Ontem a Suíça derrotou Portugal por duas bolas sem resposta, num jogo em que o onze português era maioritariamente constituído por suplentes, poupando alguns dos habituais titulares. Deste modo, a Suíça despede-se do "seu" Euro 2008 em glória.
Como este jogo não contava rigorosamente para nada, não liguei muito a ele, não o vi com muita atenção. E ainda bem que não o fiz, porque senão teria sofrido bastante. Não se pode dizer que a gente não tenha merecido a derrota, porque não jogámos grande coisa, sobretudo na segunda parte. Apesar de tudo, gostei de ver o Hélder Postiga, que em várias ocasiões esteve bem perto de marcar, o Nani e o Ricardo, que ainda fez umas belas defesas.
Choveram críticas ao desempenho do árbitro que tinha um critério um bocado confuso. Por um lado, apitava por ninharias (diziam que estava a ser o jogo mais faltoso do Campeonato e não tinha ar disso), por outro lado, ignora um penálti a nosso favor, anula mal um golo e marca um pseudo-penálti aos suíços, erros que podem ter influenciado o resultado. Contudo, acho um bocado ridículo atribuir culpas de derrotas aos árbitros. A gente muitas vezes esquece-se que, na televisão e nas bancadas, temos uma visão sobre o jogo diferente da do árbitro, que eles não têm acesso às repetições.
Quanto às insinuações de que o árbitro queria era dar uma despedida em glória à Suíça, não vale a pena fazer um grande escândalo por causa disso. O jogo não contava para nada e também, coitados dos suíços, mereciam um pouco de alegria durante o "seu" Campeonato. Já imaginaram como teria sido se a gente tivesse feito um Euro 2004 para esquecer? No nosso próprio país?
Muita gente diz que o Scolari devia era ter metido mais alguns dos habituais titulares a jogar, só para evitar a derrota. Mesmo assim, não sei se valeria muito. Podíamos ter perdido à mesma, embora fosse menos provável, podíamos ter só empatado, ou ganhado pela margem mínima. A Selecção raramente dá o seu melhor em jogos "a feijões", sobretudo frente a equipas teóricamente mais fracas. E os exemplos abundam.
De resto, a derrota pode ter servido para "acordar" um bocado as pessoas. Havia por aí muita gente a achar que nós já éramos praticamente Campeões da Europa e o Campeonato ainda não tinha começado. Por esta altura já devem ter caído um bocadinho na real. Ainda falta muito para sermos Campeões da Europa. Temos de passar os quartos-de-final (provavelmente com a Alemanha, que é tudo menos acessível), as meias-finais e levar de vencida a final. O que não é canja. Os marmanjos prometeram que, nos quartos, vai ser diferente de frente à Suíça. Eu espero bem que sim!
O meu irmão comentou, no fim do jogo, que o Chelsea devia estar aí a telefonar, a dizer que afinal já não querem o Scolari. Sem comentários...
De resto, este tem sido um Europeu cheio de surpresas. Tenho de tirar o chapéu aos turcos que, no domingo, deram uma bela sova aos checos e qualificaram-se para os quartos-de-final. Pelos vistos, a alma turca é bem maior do que a gente pensava e, definitivamente, não cabe no autocarro deles.
Outra coisa que me surpreendeu foi a expulsão da Grécia. Estava à espera de a ver, pelo menos, passar a primeira fase. Parece que o Euro 2004 foi mesmo um presente dos deuses, uma vez sem exemplo. Pena é ter sido no Campeonato em que nós nos qualificámos para a final!
Por fim, a possibilidade de, pelo menos, a França ou a Itália ficarem já de fora, também me faz confusão. Ao fim e ao cabo, elas foram as finalistas do Mundial e, depois do sorteio dos grupos, eu achava que elas passariam, de certeza, aos quartos. Apesar de também me parecer pouco provável a Holanda ficar pelo caminho tão cedo.
Estas expulsões permaturas, por um lado, aliviam, porque são menos potenciais candidatos. Por outro lado, eu tinha vontade de ter uma desforrazita, sobretudo frente à Grécia ou à França. Além disso, isto só prova que a Espanha e, sobretudo, a Holanda, são fortes candidatas ao título e que não vai ser nada fácil passar por elas, se as defrontarmos.
Apesar da derrota de ontem, continuo a achar que podemos chegar à final e, quiçá, vencer. É difícil (e muito...) mas não é impossível! Força Portugal!
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