Ontem, a Selecção Portuguesa saiu derrotada, por duas bolas a uma, do encontro particular realizado no Estádio de Genebra, na Suíça, em que defrontou a Argentina.
Foi um belo jogo de futebol, sobretudo durante a primeira parte, muito equilibrado. Todos concordam que o empate teria sido o resultado mais justo. Mas já lá vamos.
Assisti ao jogo pela televisão, durante a primeira parte, enquanto jantava com a minha família, durante a segunda parte, na sala, com o meu pai e o meu irmão. Estive bem mais descontraída do que estaria se este fosse um encontro oficial.
Tal como previ, a Selecção Nacional jogou em casa. Uma boa parte das trinta mil almas que emolduravam o campo eram portuguesas. Estavam mais portugueses no Estádio de Genebra, na Suíça, do que, se calhar, estavam no Estádio da Luz, em Portugal, durante o jogo contra a Espanha. O hino português foi entoado em plenos pulmões e ecoou por todo o Estádio - um momento mágico, como costuma ser o hino nacional no início de cada jogo da Selecção. Durante todo o encontro, os portugueses fizeram-se ouvir, claramente; mais uma vez - mais do que costumam fazer-se ouvir em jogos em território nacional.
Razão tem, se calhar, Pauleta quando disse, há tempos, que mais valia a Selecção disputar os seus encontros no estrangeiro, em países com significativas comunidades de emigrantes. Mas, pelo menos no que toca ao público reduzido, quem sou eu para falar? Eu, que gosto de me chamar "verdadeira adepta", mas não ponho os pés num jogo da Selecção há três anos e meio? Obviamente que, por minha vontade, já teria ido a vários jogos, mas suponho que seja essa a situação da maior parte das pessoas. Os preços dos bilhetes, a crise, as horas tardias em dias de semana, a meteorologia, nada disso ajuda...
Mas voltemos ao Portugal-Argentina. O golo do Di Maria, aos catorze minutos, não me aborreceu muito. Tive foi medo que o golo desnorteasse os Marmanjos. Isso talvez acontecesse há bem pouco tempo, mas não aconteceu ontem. Como provou o golo do Cristiano Ronaldo, poucos minutos depois.
- Ó Messi, vem cá dar um abracinho - gracejou o meu irmão, enquanto os Marmanjos celebravam o tento.
O Cristiano marcou, deste modo, o primeiro golo da Selecção no ano de 2011. Que seja o primeiro de muitos!
Até ao intervalo, manteve-se o ritmo elevado. A Selecção entrou bem na segunda parte, embora tenha falhado algumas oportunidades inacreditáveis, tendo sido o maior desperdício aquele cometido por Hugo Almeida aos cinquenta e seis minutos. Se tivessem marcado, as coisas podiam ter corrido de maneira bem diferente...
Entretanto, Ruí Patrício, que tomou o lugar do Eduardo na segunda parte, defendeu de forma soberba um livre cobrado por Messi. Como disse o meu irmão, poucos guarda-redes se podem gabar de terem defendido um pontapé livre executado pelo actual Melhor do Mundo. É bom saber que existem opções para a posição de guarda-redes.
O meu irmão disse que, neste jogo, Paulo Bento não substituiria Cristiano Ronaldo. Era o único jogo em que não o substituiria. Enganou-se. O Seleccionador falava a sério quando afirmou que não via o Portugal-Argentina como um duelo Ronaldo-Messi. Desse modo, poucos minutos depois de o meu irmão ter falado, Bento trocou o madeirense pelo Danny.
Tal decisão suscitou protestos por parte do público mas eu acho que fez bem. Tratava-se de um jogo particular, de treino. Testar as armas é mais importante do que o espectáculo ou mesmo do que a vitória.
Por outro lado, espero bem que Paulo Bento tenha tirado conclusões com estas substituições que, depois delas, o jogo ficou extremamente enfadonho... Mas isto já é habitual nos particulares, depois de metade da equipa actual ter ido para o banco.
Como já muita gente assinalou, o segundo golo da Argentina acabou por surgir "quando ambas as equipas já estavam conformadas com a igualdade". E, como foi em cima do minuto noventa, já não houve tempo para dar a volta ao texto.
Paulo Bento teve a sua primeira derrota ao leme da Selecção, mas tal não é grave. Não macula de forma nenhuma o excelente trabalho que tem vindo a desenvolver desde que assumiu o cargo. Provámos, mais uma vez, como também já muitos observaram, que temos o que é preciso para enfrentarmos quaisquer adversários como iguais. A Selecção continua em alta, em crescendo. Como disse Hélder Postiga, "a equipa mostrou qualidade para estar no Europeu da Ucrânia e Polónia em 2012 e só temos de continuar assim". Como disse Cristiano Ronaldo, " esta é uma Selecção totalmente diferente da que jogou o Mundial 2010 mais ainda temos muito trabalho pela frente para estarmos ao melhor nível no Europeu em 2012".
Perdemos um particular com uma das melhores selecções do Mundo pela margem mínima, por um pormenor. E depois? É para isso que servem os jogos particulares, para testarmos opções, tácticas, detectar os nossos pontos fracos, cometermos erros, para que, quando entrarmos em capo para lutar por três pontos, estarmos preparados. Esta derrota não influenciará a Qualificação para o Euro 2012, pelo menos não pela negativa. E, se tiver servido para Paulo Bento tirar ilações e tornar a Selecção mais forte, este jogo particular influenciará a campanha, certamente, pela positiva.
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