segunda-feira, 13 de outubro de 2014

França 2 Portugal 1 - A maldição continua

No passado Sábado, dia 11 de outubro, a Seleção Portuguesa de Futebol defrontou a sua congénere francesa no Stade de France, em jogo de carácter particular. Tal encontro, que marcou a estreia de Fernando Santos como Selecionador Nacional, terminou com uma vitória da equipa da casa por 2-1. 

O Stade de France estava cheio, com um ambiente infernal para os visitantes, mas não haviam assim tão poucos apoiantes portugueses nas bancadas. Fizeram-se ouvir logo no canto do hino e várias vezes ao longo do jogo. Eles não mereciam de todo a péssima entrada da Seleção Nacional no encontro. Talvez se devesse à tática diferente da habitual mas não sei se isso explica o facto de a nossa defesa estar toda a dormir no lance do primeiro golo, da autoria de Benzema. Foram uns assustadores primeiros vinte minutos, com os nossos laterais metendo água (e ainda falavam do João Pereira e do Miguel Veloso...), quase me fazendo recear um descarrilamento estilo jogo com a Alemanha. A partir de certa altura, eu começava a rezar quando Eliseu recebia a bola. Foi-nos valendo Pepe, que estava numa de Salvador da Pátria, evitando pelo menos uns quatro golos.

É uma pena que tão pouca gente se tenha lembrado das vezes em que Pepe fizera coisas destas pela Seleção aquando da sua infeliz turra a Muller, durante o Mundial. Que teria acontecido no sábado se, obedecendo à vontade de muita gente, Pepe tivesse abandonado a Seleção após o Campeonato do Mundo?


Ao contrário do que aconteceu na nossa estreia no Brasil, Portugal tremeu mas não caiu, manteve-se firme e ganhou domínio com o tempo. Como já vai sendo habitual, Cristiano Ronaldo e Nani eram os mais interventivos no ataque. Na segunda parte, com as substituições, a equipa melhorou. O segundo golo acabou por surgir contra a tendência do jogo. Patrice Evra partiu de possição irregular, é certo, mas mais uma vez a nossa defesa ficou a dormir na forma. Destaque para um dos franceses, que fez o que quis de Cédric.

Nem este segundo golo, contudo, foi suficiente para acabar com as aspirações de Portugal. Podíamos ter falhas no aspeto técnico, mas a nossa determinação era sólida como uma rocha. Os portugueses nunca desistiram de tentarem, pelo menos, o empate. Nem msmo quando Cristiano Ronaldo e Nani, até à altura líderes do ataque, foram substituídos por João Mário e Ricardo Quaresma, respetivamente. Foi aliás o mais recente menino de ouro do Sporting que, pouco após entrar, "provocou" um penálti a favor de Portugal. Sem Ronaldo e sem Nani, a escolha para a conversão recaiu em Quaresma, que não falhou. Talvez este penálti tenha sido algo forçado mas também o de 2006 o foi, agora estamos quites... mais ou menos. E ainda que não merecêssemos o penálti, o golo definitivamente merecíamos. Ainda se tentou chegar ao empate antes do final, sem sucesso.


Quase quarenta anos depois da última vitória, a maldição continua. Ainda não foi desta que demos a tareia que os gauleses andam há muito a pedir. Não que esperasse um resultado muito diferente, mesmo assim. Convém recordar que a França é sempre uma adversária temível, mesmo que não fôssemos seus fregueses. Além do mais, somos uma equipa em reconstrução, cujos problemas não se resolveram todos com a troca de Selecionador - embora isso quase tenha sido esquecido na semana de preparação desta dupla jornada. Não se podia exigir muito mais.

E não se pode dizer que a Seleção tenha dado assim tão pouco. Começou pessimamente o jogo, é certo, mas cresceu com o tempo, mostrou atitude, mostrou engenho, deixou esperança para o futuro próximo. Fernando Santos afirmou mesmo que a Seleção "com mais dois ou três treinos" vai lá. Ronaldo disse mesmo que nos aguarda "um futuro risonho" - mas depois das suas declarações no Mundial, tenho as minhas reservas no que toca aos dotes de futurologia do nosso Capitão. De qualquer forma, parece ser mais consensual que estamos num bom caminho, que podemos ganhar já amanhã à Dinamarca.

Sinto-me algo relutante em alinhar nesse otimismo. Suponho que se deva ao fracasso do Mundial e à derrota com a Albânia - ainda que esta tenha empatado com a Dinamarca, provando que, ao contrário do que se poderia pensar, os albaneses têm uma palavra a dizer nesta Qualificação. É certo que a Dinamarca não é a França, estará, como disse antes, um pouco abaixo do nível a que estava há dois anos, no Euro 2012. Mas com a nossa Seleção, ninguém pode ter certezas absolutas.


No entanto, para conseguirmos a Qualificação direta como líderes do grupo, como muitos protagonistas da Equipa de Todos Nós afirmam ambicionar, temos de vencer a Dinamarca. Algo que, acredito, estará ao nosso alcance, de uma maneira ou de outra. Espero um jogo intenso, como têm sido os nossos últimos confrontos com esta Seleção. Ronaldo afirma ter esperanças de marcar mas eu aposto mais em Nani, que tem um gostinho especial por marcar aos dinamarqueses. Acredito numa vitória, mas estou preparada para sofrer. Algo a que, de resto, qualquer adepto da Seleção está já habituado.

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