sexta-feira, 18 de junho de 2010

Depois de uma semana de Mundial

Já passou uma semana desde o início do Campeonato do Mundo do ano de 2010. A primeira jornada, segundo consta, foi a primeira jornada com menos golos da história dos Mundiais. É claro que trouxe algumas surpresas, sendo a maior de todas a derrota da Espanha aos pés da Suíça, de que já falei na entrada anterior.

A segunda jornada só começou ontem (ou anteontem, não tenho bem a certeza) mas já mostrou trazer mais uns quantos golos (os 4-1 da Argentina frente à Coreia do Sul) e mais umas quantas surpresas. Uma delas, a derrota da França pelo México, por duas bolas sem resposta e, apenas há poucas horas atrás, a vitória da Sérvia frente à Alemanha.

Começo por falar da Espanha, visto que o seu percurso do Mundial é o que mais interessa à Turma das Quinas, dada a possibilidade dos nossos vizinhos se cruzarem connosco. Eu ainda estou em choque. A Espanha era a minha aposta para Campeã do Mundo. Mas, por outro lado, isto também me alivia, pois esta derrota diminui as probabilidades de os espanhóis passarem à fase seguinte em primeiro lugar. E como é quase impossível nós irmos para o mata-mata em primeiro lugar, assim, pode ser que não apanhemos a Espanha nos oitavos-de-final, se lá chegarmos.

Passemos agora à França. Confesso que a derrota deles quase que me satisfez mais do que a derrota da Espanha. Não deixa de ter o doce sabor da vingança por nos ter expulso do último Mundial com uma grande penalidade duvidosa, bem como por só terem conseguido passaporte para esta fase final através de uma "mão de Deus". Quem ainda deve estar mais feliz são os irlandeses. Ou antes, devem estar divididos entre a euforia ("Ah, ah! O castigo tarda mas não falha!") e a raiva ("Isto só prova que nós é que merecíamos estar lá!"). Hoje li no Record que a Pizza Hut de Dublin tinha prometido oferecer trezentas e cinquenta pizzas a uma equipa por casa golo que esta marcasse à França. Depois deste jogo, parece que os mexicanos vão ter direito a setecentas pizzas. Bom proveito!

Finalmente, soube há pouco que a Alemanha caiu aos pés da Sérvia, por uma bola sem resposta. É certo que os alemães estavam a jogar amputados de um jogador, mas mesmo assim... Lá se vai mais um grande candidato ao título... Eles que tinham reafirmado o seu carácter de favoritos depois do 4-0 frente à Austrália...

Realmente, os grandes já não são o que eram... O meu irmão até comentou:

- Comparados com estes, até nós parecemos bons... Agora já se percebe porque é que estamos em terceiro lugar no ranking: os habituais grandes não estão a dar uma para a caixa!

Com os habituais candidatos ao título a obterem resultados longe de brilhantes, vou-me convencendo cada vez mais que o resultado do nosso jogo de estreia não foi tão mau como certas pessoas pintaram. Quer dizer, nós ainda temos a "desculpa" de termos jogado com uma das melhores selecções africanas. A Inglaterra empatou com os Estados Unidos! E a Espanha perdeu com a Suíça! Hei, se os habituais favoritos continuarem a desiludir desta maneira, talvez até tenhamos hipóteses de sermos campeões! Eh, eh, eh!

No que toca à Selecção Portuguesa, ainda se sentem as réplicas das polémicas palavras de Deco no final do nosso jogo de estreia. Sobre este assunto, Laurentino Dias afirmou que os Navegadores deviam falar menos e jogar mais. "Mais futebol e menos conversa", pediu ele. O meu pai, por acaso, concorda com Laurentino Dias. Segundo o meu pai, não deviam deixar os jogadores de futebol falarem, pois, segundo ele, muitas vezes falam mal o português e raramente dão uma para a caixa. Admito que tanto ele como o Secretário de Estado do Desporto (é esse o cargo que Laurentino Dias ocupa, não é?) têm uma certa razão, mas pode haver quem conclua, a partir dessas palavras, que Laurentino Dias vê os Navegadores exclusivamente como jogadores, não como pessoas. Pois eu gosto de conhecer o lado humano dos jogadores, gosto de saber como é que sentem os jogos, como é que convivem uns com os outros, como é que se tratam uns aos outros. É por isso que gosto de programas como Ligados a Portugal e Os Incríveis, embora nem sempre tenha paciência para vê-los até ao fim.

Por outro lado, pude assistir às duas últimas Conferências de Imprensa de jogadores da Selecção (do Eduardo e do Liedson) e nenhum deles disse nada de especial. Foi quase tudo:

- Está tudo bem, o ambiente dentro da Selecção é óptimo, não, não tenho medo de ser substituído, o que interessa é a equipa, isto são decisoões do treinador, etc, etc, etc.

Parece que na semana passada não era tanto assim, desde que o Deco disse aquilo que os jogadores têm evitado ao máximo desviarem-se do politicamente correcto. Mas eu compreendo. Eles sabem que, se falam demais, a Comunicação Social pegam naquilo, exploram até ao tutano e a credibilidade da Selecção é que paga. Realmente, se fosse sempre assim é que não valia mesmo a pena ouvir os jogadores.

Eu não os posso censurar. Pode haver quem diga que os jogadores falam mal em público por terem poucos estudos, mas eu tenho o 12ºano feito e farto-me de gaguejar só para apresentar um mísero PowerPoint na Faculdade. Imaginem-me numa Conferência de Imprensa, com os holofotes todos voltados para mim... Não deve ser fácil lidar com a Imprensa.

Na Segunda-feira temos o nosso segundo jogo do Mundial, frente à Coreia do Norte. Será ao meio-dia e meia. Eu não sei se vou conseguir ver, visto que tenho um exame e devo passar o dia todo na Faculdade. Não devo encontrar televisão, devo só poder ouvir o relato pela rádio. E mesmo assim, não conseguirei ouvir a segunda parte toda, visto que o exame é às duas da tarde... Se queremos passar à segunda fase deste campeonato, teremos de ganhar à Coreia do Norte. E para ganharmos à Coreia do Norte, teremos de entrar em campo com uma atitude diferente da do jogo com a Costa do Marfim. Sem medo, pessoal! O Liedson disse hoje que, certamente, na Segunda-feira, os jogadores não estarão tão nervosos, visto que já não sentirão aquela ansiedade do jogo de estreia.

Eu acredito que venceremos a Coreia. Para já, é uma Selecção teoricamente mais fraca do que a da Costa do Marfim. Embora isso já pouco signifique - este Mundial está recheado de exemplos disso! Por outro lado, como já referi aqui no blogue, os Navegadores funcionam melhor se sentirem a qualificação ameaçada. Sim, é possível. Ainda é possível termos um bom Mundial. Eu acredito. E nunca deixarei de estar com a Selecção. Mesmo quando estiver no exame, totalmente concentrada na matéria, uma parte ínfima de mim não deixará de torcer por uma vitória. Força!

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