É amanhã que a Selecção Portuguesa entra em campo para defrontar a Costa do Marfim. Muito se tem falado, escrito, comentado, especulado, criticado, profetizado em relação à nossa potencial prestação no Mundial, mas será a partir de amanhã que veremos o que realmente acontecerá, o que a Selecção realmente fará. Faltam menos de 24 horas. Não sentem já aquele bichinho?
O Mundial propriamente dito já começou há três dias. Confesso que não tenho seguido os jogos com muito interesse, mas tenho tentado estar a par dos resultados e das notícias mais importantes. Estive sem Internet este fim-de-semana... Ando a tomar nota dos resultados num calendariozinho que andaram a distribuir como publicidade a uma escola de condução que abriu há pouco tempo e que a minha vizinha me ofereceu. Depois, quando tiver tempo, passo os resultados para o mapa que está afixado na parede do meu quarto. Parece que, de resto, os jogos têm sido um bocado entediantes, com empates, vitórias pela margem mínima... Exceptuando o Alemanha-Austrália. De resto, é a nossa Selecção que realmente me interessa.
Uma das coisas que tem sido duramente criticada é a vuvuzela. Os adeptos levam este instrumento para os estádios e durante todo o jogo ouve-se um constante zumbido - e eu interrogo-me como é que há fôlego para tanto. Para nós, que assistimos ao jogo pela televisão e podemos regular o som, até pode ser tolerável, mas para quem lá está deve incomodar. Cheguei a ler num jornal que o barulho pode ser tão prejudicial aos nossos ouvidos como o ruído de uma motosserra. Vários jogadores se têm queixado que não se conseguem ouvir uns aos outros em campo. Hoje até ouvi que os jogadores holandeses (ou os dinamarqueses, não tenho a certeza) andaram a praticar a linguagem gestual para comunicarem entre si. Evra, capitão da Selecção Francesa chegou mesmo a culpar as vuvuzelas pelo empate frente ao Uruguai. Pois, claro! Pelo menos em relação a esta última, como diria a minha professora de Português: Eu sei dançar! O chão da sala é que está torto! Mas, piadas à parte, já se pondera pura e simplesmente proibir as vuvuzelas.
Eu acho triste ter de se chegar a esse ponto. Eu gostei da ideia das vuvuzelas, por motivos que já expliquei aqui e por outros. A vuvuzela podia tornar-se o símbolo do Mundial da Àfrica do Sul. Nos últimos tempos, oiço ocasionalmente o som de uma vuvuzela vinda da rua, o que me recorda a Selecção e me faz sorrir. Só que o pessoal exagerou. A sério, não podiam limitar-se a soprar a vuvuzela depois dos golos ou assim? Não, tinham logo de estragar tudo, de obrigar a FIFA a proibi-las!
Aquela campanha toda da Galp, do toca-a-vuvuzela-para-apoiar-a-Selecção, corre o risco de ser pior a emenda que o soneto... Agora seria mais adequado tocar as vuvuzelas quando o adversário tem a posse de bola, como sinal de vaia. Aposto que o Simão já se arrependeu de ter entrado na campanha.
Mudemos de assunto.
Na semana passada, mais rigorosamente no dia 9, li n'O Correio da Manhã sobre uma metáfora criada por um jornal sueco, de nome Dagens Nyheter, que achei muito engraçada. Estes comparam os concorrentes do Mundial a animais da selva africana. Assim, nós, os portugueses, somos como as chitas, uma vez que as nossas maiores armas são a "velocidade e capacidade de preparar emboscadas às presas". Também são apontadas como potencialidades da Selecção Portuguesa "a rapidez e a potência de Cristiano Ronaldo".
A Selecção brasileira é comparada com o leão, o Rei da selva. Segundo o jornal, os nossos irmãos precisam de "organização e cooperação para atingir os seus objectivos". O búfalo é a Argentina, uma vez que "ninguém se atreve a atacar". A Selecção Alemã é um elefante, por ser "a mais pesada e experiente da selva". A Espanha é elegante e mortífera como o leopardo. Finalmente, a Àfrica do Sul é como a zebra - engraçada mas uma presa fácil. Tive imensa pena de não falarem de mais equipas para além destas.
OK, falemos então da viagem iniciamos amanhã à tarde. Eu tenho de confessar uma coisa: tenho um bocadinho de medo. Não me interpretem mal, não é por não acreditar, nem nada disso. Contudo, não consigo evitá-lo. Quer dizer, nunca deixei de apoiar a Selecção e contudo, os jogadores deram-me várias desilusões ao longo destes últimos dois anos. Não consigo deixar de recear que as coisas corram mal. De resto, já senti medo no Euro 2008 e até no Mundial 2006. Quem não tiver nem que seja um bocadinho de medo que falhemos, quem tiver certezas absolutas de que vamos ser bem-sucedidos, que atire a primeira pedra!
Contudo, pegando de novo na metáfora cliché dos Descobrimentos, se os nossos antepassados não tivessem conseguido ultrapassar o medo, nunca teriam descoberto nem a Madeira e os Açores, quanto mais a Índia! Quem quer passar além do Bojador/ tem que passar além da dor.
Além disso, nós até temos condições para fazer uma boa prestação. Tivemos um mês para preparar o Mundial. Não estivemos mal nos dois últimos particulares e num dos quais enfrentámos outra Selecção qualificada para o Campeonato do Mundo. Já ficou provado que os Navegadores actuam melhor sobre pressão. No futebol, tudo é possível. Porque não?
Em suma, em relação a este assunto, não me considero nem optimista, nem pessimista. Considero-me realista, se bem que inclinada para o optimismo. Segundo uma frase cujo o autor desconheço, O pessimista queixa-se do vento, o optimista espera que ele mude, o realista ajusta as velas. Nesta metáfora, o ajustar das velas corresponde a darmos tudo o que temos em campo e a puxarmos pela Selecção até ao limite, até deixar de ser possível. É isso que tenciono fazer amanhã e enquanto a Selecção estiver na Àfrica do Sul. Em frente, Portugal! Vamos a eles!
Termino esta entrada com um poema que vi na Sexta-feira, dia 11, no Destak, na parte das cartas dos leitores. Só não me lembro do autor...
Com a Selecção no coração!
Portugal vai cantar,
Portugal vai amar
estar com a Selecção
amá-la com o coração!
Embalemos para a vitória,
ficando na própria história
Tenhamos muita esperança
e toda a confiança!
Acompanhemos com amor,
como Povo lutador,
Olhemos a Selecção,
com fé e emoçao!
Orgulhemo-nos da Selecção,
cantando-lhe com devoçao.
sabendo dar-lhe a mão.
como hino da Nação!
Portugal vai cantar,
Portugal vai amar.
Estando com a Selecção,
temo-la no coração!
O Mundial propriamente dito já começou há três dias. Confesso que não tenho seguido os jogos com muito interesse, mas tenho tentado estar a par dos resultados e das notícias mais importantes. Estive sem Internet este fim-de-semana... Ando a tomar nota dos resultados num calendariozinho que andaram a distribuir como publicidade a uma escola de condução que abriu há pouco tempo e que a minha vizinha me ofereceu. Depois, quando tiver tempo, passo os resultados para o mapa que está afixado na parede do meu quarto. Parece que, de resto, os jogos têm sido um bocado entediantes, com empates, vitórias pela margem mínima... Exceptuando o Alemanha-Austrália. De resto, é a nossa Selecção que realmente me interessa.
Uma das coisas que tem sido duramente criticada é a vuvuzela. Os adeptos levam este instrumento para os estádios e durante todo o jogo ouve-se um constante zumbido - e eu interrogo-me como é que há fôlego para tanto. Para nós, que assistimos ao jogo pela televisão e podemos regular o som, até pode ser tolerável, mas para quem lá está deve incomodar. Cheguei a ler num jornal que o barulho pode ser tão prejudicial aos nossos ouvidos como o ruído de uma motosserra. Vários jogadores se têm queixado que não se conseguem ouvir uns aos outros em campo. Hoje até ouvi que os jogadores holandeses (ou os dinamarqueses, não tenho a certeza) andaram a praticar a linguagem gestual para comunicarem entre si. Evra, capitão da Selecção Francesa chegou mesmo a culpar as vuvuzelas pelo empate frente ao Uruguai. Pois, claro! Pelo menos em relação a esta última, como diria a minha professora de Português: Eu sei dançar! O chão da sala é que está torto! Mas, piadas à parte, já se pondera pura e simplesmente proibir as vuvuzelas.
Eu acho triste ter de se chegar a esse ponto. Eu gostei da ideia das vuvuzelas, por motivos que já expliquei aqui e por outros. A vuvuzela podia tornar-se o símbolo do Mundial da Àfrica do Sul. Nos últimos tempos, oiço ocasionalmente o som de uma vuvuzela vinda da rua, o que me recorda a Selecção e me faz sorrir. Só que o pessoal exagerou. A sério, não podiam limitar-se a soprar a vuvuzela depois dos golos ou assim? Não, tinham logo de estragar tudo, de obrigar a FIFA a proibi-las!
Aquela campanha toda da Galp, do toca-a-vuvuzela-para-apoiar-a-Selecção, corre o risco de ser pior a emenda que o soneto... Agora seria mais adequado tocar as vuvuzelas quando o adversário tem a posse de bola, como sinal de vaia. Aposto que o Simão já se arrependeu de ter entrado na campanha.
Mudemos de assunto.
Na semana passada, mais rigorosamente no dia 9, li n'O Correio da Manhã sobre uma metáfora criada por um jornal sueco, de nome Dagens Nyheter, que achei muito engraçada. Estes comparam os concorrentes do Mundial a animais da selva africana. Assim, nós, os portugueses, somos como as chitas, uma vez que as nossas maiores armas são a "velocidade e capacidade de preparar emboscadas às presas". Também são apontadas como potencialidades da Selecção Portuguesa "a rapidez e a potência de Cristiano Ronaldo".
A Selecção brasileira é comparada com o leão, o Rei da selva. Segundo o jornal, os nossos irmãos precisam de "organização e cooperação para atingir os seus objectivos". O búfalo é a Argentina, uma vez que "ninguém se atreve a atacar". A Selecção Alemã é um elefante, por ser "a mais pesada e experiente da selva". A Espanha é elegante e mortífera como o leopardo. Finalmente, a Àfrica do Sul é como a zebra - engraçada mas uma presa fácil. Tive imensa pena de não falarem de mais equipas para além destas.
OK, falemos então da viagem iniciamos amanhã à tarde. Eu tenho de confessar uma coisa: tenho um bocadinho de medo. Não me interpretem mal, não é por não acreditar, nem nada disso. Contudo, não consigo evitá-lo. Quer dizer, nunca deixei de apoiar a Selecção e contudo, os jogadores deram-me várias desilusões ao longo destes últimos dois anos. Não consigo deixar de recear que as coisas corram mal. De resto, já senti medo no Euro 2008 e até no Mundial 2006. Quem não tiver nem que seja um bocadinho de medo que falhemos, quem tiver certezas absolutas de que vamos ser bem-sucedidos, que atire a primeira pedra!
Contudo, pegando de novo na metáfora cliché dos Descobrimentos, se os nossos antepassados não tivessem conseguido ultrapassar o medo, nunca teriam descoberto nem a Madeira e os Açores, quanto mais a Índia! Quem quer passar além do Bojador/ tem que passar além da dor.
Além disso, nós até temos condições para fazer uma boa prestação. Tivemos um mês para preparar o Mundial. Não estivemos mal nos dois últimos particulares e num dos quais enfrentámos outra Selecção qualificada para o Campeonato do Mundo. Já ficou provado que os Navegadores actuam melhor sobre pressão. No futebol, tudo é possível. Porque não?
Em suma, em relação a este assunto, não me considero nem optimista, nem pessimista. Considero-me realista, se bem que inclinada para o optimismo. Segundo uma frase cujo o autor desconheço, O pessimista queixa-se do vento, o optimista espera que ele mude, o realista ajusta as velas. Nesta metáfora, o ajustar das velas corresponde a darmos tudo o que temos em campo e a puxarmos pela Selecção até ao limite, até deixar de ser possível. É isso que tenciono fazer amanhã e enquanto a Selecção estiver na Àfrica do Sul. Em frente, Portugal! Vamos a eles!
Termino esta entrada com um poema que vi na Sexta-feira, dia 11, no Destak, na parte das cartas dos leitores. Só não me lembro do autor...
Com a Selecção no coração!
Portugal vai cantar,
Portugal vai amar
estar com a Selecção
amá-la com o coração!
Embalemos para a vitória,
ficando na própria história
Tenhamos muita esperança
e toda a confiança!
Acompanhemos com amor,
como Povo lutador,
Olhemos a Selecção,
com fé e emoçao!
Orgulhemo-nos da Selecção,
cantando-lhe com devoçao.
sabendo dar-lhe a mão.
como hino da Nação!
Portugal vai cantar,
Portugal vai amar.
Estando com a Selecção,
temo-la no coração!
1 comentário:
Concordo completamente em relação as vuvuzelas...Eu simplesmente já nao as posso ouvir....
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