A Espanha venceu-nos há pouco por uma bola sem resposta e expulsou-nos do Campeonato do Mundo 2010 da África do Sul. Fim da linha para a Turma das Quinas.
Ainda não acredito que já tenha tudo acabado. A verdade ainda não me atingiu por completo. Estava bastante optimista antes do jogo. Vocês leram a entrada anterior, que acabei de escrever poucas horas antes do início do encontro. Sabia que ia ser difícil, que não tínhamos os argumentos que tivemos noutras competições deste género, que havia equipas muito melhores do que a nossa, que a Espanha é uma das grandes candidatas ao título, mas tinha imensa fé na Selecção, imensa fé nestes homens, acreditava mesmo num milagre. Não foi o que aconteceu, agora vamos para casa.
Os nossos vizinhos entraram muito bem, fizeram para aí uns três ou quatro remates nos primeiros minutos, mas também serviu para o Eduardo "mostrar as garras", fazendo umas defesas espectaculares. Contudo, os portugueses, embora sem conseguirem ter muitas oportunidades, lá conseguiram travar o ímpeto espanhol. A primeira parte acabou, portanto, por ser muito equilibrada.
Na segunda parte, não percebi porque é que o Hugo Almeida saiu e pelos vistos não sou a única - e o pessoal já começa a pegar nesta substituição para esfaquear o treinador. O golo da Espanha foi o golpe fatal. Imediatamente antes do golo, eu e a minha irmã (com quem estava a ver o jogo) soltávamos gritinhos do género: "Agarra a bola!". Quando a bola cruzou a linha de baliza, emudecemos. No Telejornal da RTP usaram uma expressão excelente para descrever esses momentos: gelo absoluto. "O coração parou de bater aos 63 minutos..." Eu realmente sentia-me como se parte do meu cérebro tivesse sido congelada.
Antes do jogo, já se previa que a equipa que marcasse primeiro tinha o jogo quase ganho. Foi, de facto, o que aconteceu. Sofremos um golo e desfizémo-nos. Eu nem os posso censurar, pois também tive de fazer um esforço por me manter fiel à minha máxima: "Até o árbitro apitar três vezes". Eu nunca deixei de acreditar, embora fosse uma crença muito frágil.
Ainda não percebi muito bem porque é que o Ricardo Costa foi expulso. Nas repetições só mostravam o jogador espanhol agarrado à cara. Também não percebi muito bem porque é que o Ricardo Costa alinhou de início, mas não vou seguir o exemplo de muita gente por aí, que se prepara para crucificar o Seleccionador, quando provavelmente nem devem ter metade dos conhecimentos futebolísticos que Carlos Queiroz tem.
E o árbitro lá apitou três vezes, acabando de vez com o nosso sonho. Os espanhóis em festa, os portugueses com semblantes carregados, o Eduardo de lágrimas nos olhos. Ele realmente não merecia isto, depois de tudo o que fez pela Selecção, neste jogo e não só. De facto, já o elegeram, a ele e a Fábio Coentrão, como as grandes revelações da Selecção Nacional.
Entretanto, o Cristiano desceu na minha consideração. Quando ele passou, de lágrimas nos olhos, diga-se, na zona mista, quando os jornalistas lhe pediram explicações para a derrota, ele disse:
- Fale com o Carlos Queiroz!
Não sei se estas são as palavras exactas, mas isso não interessa para o caso. A polémica ainda não rebentou por completo, mas já se fala em "infantilidade", "birra" e "arrogância" e certamente esta frase será outra pedra atirada a Queiroz. Tal como critiquei Deco quando ele fez a sua declaração polémica, também critico o Cristiano pelo que disse. Eu pensava que ele tinha crescido, que estava a assumir-se como líder da Selecção, que estava a seguir os passos do Figo, mas pelos vistos estava redondamente enganada. Francamente, Ronaldo... Já se fala que o madeirense arrisca-se a perder a braçadeira de capitão. Eu concordo, mas duvido que tal aconteça. Contudo, também acho que o mediatismo associado a ele é exagerado: o Fábio Coentrão e o Eduardo fizeram muito mais pela Selecção neste Mundial do que ele e não se puseram a mandar bocas deste género. OK, ele não devia estar a pensar friamente, mas ele é adulto, valha-me Deus. Já não tem a desculpa de ser "jovem"... E ele é o capitão da equipa! Nas vitórias e nas derrotas!
Eu detesto estas situações, da mesma maneira que odiei o murro de João Pinto em 2002 e o "murro" de Scolari no Apuramento para o Euro 2008. Eu sei que não é comparável, mas já é mau perdermos, será pedir demais que o façam com um mínimo de dignidade, mantendo a equipa unida? Tem sempre de haver uma questão polémica para nos deitar ainda mais abaixo? O pior é que eu acho que esta polémica ainda agora começou...
Mudando de assunto, aposto que nos próximos dias vão pedir (ou exigir) a demissão de Carlos Queiroz. É o costume, o técnico é sempre a vítima preferida. Contudo, não acho que existam culpados para este resultado. Tanto quanto sei, todos fizeram o melhor que puderam. Já sabíamos que ia ser difícil. Os espanhóis marcaram, nós não, ponto final. Em relação ao Seleccionador, eu acho que ele deve continuar no comando da Selecção. Ele não tem feito um trabalho assim tão mau na Selecção. Nós demos luta neste Mundial. Não foi um completo fracasso. Se o treinador é responsável pelas coisas más, também é responsável pelas coisas boas. Além disso, a adaptação de Queiroz foi complicada e afectou o percurso da Selecção. Não precisamos de outra fase de adaptação.
Eu devia dizer algo do género: "OK, perdermos, agora temos de pensar na qualificação para o Euro 2012", mas ainda não estou nessa fase. A ferida é ainda recente. Contudo, existe algo que não mudou: o meu apoio à Selecção. Eu não sou daqueles pseudo-adeptos bipolares, que quando ganhamos é só elogiros à Selecção, mas quando perdermos só dizem cobras e lagartos de tudo e de todos. Eu não faço isso. Nunca o fiz e nunca o farei. Posso deixar de ser tão expressiva no meu apoio, mas não deixarei de apoiar. O meu clube é a Selecção. É o meu clube nas vitórias e nas derrotas. Até depois de morta. E não me interessa o que pensam disso.
Ainda não acredito que já tenha tudo acabado. A verdade ainda não me atingiu por completo. Estava bastante optimista antes do jogo. Vocês leram a entrada anterior, que acabei de escrever poucas horas antes do início do encontro. Sabia que ia ser difícil, que não tínhamos os argumentos que tivemos noutras competições deste género, que havia equipas muito melhores do que a nossa, que a Espanha é uma das grandes candidatas ao título, mas tinha imensa fé na Selecção, imensa fé nestes homens, acreditava mesmo num milagre. Não foi o que aconteceu, agora vamos para casa.
Os nossos vizinhos entraram muito bem, fizeram para aí uns três ou quatro remates nos primeiros minutos, mas também serviu para o Eduardo "mostrar as garras", fazendo umas defesas espectaculares. Contudo, os portugueses, embora sem conseguirem ter muitas oportunidades, lá conseguiram travar o ímpeto espanhol. A primeira parte acabou, portanto, por ser muito equilibrada.
Na segunda parte, não percebi porque é que o Hugo Almeida saiu e pelos vistos não sou a única - e o pessoal já começa a pegar nesta substituição para esfaquear o treinador. O golo da Espanha foi o golpe fatal. Imediatamente antes do golo, eu e a minha irmã (com quem estava a ver o jogo) soltávamos gritinhos do género: "Agarra a bola!". Quando a bola cruzou a linha de baliza, emudecemos. No Telejornal da RTP usaram uma expressão excelente para descrever esses momentos: gelo absoluto. "O coração parou de bater aos 63 minutos..." Eu realmente sentia-me como se parte do meu cérebro tivesse sido congelada.
Antes do jogo, já se previa que a equipa que marcasse primeiro tinha o jogo quase ganho. Foi, de facto, o que aconteceu. Sofremos um golo e desfizémo-nos. Eu nem os posso censurar, pois também tive de fazer um esforço por me manter fiel à minha máxima: "Até o árbitro apitar três vezes". Eu nunca deixei de acreditar, embora fosse uma crença muito frágil.
Ainda não percebi muito bem porque é que o Ricardo Costa foi expulso. Nas repetições só mostravam o jogador espanhol agarrado à cara. Também não percebi muito bem porque é que o Ricardo Costa alinhou de início, mas não vou seguir o exemplo de muita gente por aí, que se prepara para crucificar o Seleccionador, quando provavelmente nem devem ter metade dos conhecimentos futebolísticos que Carlos Queiroz tem.
E o árbitro lá apitou três vezes, acabando de vez com o nosso sonho. Os espanhóis em festa, os portugueses com semblantes carregados, o Eduardo de lágrimas nos olhos. Ele realmente não merecia isto, depois de tudo o que fez pela Selecção, neste jogo e não só. De facto, já o elegeram, a ele e a Fábio Coentrão, como as grandes revelações da Selecção Nacional.
Entretanto, o Cristiano desceu na minha consideração. Quando ele passou, de lágrimas nos olhos, diga-se, na zona mista, quando os jornalistas lhe pediram explicações para a derrota, ele disse:
- Fale com o Carlos Queiroz!
Não sei se estas são as palavras exactas, mas isso não interessa para o caso. A polémica ainda não rebentou por completo, mas já se fala em "infantilidade", "birra" e "arrogância" e certamente esta frase será outra pedra atirada a Queiroz. Tal como critiquei Deco quando ele fez a sua declaração polémica, também critico o Cristiano pelo que disse. Eu pensava que ele tinha crescido, que estava a assumir-se como líder da Selecção, que estava a seguir os passos do Figo, mas pelos vistos estava redondamente enganada. Francamente, Ronaldo... Já se fala que o madeirense arrisca-se a perder a braçadeira de capitão. Eu concordo, mas duvido que tal aconteça. Contudo, também acho que o mediatismo associado a ele é exagerado: o Fábio Coentrão e o Eduardo fizeram muito mais pela Selecção neste Mundial do que ele e não se puseram a mandar bocas deste género. OK, ele não devia estar a pensar friamente, mas ele é adulto, valha-me Deus. Já não tem a desculpa de ser "jovem"... E ele é o capitão da equipa! Nas vitórias e nas derrotas!
Eu detesto estas situações, da mesma maneira que odiei o murro de João Pinto em 2002 e o "murro" de Scolari no Apuramento para o Euro 2008. Eu sei que não é comparável, mas já é mau perdermos, será pedir demais que o façam com um mínimo de dignidade, mantendo a equipa unida? Tem sempre de haver uma questão polémica para nos deitar ainda mais abaixo? O pior é que eu acho que esta polémica ainda agora começou...
Mudando de assunto, aposto que nos próximos dias vão pedir (ou exigir) a demissão de Carlos Queiroz. É o costume, o técnico é sempre a vítima preferida. Contudo, não acho que existam culpados para este resultado. Tanto quanto sei, todos fizeram o melhor que puderam. Já sabíamos que ia ser difícil. Os espanhóis marcaram, nós não, ponto final. Em relação ao Seleccionador, eu acho que ele deve continuar no comando da Selecção. Ele não tem feito um trabalho assim tão mau na Selecção. Nós demos luta neste Mundial. Não foi um completo fracasso. Se o treinador é responsável pelas coisas más, também é responsável pelas coisas boas. Além disso, a adaptação de Queiroz foi complicada e afectou o percurso da Selecção. Não precisamos de outra fase de adaptação.
Eu devia dizer algo do género: "OK, perdermos, agora temos de pensar na qualificação para o Euro 2012", mas ainda não estou nessa fase. A ferida é ainda recente. Contudo, existe algo que não mudou: o meu apoio à Selecção. Eu não sou daqueles pseudo-adeptos bipolares, que quando ganhamos é só elogiros à Selecção, mas quando perdermos só dizem cobras e lagartos de tudo e de todos. Eu não faço isso. Nunca o fiz e nunca o farei. Posso deixar de ser tão expressiva no meu apoio, mas não deixarei de apoiar. O meu clube é a Selecção. É o meu clube nas vitórias e nas derrotas. Até depois de morta. E não me interessa o que pensam disso.
Sem comentários:
Enviar um comentário