o facto de termos um único canal de sinal aberto a transmitir os jogos do Euro, ainda por cima quando o outro canal é da TVCabo e pago à parte. E, provavelmente, vai-se fazer como no Mundial e proibir os cafés e restaurantes de ligarem a SPORT TV para os clientes verem. Eu vou ter a SPORT TV pelo menos durante o mês de Junho mas outros, coitados. E depois queixem-se que o nosso país é dos países participantes o que teve menos gente a ver os jogos pela televisão, como aconteceu no Mundial...


Eu estou para aqui a dizer estas coisas mas no fundo, no fundo, nada disto interessa realmente. Não importa que o canal deixe muito a desejar, o que interessa é que ajudem a criar uma onda de apoio à Selecção Nacional, como as do Euro 2004 e do Mundial 2006. Mesmo que tenham outras intenções, mesmo que, para o fazerem, usem como símbolo um morango verde e vermelho ou outra foleirada qualquer, interessa é porem os tugas a gritar "POR-TU-GAL! POR-TU-GAL!". O resto não passa de conversa fiada.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Devaneios depois do anúncio dos Convocados

Há pouco só pude dar a lista dos Convocados mas agora tenho tempo para reflectir sobre essa lista.

Temos dez ou onze novidades em relação ao Mundia 2006. A lista é, mais jogador, menos jogador, a esperada. A maior surpresa foi, de facto, a ausência de Maniche e de Caneira.

Está-se mesmo a ver que estes dois serão, muito provavelmente, os "pobres rejeitadinhos" deste Campeonato. Contudo, são situações diferentes do que o que aconteceu com o Quaresma e com o Vítor Baía, sobretudo no que diz respeito ao Maniche. Ao fim e ao cabo, este tem sido um titular indiscutível ao longo destes anos, marcou dois golos (espectaculares, diga-se de passagem...) em cada Campeonato Internacional em que entrou, tem sido uma das estrelas. Claro que já se tinha dito antes que o Maniche não estava em grande forma, não tem jogado muito, podia não ser Convocado mas mesmo assim... Não estava nada à espera de o ver fora da lista.

Vou ter "saudades" do Maniche durante o Europeu, dos seus golos como tiros de canhão apontados às balizas adversárias. Tal como tive durante aquele ano em que o Scolari não o Convocou. Ele é um dos meus jogadores preferidos. Ainda por cima, agora que o Jorge Ribeiro também se juntou aos Eleitos, ia ser engraçado termos dois manos a jogar por Portugal.

Outra coisa que me surpreendeu foi a Escolha de Hélder Postiga. Durante o último ano, o Mister quase não o Chamou, jogando o Makukula no seu lugar. Eu suponho que seja pelo facto de este último não estar a jogar no Benfica - ele próprio se queixou disso há poucos dias - enquanto que o Hélder, pelo que dizem, tem estado a subir de rendimento.

Tenho pena que o Ma-Makukula tenha de ver o Euro pela televisão mas estou satisfeita por o Hélder vir. O Hélder é outro dos meus jogadores favoritos. Bastante giro, diga-se de passagem... Só que tem um desempenho um bocado irregular. Quando está em forma, é brilhante. Lembram-se daquele golo fenomenal que ele marcou frente à Bélgica, no ano passado? De resto, não dá muito nas vistas. Se o Scolari acha que ele neste momento está a atravessar uma boa fase...

Em todo o caso mantenho o que disse ontem: moderação nas críticas, pessoal!

Mudando de assunto, antes de terminar, ontem à noite estive no site da Federação (http://www.fpf.pt/portal/page/portal/PORTAL_FUTEBOL/Comunicados/DIVERSOS/convocados_euro2008.pdf) a cuscar as fichas dos Convocados e descobri algumas curiosidades. Entre as quais, que o nome verdadeiro do Miguel é Luís Miguel. Pensava que o seu nome futebolístico era o primeiro nome. Também que descobri que o último nome do Quaresma é Bernardo. O seu nome completo é Ricardo Andrade Quaresma Bernardo. Neste caso, ainda bem que ele ficou só com Quaresma porque eu também não gosto nada do nome Bernardo. Dêem uma espreitadela no site para descobrirem mais cusquices.

Enfim, o estágio começa na próxima Segunda-feira, dia 19.

Os Convocados




Scolari divulgou ontem à noite, pelas 20 horas, no Solar do Dão, em Viseu, os 23 Seleccionados para representar Portugal no Euro 2008. Eis a lista completa.

Guarda-Redes (3):
Quim (SL Benfica)
Ricardo (Real Bétis)
Rui Patrício (Sporting CP)

Defesas (8):
Bruno Alves (FC Porto)
Fernando Meira (Estugarda)
Jorge Ribeiro (Boavista FC)
Bosingwa (FC Porto)
Pepe (Real Madrid)
Miguel (Valencia)
Paulo Ferreira (Chelsea FC)
Ricardo Carvalho (Chelsea FC)

Médios (5):
Deco (FC Barcelona)
Petit (SL Benfica)
João Moutinho (Sporting CP)
Miguel Veloso (Sporting CP)
Raul Meireles (FC Porto)

Avançados (7):
Cristiano Ronaldo (Manchester United)
Hélder Postiga (Panathinaikos)
Hugo Almeida (Werder Bremen)
Nani (Manchester United)
Nuno Gomes (SL Benfica)
Ricardo Quaresma (FC Porto)
Simão Sabrosa (Atlético de Madrid)

Como diria César ao preparar-se para passar o Rubicão, "Alea jacta est" - a sorte está lançada. As cartas foram escolhidas, falta descobrir a estratégia para o póquer.

O Euro 2008 começou...

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Devaneios antes do anúncio dos Convocados

Como já disse, é hoje que Scolari divulga os convocados para o Euro 2008. Sempre quero ver quem é que a Comunicação Social irá escolher para "pobre rejeitadinho" desta vez. Há quatro anos foi o Vítor Baía. Há dois anos foi o Ricardo Quaresma. Este ano ainda não deu para perceber quem é. Mas aposto que hão-de arranjar um jogador que não faça parte da lista dos convocados que sirva de pretexto para uma polémica.

Porque a Comunicação Social adora uma boa polémica. Ao fim e ao cabo, polémicas são minas de ouro: dão conteúdo para a primeira meia hora dos telejornais e meia duzia de páginas dos jornais, os comentadores têm algo sobre o qual falar ou escrever nas suas habituais crónicas, há assunto para fóruns de opinião e os humoristas têm material para os seus sketches. Por isso, os jornalistas estimulam as chamadas "guerras de palavras" entre figuras públicas, o cidadão comum a criticar o Governo nas reportagens, etc.

Vou dar como exemplo a fuga de gás ou lá o que era na Cidade Universitária, algures em Janeiro passado. Eu lembro-me de ver uma reportagem, já não sei em que canal, em que o(a) jornalista entrevistava uma empregada de uma das faculdades. Ela estava a comentar que ia regressar ao trabalho depois daquele susto, blá, blá, blá. A disposição dela era a de quem vai para o trabalho como todos os dias, quase como se nada de anormal se tivesse passado. A certa altura, porém, o(a) jornalista pergunta algo do género: "Mas não tem medo de voltar ao trabalho depois de tudo o que aconteceu?". Via-se logo que queria puxar um "Ah sim, isto só prova que a Faculdade não tem segurança nenhuma, a culpa é do Governo, aquilo é uma cambada de incompetentes, etc, etc" ou algo parecido. O que vale é que a empregada disse que não.

É por isso que vou confiando cada vez menos na Comunicação Social. Caem que nem abutres sobre a desgraça das pessoas de modo a ganhar audiências. E o caso da "Casa dos Horrores" na Áustria é outro exemplo. Todos os dias surgem com novos pornenores doentios sobre este caso macabro, até enjoa.

Em todo o caso, voltando à questão dos rejeitadinhos, na altura destes dois casos também não percebi muito bem porque é que o Mister embirrou com estes. Ao fim e ao cabo, no ano de 2004 o Vítor Baía foi o melhor guarda-redes da Europa, e, em 2006, o Quaresma foi um dos melhores jogadores da Liga. E ainda hoje não percebo muito bem, sobretudo o caso do Vítor.

Por outro lado, houve claramente um exagero, uma exploração dos casos até à exaustão por parte dos media. No primeiro caso, não sei como é que alguém pensou que Scolari iria Convocar um jogador que ele nunca Convocara antes, nem uma vez, e depois fizeram um escarcéu daquele tamanho. No segundo caso tenho menos argumentos mas, ainda assim, nós já tínhamos três jogadores óptimos na posição do Quaresma: o Figo, o Ronaldo e o Simão. Ia ser muito difícil conciliar quatro jogadores óptimos. Sei que é uma desculpa fraca mas, por outro lado, não foi pela falta do Vítor Baía que nós perdemos com a Grécia, nem foi pela falta do Quaresma que a gente perdeu com a França e depois com a Alemanha. E, de resto, depois do Mundial, o Quaresma passou a pertencer aos habituais da Selecção.

Faço agora uns dois apartes. Primeiro: há dois anos, pouco depois dos Convocados, contaram-me uma anedota. Pergunta: "Porque é que o Scolari não Convocou o Quaresma? Resposta: Por causa do Maniche. Ele não pode ter um olho do burro e outro no cigano." Não tem assim grande piada, mas, se se lembrarem, o Scolari convocou o Quaresma na primeira jornada do Apuramento para o Euro, em Setembro, mas ele falhou porque se lesionou. O Maniche também foi Convocado nessa e jogou normalmente. Na jornada seguinte, em Outubro, o Quaresma não foi Convocado, acho, porque ainda não estava em forma. Essa jornada foi também a última em que o Maniche participou antes do jogo com a Polónia, em Setembro do ano passado. A partir dessa altura, durante mais ou menos um ano, o Scolari deixou de Convocar o Maniche mas passou a Convocar o Quaresma. Ou seja, sempre que o Quaresma jogava o Maniche não jogava e vice-versa. E eu lembrei-me da anedota e pensei: "A brincar, a brincar...". Mas felizmente voltou tudo ao "normal" depois de o Quaresma e o Maniche jogarem ambos contra a Polónia, em Setembro.

Segundo aparte: gostava de imaginar o que diriam os críticos da época "Pré-Mundial", que julgavam que o Scolari embirrara com o Quaresma, se soubessem que seria "para defender o menino" que o Mister "agrediria" um sérvio e seria suspenso por três jogos por causa disso...

Voltando ao assunto dos "rejeitadinhos", quero ainda dizer que a gente tem muito a mania de nos armarmos em treinadores de bancada, de televisão, de rádio, de coluna do jornal, de blog, de sofá da sala, de café da esquina, etc, etc, mas se a gente estivesse no lugar do Mister provavelmente não faríamos melhor trabalho do que ele faz. Não estou a negar o direito à opinião, só estou a apelar a uma maior moderação nas críticas. O Seleccionador não é estúpido, ele sabe o que faz e as razões porque o faz.

Por fim, acho que o Mister precisa é do nosso apoio, não precisa que critiquem negativamente todas as suas decisões. Agora é esperar para ver o que sai da Conferência de Imprensa hoje às oito da noite.

Mudemos de assunto. Queria falar das minhas expectativas para o Euro 2008. Por um lado, estou confiante de que a Selecção vai fazer um bom desempenho no Campeonato. Por outro lado, tenho uma certa reserva. O apuramento para o Euro não foi exactamente brilhante, recentemente perdemos frente à Itália e à Grécia, duas das nossas adversárias directas e pertencentes ao lote dos favoritos. Temos óptimos jogadores mas falta construir uma equipa sólida, diz Scolari e outros. Vai ser difícil, talvez mais difícil do que no Euro 2004 e no Mundial 2006. Nesta situação, a expressão "A vida consite não em ter boas cartas na mão mas sim em saber jogar as que se tem" e a fábula da Lebre e da Tartaruga aplicam-se que nem ginjas. Se a gente tem boas armas mas não as sabe gerir, estas de nada servem.

A grande questão é se Scolari será capaz de transformar uma Selecção de estrelas desarticuladas numa equipa forte, candidata ao título. Não é fácil, longe disso. Mas eu acredito no nosso Seleccionador. Ele já nos levou aonde outros nunca nos levaram, porque é que não nos leva desta vez? Eu confio nele, mas espero que ele e os marmanjos que ele Convocar se empenhem a sério em treinarem para o Euro. Estou a contar com isso, espero que não me desiludem.

Enfim, a ver no que isto vai dar...
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