Realizar-se-á em breve o play-off de acesso ao Campeonato Europeu de Selecções, a realizar-se em 2012 na Polónia e na Ucrânia. A Selecção Portuguesa de Futebol disputá-lo-á com a sua congénere bósnia num jogo a duas mãos. A primeira realizar-se-á dia 11 de Novembro em Zenica, na Bósnia-Herzegovina. A segunda realizar-se-á dia 15 de Novembro, no Estádio da Luz.
Paulo Bento divulgou a lista de Convocados para este play-off na passada Sexta-feira, precisamente a uma semana da primeira mão. Não existem grandes novidades na lista, embora se destaque o regresso de habituais como Fábio Coentrão, Pepe, Danny e Hugo Almeida – dando a Paulo Bento uma “maior possibilidade de escolha” e, pelo menos a mim, uma maior tranquilidade.
Muitos têm alertado para o potencial da Bósnia, que cresceu durante os dois anos que nos separam da última vez que jogámos contra eles, no play-off de acesso ao Mundial 2010. Incluindo um integrante da selecção que será a nossa adversária. “Crescemos como equipa e temos mais experiência do que no último play-off”, afirmou recentemente o médio bósnio Zvjedzan Misimovic. “Há muita qualidade no ataque e também estamos um pouco melhores na defesa. A nossa autoconfiança aumentou.” E, apesar de reconhecer o nosso valor, observou: “Nem tudo está fácil para eles [Portugal]. Qualquer Selecção com tanto potencial teria conseguido o apuramento directo.” Essa doeu.
Contudo – apesar de ser a primeira a reconhecer que não domino o assunto – acho que Portugal também melhorou alguma coisa neste intervalo de tempo, em particular, no último ano. Pelo menos, a Qualificação para o Europeu 2012 foi, em alguns aspectos, melhor do que a Qualificação para o Mundial 2010. Se bem se recordam, empatámos vários jogos, por vezes sem marcarmos um golo que fosse, só despertámos na parte final da qualificação, quando sentimos a corda ao pescoço. Na Qualificação, que terminou recentemente, ganhámos todos os jogos, exceptuando os dois primeiros e o último, marcámos generosamente em muitos deles, frente a adversários nem sempre assim tão fracos. O próprio Paulo Bento disse na Conferência de Imprensa em que anunciou os Convocados: Não vou desconfiar de quem durante um ano e picos fez tudo o que devia fazer e, por um jogo, pôr tudo em causa. Adorei esta declaração.
Tendo tudo isto em conta, o prognóstico do Seleccionador de cinquenta por cento de hipóteses para cada lado, acaba por ser o mais sensato. Acredito, além disso, que podemos esperar um play-off bem disputado, emocionante como só um jogo da Selecção consegue ser.
Luís Figo, que, no mesmo dia em que os Convocados foram divulgados, completou trinta e nove anos de existência, disse, mais do que uma vez, que acreditava numa vitória das cores nacionais embora tenha avisado que “não era o fim do futebol português” se isso não acontecesse. É óbvio que tem razão. Contudo, como já disse antes, penso eu, nunca coloco sequer essa hipótese. Sei que não é assim tão remota, mas, pura e simplesmente, não quero sequer pensar em ficar de fora de um Campeonato de Selecções. Muito menos agora, que as coisas estão cada vez mais negras para o nosso País. Como já repeti umas mil vezes, precisamos de algo bom por que esperar no futuro. Mesmo que o Europeu não dê em nada, mesmo que, mais tarde, se venha a descobrir que a Selecção não funcionava tão bem como parecia, tal como aconteceu no Mundial 2010, aquelas semanas em que se preparam as fases finais são uma fuga à rotina, uma fonte extra de alegria, um período de entusiasmo por antecipação que eu, pelo menos, prezo.
Como tal, não peço aos jogadores que se qualifiquem ou morram tentando, mas que, pelo menos, façam um esforço. E acredito que o farão. Como afirmou Paulo Bento, “se não estivermos motivados para jogar uma fase final, dificilmente estaremos motivados para alguma coisa”. É como diz a música: “o people é sereno mas play-off é p’ra ganhar”.
Um aparte só para comentar que uma das vantagens de voltarmos a jogar com a Bósnia é podermos reutilizar o Menos Ais Versão Play-off (AQUI). Ainda me custa a acreditar que já tem dois anos de idade…
Não sei se poderei actualizar o blogue antes do jogo de Sexta-feira, visto que terei uma semana muito ocupada. Mas obviamente poderão contar com uma análise à primeira mão nos dias seguintes.
O dia 11 será um dia multiplamente especial para mim uma vez que a minha mãe completará meio século de idade, como diz o meu pai; ainda por cima numa capicua. Só no meu aniversário é que nunca há jogos da Selecção… À hora da primeira mão do play-off estarei, certamente, no jantar de anos da minha mãe. Em princípio o restaurante terá televisão – se tiver, será bom assistir ao jogo com várias pessoas, como no meu último encontro com a Noruega. Se não tiver, tenho sempre o meu leitor de MP3.
A minha mãe não liga tanto à Selecção como eu (também deve haver pouca gente a ligar tanto ou mais do que eu…) mas os Marmanjos podiam dar-lhe um belo presente vencendo em Zenica e adiantando-se no caminho para o Europeu. À minha mãe e a todos os portugueses. Acredito, ou melhor, sei que, embora não possam prometê-lo sem margem de erro, a Selecção tudo fará para nos dar tal presente. E ninguém esperaria menos.
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