segunda-feira, 2 de junho de 2014

Portugal 0 Grécia 0 - Sem surpresa

No passado sábado, dia 31 de maio, a Seleção Portuguesa recebeu, no Estádio Nacional, a sua congénere grega em jogo de carácter particular. Tal encontro terminou com o marcador por inaugurar. Não posso dizer que tenha ficado surpreendida. Tal como referi anteriormente, depois das experiências dos últimos dois primeiros jogos das preparações do Mundial 2010 e do Euro 2012, não podia esperar muito melhor.

Não achei, contudo, que o jogo tivesse sido mau, tendo em conta as minhas baixas expectativas. Paulo Bento experimentou uma táctica diferente, com apenas dois médios (William Carvalho e Miguel Veloso) e com dois pontas-de-lança (Éder e Hélder Postiga). Não me vou alongar mais do que isto, que eu não percebo assim tanto deste assunto. Deixou de fora habituais titulares, como Moutinho, Meireles, bem como os portugueses do Real Madrid, Coentrão, Pepe e Ronaldo. A estratégia até não resultou mal: a Seleção Portuguesa entrou em campo muito desenvolta, conseguindo três oportunidades nos primeiros minutos de jogo. É claro que não podia, no entanto, faltar o nosso velho problema da finalização. A Grécia foi, de resto, igual a si própria : jogou em bloco baixo, na expectativa, sem correr riscos. Não impedidu, mesmo assim, alguns portugueses de darem uns ares de sua graça, sendo o maior exemplo Nani.


Confesso que não estava à espera que Nani jogasse tão bem. Por outro lado, conforme o próprio disse, já estou habituada à garra dele, ao inconformismo dele, quando joga pela Seleção. Pode ser que o velho Nani esteja a regressar. Esperemos que regresse a tempo do Mundial - seria até bom para a sua carreira, na minha opinião estagnada no Manchester United. Pelo menos, o primeiro passo está dado.

Não há muito mais a dizer sobre o jogo. Portugal dominou praticamente todo o encontro, mesmo quando o jogo entrou em ritmo de treino - também para evitar lesões, suponho. Só perto do final é que a Grécia pregou alguns sustos. Acho que merecíamos ter ganho, por pelo menos 1-0. Não deixei de esperar por esse golo embora, já mais para o fim, começasse a perceber que não passaria dali. É pena, pois acho que deixámos escapar uma oportunidade de termos a nossa vingançazita, ainda que meramente simbólica.

É claro que, com este empate, já vem tudo dizer que a culpa foi da ausência do Ronaldo, que a equipa não é nada sem ele, blá, blá, blá, blá, blá, blá. Como se nunca tivéssemos tido jogos pouco conseguidos com ele, com os problemas de finalização e tudo o mais. Um excelente exemplo é o particular com a Macedónia de há dois anos, disputado em circunstâncias semelhantes às atuais, com algumas diferenças: Ronaldo jogou, e sem limitações físicas, a Macedónia tinha menos argumentos que a Grécia e Portugal jogou pior que no sábado. É apenas um caso, entre muitos. O jogo com a Macedónia não provou nada - toda a gente sabe como correu o Euro 2012 - e não me parece que este jogo com a Grécia prove alguma coisa.


Já sei que as pessoas têm memória curta, mas toda a conversa do Ronaldo-mais-dez já enjoa. Irrita-me que quase todos adotem o mesmo discurso fácil, demagógico, que quase ninguém tenha abertura de espírito para olhar além do Ronaldo-mais-dez, para propor soluções, em vez de se limitar a apontar o dedo. 

Por outro lado, consta que o preconceito já se alastrou aos nossos adversários. Disso não me queixo - só temos a ganhar caso eles nos subestimem.

Nada disto, de resto, é algo a que não esteja habituada, sobretudo em vésperas de campeonatos de seleções. Eu nem me devia irritar tanto - às vezes, este tipo de ambiente é mais benéfico à Seleção do que uma confiança exagerada. Além disso, conforme já disse antes, tudo isto será esquecido assim que o Mundial começar a correr-nos bem. Mas... e se não correr?


Depois de terem sido recebidos pelo Presidente da República (e se terem comportado como uns autênticos totós, pelas fotografias que andam a sair), a Seleção Portuguesa encontra-se, neste preciso momento, em pleno voo direto a Newark, nos Estados Unidos, onde irão estagiar durante cerca de dez dias. Na madrugada de sexta-feira para sábado, de dia 6 para dia 7, à uma e meia da manhã da hora portuguesa, jogamos um particular com o México no já nosso conhecido Gillette Stadium. Consta que Portugal disputou poucos jogos com essa seleção, sendo que o encontro mais recente deu-se durante o Mundial 2006, encontro esse que ganhámos por 2-1, com uma equipa de suplentes, sem grande dificuldade. Não sei muito sobre o México, diria que está ao nosso alcance. No entanto, sendo um particular onde Paulo Bento quererá, certamente, fazer experiências, tudo pode acontecer, o resultado não será tão importante. Mas queria uma vitória, como quero sempre. Por motivos variados, entre os quais, para contrariar um pouco um certo cepticismo corrente na opinião pública em relação a este Mundial.

Aproveito este preciso momento, em que a Equipa de Todos Nós já deixou o nosso País, encontrando-se em pleno voo, para terminar esta entrada com o desejo de que os nossos Marmanjos não regressem antes de 14 de julho. 

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