quarta-feira, 11 de junho de 2008

Portugal 3 República Checa 1; Não vás, Scolari!


Ganhámos à República Checa! 3-1! Foi outro jogo de muitos, muitos nervos, mas também qual é o jogo da Selecção, especialmente durante fases finais como esta, que não o é? Com isto, e também com a derrota da Suíça, garantimos o primeiro lugar do grupo, haja o que houver, e um jogo a feijões no próximo domingo.

Mais uma vez, assisti a este jogo em casa, mas desta feita resolvemos experimentar desligar o som da televisão e ouvir o relato na rádio. Praticamente não havia diferença no timing, exceptuando algumas jogadas, como, por exemplo, os golos, em que dava a ideia que o rádio estava dois ou três segundos adiantado em relação à televisão. Gosto muito mais dos comentadores da rádio, que vivem intensamente o jogo e o relatam de forma bem emotiva, tão emotiva que muitas vezes dá vontade de rir. Um bom exemplo disto é um vídeo que encontrei no YouTube com o relato do desempate a penálties do jogo com a Inglaterra (o meu favorito do Mundial 2006): http://youtube.com/watch?v=tl0m2NaG8V0. Fartei-me de rir ao ouvir aqueles tipos... Os comentadores da televisão são demasiado passivos. Limitam-se a dizer o nome dos jogadores que têm a bola, algumas curiosidades e pouco mais... Não roçam os calcanhares dos da rádio.

A gente não jogou tão bem como jogámos contra a Turquia, pelo menos durante a primeira parte. É claro que os checos jogaram bem melhor do que os turcos e fizeram-nos suar. Em menos de dez minutos anularam-nos a vantagem obtida no início do encontro e fizémos das tripas coração para regressar à liderança. Por duas ou três vezes, estiveram bem perto de marcar mais uns golos, a sorte é que esteve do nosso lado. O Cech defendia tudo, o raio do homem!

O Deco, para mim e não só, foi o homem do jogo, mas o Cristiano Ronaldo é que foi escolhido pela UEFA, de uma forma um bocado injusta, na minha opinião. O Ronaldo também esteve muito bem, mas o Deco é que merecia o prémio, já que foi essencial nos três golos que a gente marcou. Como ele não tem o mediatismo do Cristiano, foi prejudicado. Mas, por outro lado, a equipa, no geral, esteve bem e mereceu ganhar.

A alegria da vitória foi estragada pela notícia de que o Scolari vai para o Chelsea no fim do Europeu. Eu soube da novidade quando vi a notícia publicada no sapo.pt. No início, não acreditei e repeti várias vezes em voz alta:

- Só podem estar a gozar!

Não estavam. Ainda fui ao site oficial do Chelsea para me certificar de que não era só um boato. Não era. Só mais tarde é que aceitei que era mesmo verdade, o Scolari vai-se embora.

Não estava nada à espera desta notícia. É claro que já se falava de uma eventual saída, afinal ele já cá está há cinco anos, mas, pelo que eu tinha percebido, tudo ia depender do nosso desempenho no Euro 2008, que ainda agora começou... Afinal de contas, já estava tudo definido. Como disse o João Gobern na sua crónica do "Pano para Mangas" da Antena1, afinal o Scolari não foi a Inglaterra só para dizer ao Ricardo Carvalho que ele ia ser um dos capitães da Selecção, quando podia tê-lo dito ao telefone. A gente devia ter desconfiado...

Como é que será a época "pós-Scolari"? Eu já mal me lembro da Selecção antes de ele vir! Parece que foi há séculos... Quem virá ocupar o lugar dele? Conseguirá continuar o ciclo de triunfos que o Scolari criou?

Eu acredito que a gente não vai deixar de ter sucesso só porque o Scolari vai dar de frosques. Afinal de contas, ele não foi o único responsável pelo óptimo desempenho da Selecção, nós também temos tido a sorte de ter jogadores talentosos. Mas lá que vou ter saudades do eterno "Felipão", do eterno "Sargentão", com o seu ar bonacheirão apesar do mau feitio, lá isso vou. E duvido que seja a única.

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