sábado, 31 de maio de 2008

Portugal 2 Geórgia 0

Esta tarde, Portugal defrontou a Geórgia em jogo de carácter particular. Vencemos por 2-0, golos de João Moutinho, aos 19 minutos, e de Simão Sabrosa, por conversão de grande penalidade, aos 44 minutos.

Antes de mais nada, importa referir que este foi o primeiro triunfo da Selecção Portuguesa este ano. É claro que tínhamos a obrigação de vencer, sendo a Geórgia uma adversária teoricamente mais fraca. E também o foi na prática, claro. Mas já se sabe como é a Selecção, tem a mania de não dar o seu melhor frente a selecções teoricamente mais fracas.

Toda a gente concorda, a primeira parte foi melhor do que a segunda. Na primeira, jogámos mais ou menos bem - não fomos brilhantes - e marcámos os golos. Na segunda, depois das várias substituições, basicamente o pessoal queria "pegar a bola e levá-la para casa", como disse Scolari, a Geórgia atacou mais, tendo havido uma ou duas ocasiões em que a Geórgia podia ter diminuido a desvantagem em relação a nós.

Gostei do golo do Moutinho, o primeiro que o jovem jogador marcou ao serviço da Selecção Nacional. Eu não gritei "GOLO!" mal ele marcou, esperei uns segundos para ter a certeza de que era mesmo golo. Muitas vezes, parece que é golo mas, afinal de contas, a bola passa de lado encostada às redes, criando uma ilusão de óptica. Aconteceu pelo menos uma situação destas durante o jogo. Outra situação de "falso golo" foi aquele pontapé livre do Cristiano que bateu na trave, veio a baixo muito perto da linha de baliza, o Ricardo Carvalho ainda tentou ir à recarga mas a bola foi outra vez à trave. Também nessa altura fiquei assim:

- Ai, ai. Entrou? Não entrou? Foi golo? Não foi golo?

O que vale é que hoje até estava bastante calminha, porque se tratava de um jogo particular com um adversário "acessível". Quando for contra a Turquia, de certeza que vou estar com os nervos em franja e se situações destas ocorrerem, de certeza que vou celebrar o "falso golo".

Um ruído de fundo constante eram os gritos do seleccionador georgiano. O pobre do homem fartava-se de gritar com os jogadores, mais do que um adepto armado em treinador-de-bancada. Segundo os comentadores, parece que isso é típico dele, que também gritou assim durante do treino da Geórgia. Gabo a paciência dos jogadores georgianos. De resto, ouviam-se bem os gritos dos jogadores dentro de campo, o que me agradou. Aproxima-nos mais dos marmanjos. Gosto de saber como é que eles se tratam uns aos outros, de saber mais ou menos o que estão a pensar e a sentir.

Enfim, não foi um mau jogo mas também não foi nada de especial. Só espero é que tenha ajudado o Mister a tirar conclusões sobre a melhor equipa para apresentar no Euro 2008.

Amanhã, os marmanjos deixam Viseu e voam para Suíça, para Neuchâtel. Espera-os lá uma comunidade de emigrantes para lhes dar as boas-vindas, tal como há dois anos, em Marienfeld, Alemanha, uma comunidade de emigrantes esperava a Selecção. Os bilhetes para o primeiro treino já estão esgotados. Já se sabe, o pessoal de Neuchâtel vai apaparicar a Selecção tanto quanto puder, para onde quer que ela vá. Temos sorte de estes dois últimos campeonatos internacionais de selecções serem em países com muitos emigrantes portugueses. Assim, os marmanjos sentem-se em casa. O pior vai ser durante o Mundial 2010 na África do Sul. Isto se Portugal se qualificar, claro... (porque não?).
É como se dizia no Mundial 2006, no que toca ao apoio à nossa Selecção, somos campeões indiscutíveis.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Jogos


Ontem (terça-feira), às seis da manhã, foram postos à venda os bilhetes para o Portugal-Geórgia, às 6 da manhã e ao fim do dia já estavam esgotadíssimos. Não que me admire muito, já toda a gente sabe o que a casa gasta. Aliás, todos sabemos. Nos noticiários da noite mostraram alguns adeptos na fila, alguns com ideias meio malucas. Tínhamos, por exemplo, um velhote que trouxeram um banquinho para se sentar enquanto esperava na fila e um senhor que andava a distribuir petiscos gratuitos ao pessoal.

Fez-me lembrar o dia em que eu e o meu irmão fomos ao Estádio de Alvalade comprar bilhetes para o jogo contra a Sérvia, Setembro passado. Era uma Segunda-feira e a gente já tinha recuperado daquele empate amarguíssimo frente à Polónia devido a um golo que podia ter entrado para os "Apanhados". Estávamos todos entusiasmados para o jogo de daí a dois dias. A gente levantou-se cedinho e rumámos de Metro ao Campo Grande. Tinham-nos dito que as bilheteiras abriam às dez da manhã mas afinal só abriram ao meio-dia. Tivémos de acampar à porta das bilheteiras. Imagino a minha figura, sentada no chão, encostada à parede, de MP3 nos ouvidos e jornal gratuito na mão, a fazer o sudoku e as palavras cruzadas. Mas foi uma experiência engraçada, diferente. E, de resto, como entretanto se formara uma filazinha generosa, eu e o meu irmão demos graças por termos chegado cedo.

No dia do jogo chovia a potes. Só arranjámos lugar para estacionar perto da Faculdade de Ciências, para chegar ao Estádio íamos morrendo afogados. O que vale é que o boné protege um bocadinho a cabeça da chuva. Chegámos ao Estádio encharcados até aos ossos. Felizmente, à hora do jogo, parou de chover. E até foi divertido. Pelo menos até ao minuto 87...

O que eu não faço pela Selecção... Já aguentei os calores do Sara para ir ter com os marmanjos ao Jamor depois do Mundial, já enfrentei tempestades para ir assistir ao um jogo... Eles devem-me tantas...

De resto, assistir a um jogo ao vivo é uma experiência completamente diferente. É uma sensação estranha ter malta que a gente só vê na televisão a poucos metros de distância de nós. Sentir que se a gente gritar eles podem ouvir-nos (o que não acontece quando vemos o jogo pela televisão, embora o pessoal não deixe de gritar por causa disso...). Lembro-me que, no primeiro jogo que assisti ao vivo, o Portugal-Espanha do Euro 2004, estranhei não ouvir a voz do locutor da televisão.

Foi, de resto, outro jogo memorável. Os espanhóis eram em menor múmero que os tugas, mas começaram desde muito cedo a fazer barulho. É claro que a nossa resposta não tardou. Mergulhámos de cabeça na guerra de gritos e cânticos. Resultado: antes do jogo começar, já o meu irmão ficara rouco. O jogo em si foi um dos melhores do Euro 2004. Marcou o início deste ciclo de triunfos e de identificação popular com a Selecção. Diverti-me imenso. Quando o Nuno Álvares Pereira, quer dizer, o Nuno Gomes marcou, foi uma festa. Toda a gente se pôs de pé, agitando bandeiras e cachecóis, gritando, saltando. Um sujeito sentado à nossa frente trocou com cada um de nós um "dá-cá-mais-cinco!", apesar de nunca o termos visto mais gordo. Foi realmente o máximo.

Geralmente, quando não vou ao estádio, gosto sempre de assistir a jogos com várias pessoas, em cafés ou parecido. O ambiente fica parecido com o dos estádios. Mas nem sempre é possível e tenho de me contentar com o sofá da sala ou a mesa do jantar, com os meus pais e os meus irmãos. A minha mãe gosta de se armar em pessimista, dizendo coisas do género "Pronto, os outros já vão marcar" quando o adversário ataca, mas nos momentos decisivos sofre bastante. O meu pai gosta de se armar em desmancha-prazeres, de dizer de forma bem irritante "Mas o que é que isso interessa!?" quando estamos a falar de futebol, de dar uma de pessimista como a minha mãe, mas, se for preciso, fica vidrado a olhar para a televisão (o que irrita solenemente a minha mãe, sobretudo quando ele devia era ajudar a levantar a mesa) e quando Portugal marca é o que mais salta e festeja. Abençoada coerência.

Em relação a mim, às vezes fico mais nervosa com um jogo do que com um teste ou exame. Os nervos geralmente dão-me a volta aos intestinos e tenho quase sempre de ir à casa de banho no intervalo. Durante o jogo, falo bastante (e, noutras alturas, até sou de poucas falas), desde gritinhos de treinadora-de-sofá-da-sala ou de-mesa-do-jantar meio histéricos do género "Ó homem, tira-me a bola daí!" a comentários um bocado totós do género "Meu, o nariz daquele tipo é bem grande". Estes ditos divertem os meus pais (e a mim própria) mas irritam o meu irmão. Ele gosta de ver o jogo mais ou menos em silêncio e fica vidrado, como o meu pai. A minha irmã reage mais ou menos como eu, mas às vezes exagera na histeria, sem ser propriamente necessário.

Em princípio, este Sábado vou ver o jogo em casa. Como se trata de um particular e o adversário não é, por exemplo, a Grécia ou a Itália, suponho que não vá sofrer tanto como o habitual. Em todo o caso, espero que seja um bom jogo, que seja a nossa primeira vitória este ano.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Bandeiras


Na Sexta à noite, Cristiano Ronaldo, Nani, Ricardo Carvalho e Paulo Ferreira juntaram-se aos colegas em Viseu. Agora sim, a Selecção está completa. Os marmanjos tiveram ontem um dia de folga mas já regressaram ao trabalho.

Foi também na Sexta-feira, mas à tarde, que arranjei tempo para pendurar a bandeira à janela. Na verdade, pendurei duas. Uma, grande, no quarto do meu irmão, que no dele dá mais jeito. Outra, mais pequenina, a pedido da minha irmã, no nosso quarto, colada por dento ao vidro. Só espero que a bandeira grande resista ao péssimo tempo que tem feito nestes dias. Acho que fomos dos primeiros no meu prédio a pôr bandeira. Este ano ainda não se vêem muitas bandeiras, pelo menos no meu bairro, talvez mesmo por causa do mau tempo. Se bem que ontem, ao passar na IC19, já perto de Pina Manique, vi numa das margens uma rua cheiinha delas. Talvez mais perto do Europeu e quando o tempo melhorar passemos a ver mais.

Lembro-me do lema da Selecção durante o Mundial 2006 escrito no respectivo autocarro: "À janela uma bandeira/No relvado uma nação inteira. Força Portugal!". A deste ano é diferente: "Este autocarro é movido a Vontade de Vencer". Também é gira só que faz lembrar um bocado o slogan da Galp. Ao menos a do Mundial tem um toque muito mais "nosso" por causa da referência às bandeiras nas janelas. De resto, no site da Federação onde li sobre o lema (http://www.fpf.pt/portal/page/portal/PORTAL_FUTEBOL/SELECCOES/NOTICIA?notid=4186602) diz que foram os adeptos quem votaram... Também achei graça às frases dos autocarros das outras Selecções. A minha favorita foi, por acaso, a da Turquia: "Türkiye aski bu otobüse sigar mi?". Traduzida: "Caberá a paixão turca neste autocarro?". Também gosto da da Suíça: "Endstation: Wien". Traduzida: "Destino final: Viena". Vão ao site para verem as outras frases, que são bem giras.

Tive uma pena danada de não ter podido assinar o autocarro da Selecção. Só soube do evento no próprio dia, se tivesse sabido mais cedo, talvez arranjasse maneira de ir lá dar um pulinho. De resto, para dizer tudo o que me vai na alma, provavelmente escrevinharia no autocarro todo, pneus e pára-brisas incluidos. Enfim, fica para a próxima. O que me vale é que tenho este blog, e como os marmanjos têm Internet nos quartos dos hóteis, talvez, com um bocadinho de sorte, dêem com ele...

Tomoyo Yasumoto é uma japonesinha de 22 ou 23 anos que, deixando para trás o seu emprego, foi, literalmente, "ao outro lado do Mundo" para conhecer a Selecção Nacional e, em particular o Paulo Ferreira, o seu jogador favorito. Ela neste momento deve andar por Viseu, a assistir aos treinos, a seguir o autocarro da Selecção, etc. Hoje ela finalmente encontrou-se com o seu adorado Paulo, este assinou-lhe a camisola e tirou uma fotografia com ela, cumprindo o desejo da sua adepta das mais fiéis. Depois disto, a sortuda vai para a Suíça, para Neuchâtel, acompanhar a Selecção Nacional para onde quer que ela vá. Ah, tenho cá uma inveja da miúda... Também eu gostava de mandar os meus exames à fava, sair de casa de mochila às costas, cachecol e boné da Selecção, passar estes dias a Viseu e depois ir também para a Suíça, nem que tivesse de dormir num banco de jardim. Mesmo que não pudesse assistir aos jogos no estádio, podia conviver com adeptos de outras selecções, assistir aos treinos abertos ao público, seguir o autocarro da Selecção...

Enfim, já que tem essa oportunidade, que Tomoyo a aproveite bem. E, de resto, uma parte de mim nestes dias, viaja com a Selecção no autocarro deles e segue-os para onde que que vão...

sexta-feira, 23 de maio de 2008

"Um por todos e todos por um"


Na Quarta-feira, o Manchester United derrotou o Chelsea na final da Liga dos Campeões. O Cristiano Ronaldo e o Nani sagraram-se Campeões da Europa de Clubes, depois de o primeiro ter marcado um golo e falhado um penálti. O Scolari aproveitou esse jogo para dar uma lição sobre união e entreajuda.

Ele foi recebido e homenageado pelo cantor luso-brasileiro(?) Roberto Leal, numa Conferência de Imprensa ontem de manhã. O cantor fez de mensageiro do Presidente do Brasil Lula da Silva e no inesquecível Pelé. "O Brasil está com Portugal no Euro 2008", foi a mensagem. É a velha história dos "países irmãos".

A presença do Roberto Leal na conferência fez-me lembrar a recepção à Selecção no Estádio do Jamor, há dois anos, no dia da final do Mundial, depois da derrota frente à Alemanha por 3-0. Eu estive lá e duvido que alguma vez esqueça esse dia.

Estava um calor infernal, podia-se fritar ovos nas bancadas. Acho que até ouve uma miúda que se sentiu mal. Antes da chegada dos marmanjos actuavam cantores "pimba" com canções alusivas à Selecção e ao Mundial. Nos intervalos, violinistas tocavam os acordes de "I Will Survive", que geralmente soam depois dos golos da Selecção e uma voz nos altifalantes ia dizendo coisas como "A Selecção já saiu do aeroporto", "A Selecção está na 2ª Circular", "A Selecção está já na A5" e eu só perguntava:

- Mas quando é que eles chegam, pá?!?

Eles chegaram e foi uma festa. Foi quase como se nós é que fôssemos campeões do Mundo, como se as derrotas frente à França e à Alemanha não passassem de pesadelos de uma noite mal dormida. O discurso do Figo, que ia abandonar a Selecção, interrompido por cânticos de "Campeões, Campeões, nós somos Campeões!" e, depois, o discurso de Scolari, interrompido por gritos de "Fica! Fica! Fica!". "Vocês são campeões do carinho de do sentimento. Orgulhem-se do quarto lugar. Nunca deixem de acreditar e pode ser que, um dia, cá estaremos para comemorar uma grande vitória". Toda a gente cantando o hino, esticando cachecóis, jogadores incluídos - o Cristiano tinha o dele de pernas para o ar. Depois, toda a gente a cantar e a dançar, ao som de "Uma Casa Portuguesa" cantada pelo Roberto Leal. Vários jogadores puseram-se a brincar com os instrumentos e tudo. E, no fim, eu e vários tugas fomos dizer adeus aos marmanjos ao autocarro. Foi a primeira vez que vi de perto jogadores como o Maniche, o Figo, o Cristiano e o Simão. Inesquecível.

Foi nesse dia, nessa altura que eu (e outros para além de mim, tenho a certeza) acreditei que o sonho falhara mas ainda não morrera, ainda estava, ainda está, bem vivo, à espera que se cumprido. Um dia a Taça virá para Portugal.

Mas voltando à Conferência de ontem de manhã, o Mister aproveitou o penálti falhado pelo Cristiano para transmitir um apelo à união. "Aprendemos que um jogador não pode carregar os 20, mas sim que os 20 podem carregar um. Quando o Cristiano falhou a grande penalidade, a época podia ter sido marcada negativamente para ele. Mas os companheiros de equipa ajudaram-no e é isso que queremos na nossa Selecção.” Uma excelente época feita pelo Ronaldo podia ter ido pelo cano abaixo, se aquele penálti falhado roubasse a Taça ao United, mas, felizmente a equipa ajudou a corrigir o erro. O mesmo tem de acontecer na Selecção.

A gente tem um bocado a ideia que a Selecção é (só) o Cristiano Ronaldo, tal como achávamos antes que a Selecção era (só) o Figo. Mas não era, não é e nunca será só um jogador. A Selecção é o Cristiano Ronaldo, o Scolari, o Murtosa, o Ricardo, o Quaresma, o Nani, o Simão, o Nuno Gomes, o Fernando Meira, e por aí fora. E são eles, não só o Cristiano, que no Euro 2008 vão lutar pela Taça, para que seja desta que o sonho se torne realidade.

É a velha máxima do "Um por todos e todos por um".

terça-feira, 20 de maio de 2008

"Viseu rima com Europeu. Selecção rima com coração." - O início do est

No Domingo passado, o Sporting ganhou a Taça de Portugal ao F.C. Porto. Eu por acaso estava a torcer pelo Sporting, mais porque esse é o clube do meu irmão do que por outro motivo qualquer. Como não tenho clube, ou pelo menos não tenho clube fixo, as minhas simpatias variam consoante os jogos. Não ligo à maior parte dos jogos da Liga, só quando há um "Clássico" é que me interesso um bocadinho. Nas competições europeias torço sempre pela nossa equipa. Gosto do Porto porque é lá que joga o Quaresma, o Bosingwa e jogava o Hélder Postiga. Gosto do Benfica, por causa do Nuno Gomes, do Rui Costa e por ser o antigo clube do Simão. Gosto do Sporting por causa do Moutinho, do Miguel Veloso e por ser onde o Ricardo e o Nani jogavam no ano passado. Gosto dos três de forma mais ou menos igual.

Mas o que interessa é que, com esta final, terminou a época para os clubes em Portugal e começou a época da Selecção. Segunda-feira passada, os eleitos de Scolari concentraram-se em Viseu. Só não vieram Ricardo Carvalho, Paulo Ferreira, Nani e Cristiano Ronaldo, que vão participar na final da Liga dos Campeões, e o Pepe, que está em digressão com o Real Madrid e vêm hoje à noite - o que deixou Scolari e o resto do pessoal da Federação fulos e frustrados.

Já agora faço só um aparte em relação à final da Champions. Ainda não sei por quem vou torcer hoje. Por um lado, gostava que o Manchester United ganhasse para aumentar as hipóteses de o Cristiano ser eleito o Melhor Jogador do Mundo no próximo ano, por outro lado, gostava que o Chelsea ganhasse para que o pessoal pudesse esfregar a Taça no nariz de José Mourinho. Enfim, vamos ver no que dá. Boa sorte para ambas as equipas.

Praticamente todos os jogadores que prestaram declarações à Comunicação Social disseram a mesma coisa quando questionados sobre as possibilidades de a Selecção chegar à final: não elevem demasiado a fasquia, temos de passar a primeira fase antes de mais nada, depois logo se vê. O Nuno Gomes e o Rui Patrício disseram praticamente a mesma coisa na Conferência de Imprensa, Terça à tarde. Eu concordo com esta filosofia: estou um pouco menos confiante do que no início do Mundial 2006 e realmente acho que é melhor sermos realistas e pensarmos jogo a jogo, em vez de nos deixarmos levar pela euforia e nos considerarmos já campeões antes sequer de o Campeonato começar.

Entretanto, o Mister já definiu os números que os marmanjos vão usar nas costas:
1. Ricardo 2. Paulo Ferreira 3. Bruno Alves 4. Bosingwa 5. Fernando Meira
6. Raul Meireles 7. Cristiano Ronaldo 8. Petit 9. Hugo Almeida 10. João Moutinho 11. Simão 12. Quim 13. Miguel 14. Jorge Ribeiro 15. Pepe 16. Ricardo Carvalho 17. Ricardo Quaresma 18. Miguel Veloso 19. Nani 20. Deco 21. Nuno Gomes 22. Rui Patrício 23. Hélder Postiga

O destaque vai para o Ronaldo que herda o número 7 do insubstituível Luís Figo. Pessoalmente, acho um bocado estranho, estava tão habituada ao 17 ser o número do Cristiano Ronaldo e ao 7 ser o número do Figo. Mas, é claro, se a gente "fechasse" o número da camisola de todo o jogador que se destacasse , às tantas já não havia número para toda a gente. Ou então, teríamos de usar números de 3 ou 4 dígitos. Enfim, vou ter de me habituar a ver o 17 nas costas do Quaresma em vez de ser nas do Cristiano.

Os capitães tambem já foram escolhidos: Nuno Gomes, Cristiano Ronaldo, Petit, Simão e Ricardo Carvalho. Nada a assinalar.

Ontem à tarde foi o primeiro treino deste estágio que teve direito a assistência. Os lugares esgotaram, tal como tinha acontecido durante o estágio em Évora. Eu tenho cá uma inveja dos viseenses... Tal como tive do pessoal de Évora em 2006. Quem me dera poder assistir também a um treino da Selecção. Em todo o caso, se alguém de Viseu por acaso ler isto, faço um apelo a que não percam um treino dentro das suas possibilidades, que façam aqueles "corredores de apoio" sempre que o autocarro passa e que gritem muito pela Selecção no meu lugar. Aproveitem bem estes dias de estágio já que são uns privilegiados do catano.

Tal como aconteceu no Euro 2004 e no Mundial 2006, os marmanjos não se podem queixar de falta de apoio, antes pelo contrário.

Ah, e antes que me esqueça, tenho de ir pendurar a minha bandeira à janela.

Indo eu, indo eu,
A caminho de Viseu,
Indo eu, indo eu,
A caminho de Viseu,
Encontrei a Selecção,
Ai Jesus que lá vou eu!
Encontrei a Selecção.
Ai Jesus que lá vou eu!

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Eurosondagem - "O envolvimento dos portugueses com a Selecção"


Na passada Quarta-feira, no início da Conferência de Imprensa a propósito da iniciativa Seja Sócio da Selecção da Federação Portuguesa de Futebol e do BES realizada na sede da FPF, foi apresentada uma sondagem realizada por Rui Oliveira Costa intitulada "O envolvimento dos portugueses com a Selecção". Os resultados completos estão neste site - http://www.fpf.pt/portal/page/portal/PORTAL_FUTEBOL/Comunicados/DIVERSOS/Apresentação_Seleccao%20versãoFPF.pdf - e basicamente só vieram confirmar o que já todos sabemos: que os portugueses adoram a sua Selecção.

A primeira questão é a seguinte: "Acompanha os jogos da Selecção Nacional de Futebol". Só 8,6% afirmaram não terem interesse na Selecção (também inclui os que não responderam), o resto, 91,4% respondeu que acompanha com interesse (36,9%) ou com muito interesse (54,5%). O que não é nada mau.
O estudo também revelou que as mulheres estão cada vez mais interessadas na Selecção. 40,8% dos "interessados" na Selecção são do sexo feminino. E 49,5% dos "muito interessados" também. Portanto, temos um número aproximadamente igual de homens e mulheres apoiando a turma de Scolari. Assim é que é, meninas!

Também ficou provado que os jovens são quem mais apoia Portugal, mas isso não admira. Não surpreendeu também o facto de as percentagens de interessados serem mais ou menos uniformes em todas as regiões do país.

Metade de nós, habitualmente vê todos os jogos da Selecção (49,6%), enquanto 38,8% de nós vêem "alguns". Também não é de estranhar, já que só há jogos mais ou menos uma vez por mês e são sempre transmitidos em canal aberto, ou seja, é relativamente fácil de acompanhar. Eu não perco um, dentro das minhas possibilidades.

A pergunta seguinte relacionava-se com a importância da Selecção em relação aos clubes. Os resultados também me agradaram. 41,1% dos inquiridos respondeu que a Selecção tem primazia, enquanto que 30,8% afirmaram que o respectivo clube e a Selecção estão empatados. Para mim, que nem sequer tenho clube definido, a Selecção é claramente a mais importante. Ainda no mesmo tema, 58,7% de nós afirmam que preferiam que a Selecção ganhasse o Euro 2008 do que o respectivo clube ganhasse a Liga dos Campeões, contra 29,8%. Eu preferia que os primeiros fossem mais abundantes mas, enfim, um clube português nas competições europeias também está a representar Portugal.

Em relação à ligação afectiva à Selecção, cerca de três quartos dos inquiridos afirmam que esta é, pelo menos, "grande" (73,7%). 39% afirma mesmo que a ligação à Selecção é "muito grande". Vejam lá se adivinham o que eu votaria...

De seguida, perguntou-se que se fosse criado uma espécie de "Estatuto de Sócio/Apoiante da Selecção", como aquela que foi efectivamente criada, o que é que a gente fazia. 54,7 % gostariam de aderir e 33,3% iriam pensar no assunto. Eu, se tivesse participado na sondagem, estaria incluida nos 33,3. Foi assim que reagi à tal iniciativa "Seja Sócio da Selecção". Eu sei que é sem custos, mas mesmo assim, não sei se valeria muito a pena. Neste momento estou a estudar, raramente tenho oportunidade para ir assistir a um jogo, muito menos se é longe de casa, não valeria a pena estar a roubar o lugar a alguém com mais disponibilidade do que eu. Talvez daqui a uns anos...

E, apesar de ter pena de não poder assistir a mais jogos, acredito naquela máxima da música do "Menos Ais" do Mundial: Sem esquecer que, nas grandes emoções, quando grita um português gritam logo 15 milhões".

Por outro lado, 58,3%, quando inquiridos sobre quanto estariam dispostos a pagar para serem sócios, afirmam que só sderem se for grátis. 27,5% aceitam pagar até 10 euros. Eu concordo. Realmente não vale a pena pagar muito, com um ou dois jogos por mês (na melhor das hipóteses). 38,1% afirmaram ainda que o principal benefício de ser sócio são bilhetes mais baratos e 21,5% responderam "Sorteio de viagens para acompanhar a Selecção". Esta foi a última questão colocada.

Enfim, basicamente nada desta sondagem me surpreendeu por aí além. Toda a gente sabe que nós estamos sempre com a Selecção. É por isso que nós ficamos mais felizes durante Campeonatos Internacionais de Selecções, como o Euro 2008.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Cobertura Televisiva


Não gostei nada de saber que, neste Campeonato Europeu, é a TVI a transmitir os jogos no nosso país (juntamente com a SPORT TV). Eu há já algum tempo que não gosto nada daquele canal de televisão, por vários motivos.


A principal razão é porque me irrita solenemente que aquela gente passe a vida a gabar-se: "Ah e tal, nós somos a televisão mais popular do país", "Ah e tal, assistiram 3 milhões de pessoas à novela X e 2,5 milhões à novela Y". Eu odeio convencidos. Repetem há anos esta cantilena que sempre me enjoou.


Além disso, na minha opinião, a TVI é mais uma televisão de novelas e reality shows do que uma televisão de futebol. E de novelas sem grande interesse, na minha opinião. Segundo o que diz a minha avó, os actores são sempre os mesmos, só muda quanto entra um "Ex-Moranguito", os enredos são quase iguais, metem quase sempre uma mulher que seduz homens ricos, amores "impossíveis" cheios de obstáculos, etc, etc. Com os Morangos passa-se mais ou menos a mesma coisa. Em todas as séries há sempre um galã que se "apaixona pela primeira vez" sempre pela primeira miúda que o manda dar uma curva (quando a ouvimos dizer algo do género "Daquele tipo só quero é distância", já se sabe que daí a uns quantos episódios, mais coisa menos coisa, vê-mo-la na marmelada com ele), namoradas entrando na sala no exacto momento em que a outra beija o namorado, papás viciados em trabalho que nunca dão atenção aos meninos e que acabam divorciados, "rebeldes-de-trazer-por-casa" que se metem com alunos mais novos e são malcriados com os "stôres", o típico "stôr" tirano e antiquado (já contei três), a banda que se forma e que salta sempre logo para o estrelato, vá-se lá saber porquê, etc, etc.


Sinceramente, não percebo como é que o pessoal ainda se interessa por estas coisas. Ou gostam de ouvir a mesma letra com uma melodia diferente ou não têm mais nada que fazer. Eu também só vejo porque os meus irmãos insistem em ver aquilo à hora do jantar (ainda são novos, não percebem destas coisas) e, de resto, como na televisão da cozinha não temos TVCabo, a alternativa também não é muito melhor. A novela da SIC não nos atrai. Ainda gostava de "O Preço Certo" com o Jorge Gabriel mas o Fernando Mendes irrita-me. O que vale é que a minha irmã ainda pede para ver o Noddy, isto já perto da hora do telejornal, que sempre é o mal menor.


Para terminar, resta só dizer que não vou com a cara da Manuela Moura Guedes, do Manuel Luís Goucha, da Júlia Pinheiro, do Miguel Sousa Tavares e outra gente que tal.


Como eu estava a dizer, não gosto da ideia de ver a Selecção Nacional no mesmo saco onde estão estes programas. Não deve ter lá muita graça estar a ver um jogo ao mesmo tempo que no rodapé passam informações sobre os episódios das novelas. Ou pior, se eles se põem a fazer campanha de apoio à Selecção com os Morangos. Já foi suficientemente ridículo terem posto a Floribella de cachecol verde e vermelho durante o Mundial 2006.


Além disso, acho um bocado hipócrita só se terem "lembrado" da Selecção Nacional agora que o Euro 2008 está à porta. A RTP está sempre atrás da Selecção, transmitiu todos os jogos do apuramento, fez várias emissões especiais, mesmo durante o Mundial sem o direito de transmitir os jogos, tinha aquele programa diário, o "Alemanha 2006", salvo erro, e enquanto isso, as outras duas televisões "esqueceram-se" da Selecção durante o apuramento. Se a TVI quisesse transmitir o apuramento ganhava os direitos de cobertura quase de certeza com o lucro das (supostas) "audiências elevadas". É puro marketing.


Eu admito que este meu "embirranço" me tornou um bocado tendenciosa e praticamente se transformou em preconceito. Foi por a TVI ter os direitos de transmissão e ter feito quase toda a campanha para "As Sete Maravilhas do Mundo" que eu quase ignorei o evento. Só espero que não aconteça o mesmo com o Europeu.


Também não concordo nada com o facto de termos um único canal de sinal aberto a transmitir os jogos do Euro, ainda por cima quando o outro canal é da TVCabo e pago à parte. E, provavelmente, vai-se fazer como no Mundial e proibir os cafés e restaurantes de ligarem a SPORT TV para os clientes verem. Eu vou ter a SPORT TV pelo menos durante o mês de Junho mas outros, coitados. E depois queixem-se que o nosso país é dos países participantes o que teve menos gente a ver os jogos pela televisão, como aconteceu no Mundial...


Eu estou para aqui a dizer estas coisas mas no fundo, no fundo, nada disto interessa realmente. Não importa que o canal deixe muito a desejar, o que interessa é que ajudem a criar uma onda de apoio à Selecção Nacional, como as do Euro 2004 e do Mundial 2006. Mesmo que tenham outras intenções, mesmo que, para o fazerem, usem como símbolo um morango verde e vermelho ou outra foleirada qualquer, interessa é porem os tugas a gritar "POR-TU-GAL! POR-TU-GAL!". O resto não passa de conversa fiada.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Devaneios depois do anúncio dos Convocados

Há pouco só pude dar a lista dos Convocados mas agora tenho tempo para reflectir sobre essa lista.

Temos dez ou onze novidades em relação ao Mundia 2006. A lista é, mais jogador, menos jogador, a esperada. A maior surpresa foi, de facto, a ausência de Maniche e de Caneira.

Está-se mesmo a ver que estes dois serão, muito provavelmente, os "pobres rejeitadinhos" deste Campeonato. Contudo, são situações diferentes do que o que aconteceu com o Quaresma e com o Vítor Baía, sobretudo no que diz respeito ao Maniche. Ao fim e ao cabo, este tem sido um titular indiscutível ao longo destes anos, marcou dois golos (espectaculares, diga-se de passagem...) em cada Campeonato Internacional em que entrou, tem sido uma das estrelas. Claro que já se tinha dito antes que o Maniche não estava em grande forma, não tem jogado muito, podia não ser Convocado mas mesmo assim... Não estava nada à espera de o ver fora da lista.

Vou ter "saudades" do Maniche durante o Europeu, dos seus golos como tiros de canhão apontados às balizas adversárias. Tal como tive durante aquele ano em que o Scolari não o Convocou. Ele é um dos meus jogadores preferidos. Ainda por cima, agora que o Jorge Ribeiro também se juntou aos Eleitos, ia ser engraçado termos dois manos a jogar por Portugal.

Outra coisa que me surpreendeu foi a Escolha de Hélder Postiga. Durante o último ano, o Mister quase não o Chamou, jogando o Makukula no seu lugar. Eu suponho que seja pelo facto de este último não estar a jogar no Benfica - ele próprio se queixou disso há poucos dias - enquanto que o Hélder, pelo que dizem, tem estado a subir de rendimento.

Tenho pena que o Ma-Makukula tenha de ver o Euro pela televisão mas estou satisfeita por o Hélder vir. O Hélder é outro dos meus jogadores favoritos. Bastante giro, diga-se de passagem... Só que tem um desempenho um bocado irregular. Quando está em forma, é brilhante. Lembram-se daquele golo fenomenal que ele marcou frente à Bélgica, no ano passado? De resto, não dá muito nas vistas. Se o Scolari acha que ele neste momento está a atravessar uma boa fase...

Em todo o caso mantenho o que disse ontem: moderação nas críticas, pessoal!

Mudando de assunto, antes de terminar, ontem à noite estive no site da Federação (http://www.fpf.pt/portal/page/portal/PORTAL_FUTEBOL/Comunicados/DIVERSOS/convocados_euro2008.pdf) a cuscar as fichas dos Convocados e descobri algumas curiosidades. Entre as quais, que o nome verdadeiro do Miguel é Luís Miguel. Pensava que o seu nome futebolístico era o primeiro nome. Também que descobri que o último nome do Quaresma é Bernardo. O seu nome completo é Ricardo Andrade Quaresma Bernardo. Neste caso, ainda bem que ele ficou só com Quaresma porque eu também não gosto nada do nome Bernardo. Dêem uma espreitadela no site para descobrirem mais cusquices.

Enfim, o estágio começa na próxima Segunda-feira, dia 19.

Os Convocados




Scolari divulgou ontem à noite, pelas 20 horas, no Solar do Dão, em Viseu, os 23 Seleccionados para representar Portugal no Euro 2008. Eis a lista completa.

Guarda-Redes (3):
Quim (SL Benfica)
Ricardo (Real Bétis)
Rui Patrício (Sporting CP)

Defesas (8):
Bruno Alves (FC Porto)
Fernando Meira (Estugarda)
Jorge Ribeiro (Boavista FC)
Bosingwa (FC Porto)
Pepe (Real Madrid)
Miguel (Valencia)
Paulo Ferreira (Chelsea FC)
Ricardo Carvalho (Chelsea FC)

Médios (5):
Deco (FC Barcelona)
Petit (SL Benfica)
João Moutinho (Sporting CP)
Miguel Veloso (Sporting CP)
Raul Meireles (FC Porto)

Avançados (7):
Cristiano Ronaldo (Manchester United)
Hélder Postiga (Panathinaikos)
Hugo Almeida (Werder Bremen)
Nani (Manchester United)
Nuno Gomes (SL Benfica)
Ricardo Quaresma (FC Porto)
Simão Sabrosa (Atlético de Madrid)

Como diria César ao preparar-se para passar o Rubicão, "Alea jacta est" - a sorte está lançada. As cartas foram escolhidas, falta descobrir a estratégia para o póquer.

O Euro 2008 começou...

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Devaneios antes do anúncio dos Convocados

Como já disse, é hoje que Scolari divulga os convocados para o Euro 2008. Sempre quero ver quem é que a Comunicação Social irá escolher para "pobre rejeitadinho" desta vez. Há quatro anos foi o Vítor Baía. Há dois anos foi o Ricardo Quaresma. Este ano ainda não deu para perceber quem é. Mas aposto que hão-de arranjar um jogador que não faça parte da lista dos convocados que sirva de pretexto para uma polémica.

Porque a Comunicação Social adora uma boa polémica. Ao fim e ao cabo, polémicas são minas de ouro: dão conteúdo para a primeira meia hora dos telejornais e meia duzia de páginas dos jornais, os comentadores têm algo sobre o qual falar ou escrever nas suas habituais crónicas, há assunto para fóruns de opinião e os humoristas têm material para os seus sketches. Por isso, os jornalistas estimulam as chamadas "guerras de palavras" entre figuras públicas, o cidadão comum a criticar o Governo nas reportagens, etc.

Vou dar como exemplo a fuga de gás ou lá o que era na Cidade Universitária, algures em Janeiro passado. Eu lembro-me de ver uma reportagem, já não sei em que canal, em que o(a) jornalista entrevistava uma empregada de uma das faculdades. Ela estava a comentar que ia regressar ao trabalho depois daquele susto, blá, blá, blá. A disposição dela era a de quem vai para o trabalho como todos os dias, quase como se nada de anormal se tivesse passado. A certa altura, porém, o(a) jornalista pergunta algo do género: "Mas não tem medo de voltar ao trabalho depois de tudo o que aconteceu?". Via-se logo que queria puxar um "Ah sim, isto só prova que a Faculdade não tem segurança nenhuma, a culpa é do Governo, aquilo é uma cambada de incompetentes, etc, etc" ou algo parecido. O que vale é que a empregada disse que não.

É por isso que vou confiando cada vez menos na Comunicação Social. Caem que nem abutres sobre a desgraça das pessoas de modo a ganhar audiências. E o caso da "Casa dos Horrores" na Áustria é outro exemplo. Todos os dias surgem com novos pornenores doentios sobre este caso macabro, até enjoa.

Em todo o caso, voltando à questão dos rejeitadinhos, na altura destes dois casos também não percebi muito bem porque é que o Mister embirrou com estes. Ao fim e ao cabo, no ano de 2004 o Vítor Baía foi o melhor guarda-redes da Europa, e, em 2006, o Quaresma foi um dos melhores jogadores da Liga. E ainda hoje não percebo muito bem, sobretudo o caso do Vítor.

Por outro lado, houve claramente um exagero, uma exploração dos casos até à exaustão por parte dos media. No primeiro caso, não sei como é que alguém pensou que Scolari iria Convocar um jogador que ele nunca Convocara antes, nem uma vez, e depois fizeram um escarcéu daquele tamanho. No segundo caso tenho menos argumentos mas, ainda assim, nós já tínhamos três jogadores óptimos na posição do Quaresma: o Figo, o Ronaldo e o Simão. Ia ser muito difícil conciliar quatro jogadores óptimos. Sei que é uma desculpa fraca mas, por outro lado, não foi pela falta do Vítor Baía que nós perdemos com a Grécia, nem foi pela falta do Quaresma que a gente perdeu com a França e depois com a Alemanha. E, de resto, depois do Mundial, o Quaresma passou a pertencer aos habituais da Selecção.

Faço agora uns dois apartes. Primeiro: há dois anos, pouco depois dos Convocados, contaram-me uma anedota. Pergunta: "Porque é que o Scolari não Convocou o Quaresma? Resposta: Por causa do Maniche. Ele não pode ter um olho do burro e outro no cigano." Não tem assim grande piada, mas, se se lembrarem, o Scolari convocou o Quaresma na primeira jornada do Apuramento para o Euro, em Setembro, mas ele falhou porque se lesionou. O Maniche também foi Convocado nessa e jogou normalmente. Na jornada seguinte, em Outubro, o Quaresma não foi Convocado, acho, porque ainda não estava em forma. Essa jornada foi também a última em que o Maniche participou antes do jogo com a Polónia, em Setembro do ano passado. A partir dessa altura, durante mais ou menos um ano, o Scolari deixou de Convocar o Maniche mas passou a Convocar o Quaresma. Ou seja, sempre que o Quaresma jogava o Maniche não jogava e vice-versa. E eu lembrei-me da anedota e pensei: "A brincar, a brincar...". Mas felizmente voltou tudo ao "normal" depois de o Quaresma e o Maniche jogarem ambos contra a Polónia, em Setembro.

Segundo aparte: gostava de imaginar o que diriam os críticos da época "Pré-Mundial", que julgavam que o Scolari embirrara com o Quaresma, se soubessem que seria "para defender o menino" que o Mister "agrediria" um sérvio e seria suspenso por três jogos por causa disso...

Voltando ao assunto dos "rejeitadinhos", quero ainda dizer que a gente tem muito a mania de nos armarmos em treinadores de bancada, de televisão, de rádio, de coluna do jornal, de blog, de sofá da sala, de café da esquina, etc, etc, mas se a gente estivesse no lugar do Mister provavelmente não faríamos melhor trabalho do que ele faz. Não estou a negar o direito à opinião, só estou a apelar a uma maior moderação nas críticas. O Seleccionador não é estúpido, ele sabe o que faz e as razões porque o faz.

Por fim, acho que o Mister precisa é do nosso apoio, não precisa que critiquem negativamente todas as suas decisões. Agora é esperar para ver o que sai da Conferência de Imprensa hoje às oito da noite.

Mudemos de assunto. Queria falar das minhas expectativas para o Euro 2008. Por um lado, estou confiante de que a Selecção vai fazer um bom desempenho no Campeonato. Por outro lado, tenho uma certa reserva. O apuramento para o Euro não foi exactamente brilhante, recentemente perdemos frente à Itália e à Grécia, duas das nossas adversárias directas e pertencentes ao lote dos favoritos. Temos óptimos jogadores mas falta construir uma equipa sólida, diz Scolari e outros. Vai ser difícil, talvez mais difícil do que no Euro 2004 e no Mundial 2006. Nesta situação, a expressão "A vida consite não em ter boas cartas na mão mas sim em saber jogar as que se tem" e a fábula da Lebre e da Tartaruga aplicam-se que nem ginjas. Se a gente tem boas armas mas não as sabe gerir, estas de nada servem.

A grande questão é se Scolari será capaz de transformar uma Selecção de estrelas desarticuladas numa equipa forte, candidata ao título. Não é fácil, longe disso. Mas eu acredito no nosso Seleccionador. Ele já nos levou aonde outros nunca nos levaram, porque é que não nos leva desta vez? Eu confio nele, mas espero que ele e os marmanjos que ele Convocar se empenhem a sério em treinarem para o Euro. Estou a contar com isso, espero que não me desiludem.

Enfim, a ver no que isto vai dar...

Primeira entrada

Cá vamos nós outra vez! Hoje Luiz Felipe Scolari, o Seleccionador Nacional, anuncia os convocados que representarão Portugal no Campeonato Europeu de Futebol a realizar no próximo mês na Áustria e na Suíça. Por outras palavras, o Euro 2008 começa hoje.

Sim, eu sei que só começa oficialmente no dia 7 de Junho. Só que, para mim, é como se começasse hoje. A Liga Portuguesa já terminou, só faltam as finais das Taças, o estágio da Selecção começa daqui a uma semana. Daqui a uns tempos, tudo o que se relacione com clubes quase que irá "desaparecer" (exceptuando uma ou outra notícia relacionada com as transferências de técnicos ou jogadores) e a Selecção Nacional estará no centro das atenções. Nós começaremos a enfeitar as janelas com bandeiras, a organizar manifestações de apoio aos Portugas, a assistir aos treinos como se de jogos se tratassem, a ter emissões especiais por parte dos media em dias de jogo, a seguir a Selecção para tudo quanto é sítio, a sonhar com uma vitória na final. Em suma, este mês e meio, dois meses, vão ser dias diferentes, dias de festa, em que todo o país vibra com a Selecção. Como aconteceu no Euro 2004 e no Mundial 2006.

Lembram-se de um anúncio da Coca-Cola da altura do Mundial 2006? Aparentemente, um cientista tinha descoberto um vírus, altamente contagioso, que estava a infectar muitos portugueses, senão todos, de forma igual em ambos os sexos e todas as faixas etárias, deixando-os loucos pela Selecção. No meu caso, há muito que esta doença se tornou crónica. Durante a maior parte do tempo, o tal vírus mantém-se em estado de latência, despertando sempre que a Selecção joga. Os sintomas tornam-se mais agudos durante Campeonatos Internacionais como estes.

Por outras palavras, eu sou doida pela Selecção. Até à medula. Para mim, o futebol praticamente se circunscreve à Selecção. Não tenho clube. Ou melhor, o meu clube é a Selecção!

Este é um blog temporário, que estará disponível durante cerca de dois meses, até ao fim do Euro 2008. Vai ser uma espécie de diário do Euro. Aqui registarei o que se vai passando com a Selecção, os pensamentos e emoções relacionados. Para que, mais tarde, possa ler e voltar a recordar. E, quem sabe?, se tudo correr bem, posso usar estes registos para contar aos meus filhos e netos como é que foi sermos campeões da Europa pela primeira vez...

Mas não quero que contenha apenas impressões minhas. Gostava que os visitantes do blog fossem também deixando algumas impressões nos comentários. Conforme os assuntos, eu posso deixar perguntas do género: "Quem é que acham que jogou melhor no jogo de hoje?", "Que acham do facto de o Scolari ter trocado o jogador X pelo Y?", "Qual é a vossa aposta para o jogo de amanhã?", etc, etc.

Em relação a mim, eu tenho 18 anos e vocês conhecer-me-ão por BG.
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