quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Mudança de casa



O blogue O Meu Clube é a Seleção mudou-se para a plataforma SAPO. A partir de agora, o URL passa a ser:

www.clubeselecao.blogs.sapo.pt/ 

Continuem a acompanhar-nos na nossa nova casa. 

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Dinamarca 0 Portugal 1 - O primeiro passo

Na passada terça-feira, dia 14 de outubro, a Seleção Portuguesa de Futebol defrontou a sua congénere dinamarquesa em Copenhaga, no Estádio Parken, em jogo a contar para o Campeonato Europeu da modalidade, que se realizará em França, no ano de 2016. Tal encontro terminou com uma vitória pela margem mínima para a equipa visitante.

Eu já sabia o que a casa gastava, sabia que os jogos com a Dinamarca são de sofrimento, que seria preciso paciência, acreditar até ao fim. Eu mesma o recordei antes do início do jogo. No entanto, não há maneira de me habituar a jogos como este, de manter a coerência. 

Ao contrário do que aconteceu no jogo com a França, a primeira parte começou bem para nós mas foi piorando. Graças a Deus, defendemos bem melhor. Também não atacávamos mal, mas não tão bem quanto seria desejável. Algo em que reparei foi que os nossos hesitavam demasiado quando partiam para o ataque, dando tempo para os dinamarqueses se reorganizarem. Com o tempo, os nossos adversários foram ganhando confiança. Felizmente, por uma vez, o poste esteve do nosso lado ao travar a jogada de maior perigo para a nossa baliza. Foi um alívio quando chegou o intervalo.


Devo dizer que este foi um dos poucos encontros dos últimos tempos em que a Sorte nos favoreceu. Não só o poste travou um remate contra nós, quando nove em cada dez bolas ao poste em jogos da Seleção costumam ser remates nossos, mas o árbitro também foi nosso amigo (isso pode já não ser por acaso) e até a bolada que o infeliz Boilesen jogou a nosso favor na medida em que nos deu tempo suficiente para marcarmos. Teria sido muito mau desperdiçar esta oportunidade. E ainda bem que não o fizemos. Mas já aí vamos. 

Na segunda parte, manteve-se o mesmo jogo bipartido, ainda mais lento, quase até ao final. A partir de certa altura, já estava, à semelhança de muito boa gente, resignada com o empate. Fazia literalmente contas à nossa vida: não era assim tão mau. Afinal, já tínhamos estado várias vezes naquela situação e não tínhamos deixado de nos Qualificar para a fase final seguinte. Sabíamos que muitas coisas não estavam bem na Seleção e não era com uma troca de Selecionadores que íamos solucionar tudo. E afinal de contas, não estaríamos sozinhos na nossa infelicidade: a Holanda tinha perdido com a Islândia na véspera, a Alemanha (a Alemanha!) tinha perdido com a Polónia (inserir piada relacionando esta derrota com a Segunda Guerra Mundial) e empataria com a República da Irlanda, dando aos adeptos irlandeses mais razões para gozarem com a chanceler alemã. Claro que sabia que ainda era possível, mas sinceramente não via sinais favoráveis a isso.

E, pela enésima vez, a Seleção Nacional apanhou-me de surpresa. Desta feita, foi aos noventa e cinco minutos, numa jogada construída por Ricardo Quaresma e (quem havia de ser?) Cristiano Ronaldo. Gritei "GOLO!" como uma menina - ando a descobrir que, quando são golos dramáticos como este, quase atinjo a gama dos ultrassons - e passei os minutos seguintes, mesmo depois do fim do jogo, meio a rir meio a chorar, incrédula com o que acabara de acontecer. É paradoxal a maneira como passo a vida a escrever aqui no blogue que vale sempre a pena acreditar na Seleção em qualquer circunstância, até ao último segundo, pois esta, mais cedo ou mais tarde, recompensa-nos para, quando as minhas próprias profecias se cumprem, ser sempre apanhada de surpresa. De uma maneira tipicamente humana, sou incapaz de seguir os meus próprios conselhos.



Mas já aí vamos. No rescaldo deste jogo, destacaram-se as declarações de "amor" trocadas entre Cristiano Ronaldo e Ricardo Quaresma. "Já tinha saudades de jogar com o Quaresma." "Também tinha saudades de jogar com o Ronaldo". Para mim, que me recordo de vê-los juntos no Sporting, declarações como esta deixam-me particularmente feliz e nostálgica. Devo até dizer que o papel que Quaresma desempenhou nesta dupla jornada me surpreendeu. Eu já não contava com ele para ser decisivo na Seleção - achei que estava num melhor momento em alturas do Mundial, o treinador do FC Porto teima em não usá-lo com frequência. Depositava maiores esperanças no Nani, que depois de ter andado perdido durante dois anos, reencontrou-se no Sporting. Toda a gente sabe que o Quaresma podia ter sido um dos melhores do Mundo (chegou a ser considerado mais promissor que Ronaldo), não o foi por falta de sorte e de juízo. A teimosia de certos Selecionadores foi-lhe um obstáculo mas também teve várias oportunidades na Seleção, sem nunca se conseguir impor. Contudo, ao que parece, ainda tem algo para dar à Equipa de Todos Nós. Não acho que mereça roubar a titularidade ao Nani, ainda, mas é sempre bom termos esta competição saudável na Equipa das Quinas.

Não posso, também, deixar de referir Tiago e, sobretudo, Ricardo Carvalho, que tiveram bons desempenhos nesta dupla jornada. Destaque para o último, que fez uma exibição impecável frente à Dinamarca. Pode-se dizer que, até agora, estão a fazer bom uso da oportunidade que lhes foi concedida. Sejam bem-vindos de volta!

Fernando Santos classificou esta vitória de "justíssima", mas eu não concordo. Pelo que vi do jogo, o empate seria o resultado mais adequado. No entanto, já estivemos demasiadas vezes do outro lado. E se formos a ver, no futebol ganha quem marca mais e sofre menos; por essa perspetiva, não se pode dizer que uma equipa que não consegue marcar golos mereça ganhar, por mais bonito que seja o seu futebol, por mais posse de bola que tenha tido, por mais remates que tenha feito.  Esta nossa vitória serve sobretudo para amealharmos três pontos muitos preciosos (depois dos incidentes no jogo entre a Sérvia e a Albânia, não sei em que ficamos em termos de classificação) e também para dar moral para o resto do Apuramento.


É esse último aspeto que, para mim, é o mais importante: recuperarmos a esperança com a chegada de Fernando Santos e o seu trabalho nesta jornada dupla de Seleção. Depois do jogo com a Albânia, eu estava mais ou menos conformada com a ideia de que, a curto prazo,  faríamos uma travessia no deserto, com apenas Ronaldo e pouco mais puxando a equipa para a frente. Também sabia que a troca de Selecionador não iria, milagrosamente, colocar a equipa a funcionar na perfeição (embora tenha sido quase milagroso o que Paulo Bento fez nos seus primeiros tempos como Selecionador). No entanto, Fernando Santos conseguiu pôr a Seleção a jogar bem de novo, mesmo com aquilo que muitos consideram uma fraca base de recrutamento e quando o fracasso do Mundial ainda está fresco na memória.

Fernando Santos deu-me, aliás, a impressão de ser um treinador inteligente, capaz de interpretar o jogo e corrigir as falhas - não será por acaso que os golos portugueses desta dupla jornada tenham partido, parcial ou totalmente, do banco. O que me deixa receosa em relação aos jogos em que ele estiver de castigo (a decisão final deverá ser anunciada até finais de novembro). Tirando isso, penso que todos concordam que (perdoem-me a frase feita) Fernando Santos é o homem certo no lugar certo, que colocou a Seleção de novo no caminho certo. Fica a ideia de que o bom período do futebol português, que começou com o Euro 2000, ainda não terminou e, tendo em conta o desempenho dos sub-21, é possível que tão cedo não termine. No fundo, Fernando Santos fez o mesmo que Paulo Bento fez em 2010, se bem que desta feita não tão ostensivamente: devolveu-nos a esperança. Tal como anteriormente, pode não ser muito, mas é o suficiente para continuarmos a acreditar.


Fica aqui desde já a minha gratidão a Fernando Santos por este primeiro feito como Selecionador. No entanto, tal como afirmou Fernando Gomes, ainda não se conquistou nada a não ser três pontos. Isto foi apenas o primeiro passo. A Qualificação encontra-se perfeitamente ao nosso alcance, mesmo até em primeiro lugar, desde que não descarrilemos de novo. Por outro lado, com o que aconteceu com a Sérvia e a Albânia, houve quem falasse em oferecer de imediato a Qualificação a Portugal, Dinamarca e Arménia em jeito de castigo. Eu detesto essa ideia, receber o Apuramento de bandeja, lutando apenas para não ir a playoffs. Depois desta nossa mini-ressurreição, seria no mínimo anticlimático. Sobre que escreverei eu no blogue se, de repente, todos os obstáculos (ou quase todos) na corrida para a Qualificação desaparecerem?
Se ao longo dos próximos dose meses todos os jogos forem pouco mais importantes que encontros particulares? As últimas Qualificações souberam a triunfo porque foram conquistadas a custo, depois de, em diferentes alturas, se chegar a dar o Apuramento como perdido. Quero voltar a sentir o mesmo dentro de sensivelmente um ano se/quando (escolham vocês) conquistarmos um lugar no Europeu de 2016.

E eu acredito que o faremos. De uma maneira ou de outra. 

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

França 2 Portugal 1 - A maldição continua

No passado Sábado, dia 11 de outubro, a Seleção Portuguesa de Futebol defrontou a sua congénere francesa no Stade de France, em jogo de carácter particular. Tal encontro, que marcou a estreia de Fernando Santos como Selecionador Nacional, terminou com uma vitória da equipa da casa por 2-1. 

O Stade de France estava cheio, com um ambiente infernal para os visitantes, mas não haviam assim tão poucos apoiantes portugueses nas bancadas. Fizeram-se ouvir logo no canto do hino e várias vezes ao longo do jogo. Eles não mereciam de todo a péssima entrada da Seleção Nacional no encontro. Talvez se devesse à tática diferente da habitual mas não sei se isso explica o facto de a nossa defesa estar toda a dormir no lance do primeiro golo, da autoria de Benzema. Foram uns assustadores primeiros vinte minutos, com os nossos laterais metendo água (e ainda falavam do João Pereira e do Miguel Veloso...), quase me fazendo recear um descarrilamento estilo jogo com a Alemanha. A partir de certa altura, eu começava a rezar quando Eliseu recebia a bola. Foi-nos valendo Pepe, que estava numa de Salvador da Pátria, evitando pelo menos uns quatro golos.

É uma pena que tão pouca gente se tenha lembrado das vezes em que Pepe fizera coisas destas pela Seleção aquando da sua infeliz turra a Muller, durante o Mundial. Que teria acontecido no sábado se, obedecendo à vontade de muita gente, Pepe tivesse abandonado a Seleção após o Campeonato do Mundo?


Ao contrário do que aconteceu na nossa estreia no Brasil, Portugal tremeu mas não caiu, manteve-se firme e ganhou domínio com o tempo. Como já vai sendo habitual, Cristiano Ronaldo e Nani eram os mais interventivos no ataque. Na segunda parte, com as substituições, a equipa melhorou. O segundo golo acabou por surgir contra a tendência do jogo. Patrice Evra partiu de possição irregular, é certo, mas mais uma vez a nossa defesa ficou a dormir na forma. Destaque para um dos franceses, que fez o que quis de Cédric.

Nem este segundo golo, contudo, foi suficiente para acabar com as aspirações de Portugal. Podíamos ter falhas no aspeto técnico, mas a nossa determinação era sólida como uma rocha. Os portugueses nunca desistiram de tentarem, pelo menos, o empate. Nem msmo quando Cristiano Ronaldo e Nani, até à altura líderes do ataque, foram substituídos por João Mário e Ricardo Quaresma, respetivamente. Foi aliás o mais recente menino de ouro do Sporting que, pouco após entrar, "provocou" um penálti a favor de Portugal. Sem Ronaldo e sem Nani, a escolha para a conversão recaiu em Quaresma, que não falhou. Talvez este penálti tenha sido algo forçado mas também o de 2006 o foi, agora estamos quites... mais ou menos. E ainda que não merecêssemos o penálti, o golo definitivamente merecíamos. Ainda se tentou chegar ao empate antes do final, sem sucesso.


Quase quarenta anos depois da última vitória, a maldição continua. Ainda não foi desta que demos a tareia que os gauleses andam há muito a pedir. Não que esperasse um resultado muito diferente, mesmo assim. Convém recordar que a França é sempre uma adversária temível, mesmo que não fôssemos seus fregueses. Além do mais, somos uma equipa em reconstrução, cujos problemas não se resolveram todos com a troca de Selecionador - embora isso quase tenha sido esquecido na semana de preparação desta dupla jornada. Não se podia exigir muito mais.

E não se pode dizer que a Seleção tenha dado assim tão pouco. Começou pessimamente o jogo, é certo, mas cresceu com o tempo, mostrou atitude, mostrou engenho, deixou esperança para o futuro próximo. Fernando Santos afirmou mesmo que a Seleção "com mais dois ou três treinos" vai lá. Ronaldo disse mesmo que nos aguarda "um futuro risonho" - mas depois das suas declarações no Mundial, tenho as minhas reservas no que toca aos dotes de futurologia do nosso Capitão. De qualquer forma, parece ser mais consensual que estamos num bom caminho, que podemos ganhar já amanhã à Dinamarca.

Sinto-me algo relutante em alinhar nesse otimismo. Suponho que se deva ao fracasso do Mundial e à derrota com a Albânia - ainda que esta tenha empatado com a Dinamarca, provando que, ao contrário do que se poderia pensar, os albaneses têm uma palavra a dizer nesta Qualificação. É certo que a Dinamarca não é a França, estará, como disse antes, um pouco abaixo do nível a que estava há dois anos, no Euro 2012. Mas com a nossa Seleção, ninguém pode ter certezas absolutas.


No entanto, para conseguirmos a Qualificação direta como líderes do grupo, como muitos protagonistas da Equipa de Todos Nós afirmam ambicionar, temos de vencer a Dinamarca. Algo que, acredito, estará ao nosso alcance, de uma maneira ou de outra. Espero um jogo intenso, como têm sido os nossos últimos confrontos com esta Seleção. Ronaldo afirma ter esperanças de marcar mas eu aposto mais em Nani, que tem um gostinho especial por marcar aos dinamarqueses. Acredito numa vitória, mas estou preparada para sofrer. Algo a que, de resto, qualquer adepto da Seleção está já habituado.

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Quase revolucionário

No próximo sábado, dia 11 de setembro, a Seleção Portuguesa de Futebol disputará no Stade de France, em Saint-Denis (a norte de Paris), um jogo de carácter particular com a sua congénere francesa. 

Recorde-se que, pela primeira vez, na Qualificação para o Campeonato Europeu da modalidade, a seleção anfitriã foi incluída num dos grupos de Apuramento, efetuando jogos com todas as outras equipas do grupo sem que estes contem para a classificação final. Por sua vez, o jogo que será disputado no Estádio Parken, em Copenhaga, três dias mais tarde, com a seleção dinamarquesa, será o nosso segundo encontro da fase de Qualificação para o Euro 2016.

Esta jornada dupla marca a estreia de Fernando Santos como Selecionador Nacional. O nome do técnico foi um dos primeiros a ser referido como possível sucessor de Paulo Bento. Era o favorito de quase toda a gente, eu incluída, graças à vasta experiência de alguém que já treinou os três grandes portugueses, vários outros no País e no estrangeiro, e teve um bom desempenho recente ao leme da seleção grega. No entanto, rapidamente foi descartado devido ao castigo atribuído pela FIFA... ou assim pareceu. Fui apanhada de surpresa pelo anúncio da sua contratação.


Infelizmente, Fernando Santos continua castigado e parece pouco provável que veja o seu castigo reduzido. Parece que o castigo só é aplicável a jogos oficiais, logo, o novo Selecionador estará presente no banco durante o jogo com a França. São muitos jogos de castigo, pode até acontecer que Fernando Santos tenha de assistir na bancada a todos os seus jogos oficiais como técnico da Turma das Quinas. Durante algum tempo, não percebi porque motivo o treinador ia apanhar oito jogos de castigo, apenas menos um que Luis Suarez, com o seu famoso e triste hábito de morder adversários. No outro dia é que percebi que o castigo se deve, não ao cartão vermelho que recebeu, mas ao facto de ter desobedecido à ordem de expulsão, desrespeitando abertamente a autoridade do árbitro. Por essa perspetiva, a punição faz mais sentido. Se esta infração é mais ou menos grave que outras menos castigadas é discutível. Para mim, mais do que a FIFA, quem fica mal na fotografia é a federação grega por não avisar o seu antigo técnico a tempo de recorrer da decisão - isto depois de tudo o que Fernando Santos fez pela seleção deles!

Apesar de muitos recordarem que as seleções não são como os clubes, de salientarem a importância de os jogadores apreenderem rapidamente a filosofia do Selecionador, não estou demasiado preocupada com a ausência de Fernando Santos do banco de suplentes português: o substituto será Ilídio Vale, o homem por detrás dos bons resultados que a seleção de sub-20 tem apresentado nos últimos anos. Tenho a certeza de que terá competência para gerir a Seleção no lugar de Fernando Santos. Corremos, no entanto, o risco de, em vez de termos um Selecionador principal e um adjunto, termos dois selecionadores principais: um para os treinos, Conferências de Imprensa e jogos particulares, outro para os jogos a doer. Não sei se isso correrá bem. Toda esta situação terá de ser muito bem gerida pela equipa técnica da Seleção.


A primeira Convocatória assinada por Fernando Santos foi Divulgada na sexta-feira passada, dia 3, uma Lista cheia de novidades, quase revolucionária como ouvi dizer na rádio, ou pura e simplesmente uma volta na arrecadação, como diziam n'A Bola. Destacam-se, clara e quase gritantemente, os regressos dos "renegados" de Paulo Bento, como Ricardo Quaresma, Ricardo Carvalho, Tiago e Danny. Nos dias antes da Divulgação, a Comunicação Social ia apresentando as pré-Convocatórias dando a entender que  Fernando Santos dizia "Vai-te lixar, Paulo Bento!", mas o Selecionador explicou que, na Federação, ninguém lhe restringiu nenhum jogador. Sabe que Paulo Bento terá tido os seus motivos para não Chamar os jogadores, mas esses motivos não são os dele. "Não foi comigo", chegou a dizer várias vezes. Um argumento que faz sentido. Ainda que compreendamos e até concordemos com as opções de Paulo Bento, Fernando Santos não é obrigado a isso, tem todo o direito a Escolher aqueles que, de acordo com a sua própria consciência, considera os mais adequados.

Eu vejo cada um destes casos de maneira diferente. O de Ricardo Carvalho, para começar, deixou-me algo dividida: se por um lado acho que o que o Ricardo fez foi infantil da sua parte e compreendesse a posição de Paulo Bento, ele já se mostrou arrependido várias vezes nos últimos anos (não sei se chegou a pedir desculpa diretamente ao antigo Selecionador), já cumpriu o castigo imposto pela Federação e ainda dois anos extra por escolha de Paulo Bento. Eu mesma cheguei a defender aqui no blogue uma segunda oportunidade por parte do antigo Selecionador. Além disso, conforme afirmei pouco após a sua deserção, o Ricardo já fez muito pela Equipa de Todos Nós ao longo dos anos, não seria justo que os golos que marcou, as vezes que salvou o couro nacional, valessem menos que uma decisão irrefletida - quando, ainda por cima, não foi o primeiro e não será o último jogador da Seleção a agir de cabeça quente; o próprio Paulo Bento teve pelo menos uma atitude dessas enquanto jogador (eu sinto vergonha só de ler esta última notícia, mesmo passados catorze anos sobre o acontecido). É um pouco estranho tê-lo de volta, provavelmente nunca mais olharei para ele da mesma maneira, mas ele tem agora uma oportunidade de se redimir. Oxalá saiba usá-la.

O caso de Tiago é diferente. Foi ele quem escolheu sair da Equipa de Todos Nós e manteve essa decisão mesmo depois de Paulo Bento ter, na altura, falado com ele. Ainda que ele diga que se arrepende "de ter enviado aquele fax", não acho justo ele ter decidido regressar, depois de quatro anos em que ele podia ter ajudado a Seleção e não o fez por escolha própria. Sei que Luís Figo fez o mesmo entre 2004 e 2005, mas isso não muda nada. Um jogador ou está cem por cento disponível para a Turma das Quinas, dentro das suas possibilidades físicas ou renuncia a ela definitivamente. Não acho legítimo um jogador disponibilizar-se ou não disponibilizar-se para a Seleção conforme lhe apetece - não digo que seja o caso, mas este pode abrir um precedente para situações como a que descrevi. Tal como comentei com um seguidor meu no Twitter, a Federação deveria definir regras para estes casos.


Quanto ao Danny, não estou particularmente entusiasmada com o seu regresso. Tal como Paulo Bento, suponho eu, irritei-me com as suas desculpas esfarrapadas para se baldar às concentrações da Seleção. Ainda acreditei na história do quisto sebáceo em 2011 mas, depois de no ano passado ter sido dispensado da concentração por motivos físicos para, dois dias depois, treinar normalmente no clube, a minha boa vontade esfumou-se. A ideia com que fico é que ele não leva a Seleção a sério. Eu não o Chamaria. Nem a ele nem ao Tiago. Mas já que eles foram Convocados, eles e o Ricardo Carvalho, ao menos que justifiquem os regressos. Se a Seleção beneficiar com o regresso destes três "filhos pródigos", não direi mais nada.

Esta Lista fica também marcada pela ausência de alguns elementos do núcleo duro de Paulo Bento: Hélder Postiga, Miguel Veloso, Raul Meireles, João Pereira. Não posso contestar tais opções. Há quem alegue que são demasiadas mudanças mas a verdade é que o onze-base do Euro 2012 já não funciona, conforme os últimos resultados deram a entender. De resto, Fernando Santos justificou tais ausências com a falta de ritmo competitivo, não colocou de parte a possibilidade de Convocá-los dentro de um mês ou noutra ocasião qualquer. Postiga, por exemplo, pode não estar completamente descartado visto que... não há praticamente mais nenhum ponta-de-lança português, tirando Éder e Hugo Almeida. A menos que se conceba uma tática que dispense ponta-de-lança, Postiga pode voltar a ser necessário.

Pelo menos é disso que tenho esperanças.

São várias as coisas mudando na Seleção Portuguesa mas, com todo o respeito por Paulo Bento, na minha opinião, estávamos a precisar de uma mudança. O conservadorismo do antigo selecionador já não funcionava. Além de que é a primeira vez em muito tempo em que temos seis jogadores do mesmo clube, tanto quanto me lembro, incluindo um meio-campo completo - não sei se serão todos titulares, mas é sempre bom termos Marmanjos familiarizados uns com os outros. Mesmo com as minhas reservas relativamente ao regresso dos "renegados", esta Lista parece-me razoavelmente sólida, acho que pode resultar.


No entanto, não me atrevo a ser demasiado otimista pois a jornada dupla que se avizinha será complicada. Estes não são de todo os adversários ideais para a estreia de um Selecionador. Há um ano, diria que seria bom nesta altura enfrentarmos adversários de calibre, estimulantes. Ora, depois de ver a Seleção sendo completamente atropelada pela Alemanha no Mundial, a questão já não me parece assim tão linear. Para além de serem adversários de peso por si só, são adversários com quem temos historiais muito particulares.

Comecemos pela França que tem sido um espinho na nossa carne há muitos anos, com destaque para as três traumáticas meias-finais em que nos derrotaram. Se a Holanda, por exemplo, é nossa freguesa, nós somos claramente fregueses de França: em vinte e dois jogos só ganhámos cinco e a última vitória foi em 1975. Tudo o resto tem sido derrota atrás de derrota, tirando um empate algures nos anos 20. O único jogo que testemunhei já como adepta da Seleção foi o último, nas meias-finais do Mundial 2006, provavelmente a derrota mais injusta de que me recordo tirando, claro, a final do Euro 2004. Aquela Seleção, mais do que qualquer outra, merecia ser campeã do Mundo. Os franceses não mereciam estar na final, como ficou provado pela famosa cabeçada de Zidane. Isto, aliado ao constante colinho que os franceses andam há muito tempo a receber das mais altas instâncias do futebol, tem-me alimentado uma raivazinha de estimação à equipa francesa.

Não sei em que momento se encontra a França atualmente. Sei que empataram há um mês com a Sérvia, altura em que houve polémica à volta da renúncia de Franck Ribéry à sua seleção, que muito irritou Michel Platini. Mas com os problemas dos nossos adversários posso eu bem, até os agradeço. Nesta altura do campeonato, por muito que deseje uma desforra, esta terá de ficar para segundas núpcias. O mais importante será promover uma boa adaptação à nova equipa técnica e preparar o jogo com a Dinamarca, que será a sério - sobretudo porque, sendo um particular, será um dos poucos jogos em que teremos Fernando Santos no banco.


Quanto aos dinamarqueses, esses são já velhos amigos nossos, provavelmente são a seleção que mais vezes foi nossa adversária nos últimos anos, possuindo uma longa tradição de nos complicarem a vida, como eu gosto de dizer, à grande e à dinamarquesa. Da experiência que eu tenho, os jogos com a Dinamarca ou correm muito bem ou correm muito mal - às vezes não tanto pelo encontro em si, mas pelo contexto em termos classificativos. O empate em 2009, por exemplo, pode não ter sido um mau resultado por si só, mas deixou-nos agarrados a uma calculadora para as últimas jornadas da Qualificação para o Mundial 2010. O 2-1 de 2011 pode também não ter sido grave por si só (embora eu tenha, na altura, achado que os nossos jogaram mal), mas impediu-nos de nos Qualificarmos diretamente para o Euro 2012. Geralmente, são jogos péssimos para a pressão arterial, com destaque para o inesquecível encontro do Europeu de há dois anos, o meu favorito desse campeonato. O inverso desse foi a derrota por 3-2 em 2008, no Estádio de Alvalade. Por outro lado, apesar de termos perdido o particular de 2006, guardo boas recordações desse jogo, pois foi a estreia de Nani com a camisola das Quinas, em que ele marcou um golo diretamente do pontapé de canto e ainda assistiu para o outro, de Ricardo Carvalho - foi nesse particular que o Nani se tornou um dos meus jogadores preferidos.

Acho uma coincidência espantosa que o novo Selecionador se vá estrear em jogos oficiais (isto é, mais ou menos) com o mesmo adversário com que o anterior técnico se estreou. Na verdade, também o segundo jogo oficial de Carlos Queiroz foi com a Dinamarca, mas o primeiro de Paulo Bento é memorável pelos melhores motivos. Ainda me lembro muito bem dessa noite (ajuda ter escrito sobre ela): de ouvir o relato dos dois golos seguidos de Nani - ele tem mesmo uma queda para dinamarqueses - do alívio que foi o terceiro golo, da autoria de Cristiano Ronaldo, do quão feliz me senti após o jogo por, depois de tudo por que a Seleção passara nos últimos meses, estarmos de regresso às vitórias e às boas exibições.


O que mais desejo é um renascimento semelhante ao da primeira dupla jornada de Paulo Bento para os próximos dois jogos, mas sei que é pouco provável.

Consta que a Dinamarca estará uns furos abaixo do que estava nas Qualificações para o Mundial 2010 e Euro 2012. Não se Qualificou para o Mundial 2014, nem sequer chegou aos playoffs - suponho que tenham sentido falta dos pontos que Portugal lhes ofereceria... Talvez estejam de novo a contar com eles neste Apuramento, mas eu espero que, desta feita, acabemos com essa tradição.

Apesar de o passado recente da Equipa de Todos Nós não ser o mais favorável e existir a hipótese de as coisas voltarem a correr mal, como na jornada anterior, neste regresso da Seleção ao ativo sinto-me tão eufórica como sempre, como se viéssemos de uma sequência de vitórias e não de fracassos. É irracional, é quase ilusório, mas a verdade é que são poucas as coisas que me entusiasmam assim. E gosto que assim seja.


O que não significa que esteja disposta a tolerar outro fracasso. Não quando for a doer, pelo menos. Sei que será difícil, mas os Marmanjos terão de fazer um esforço se quiserem regressar a França (após o particular de sábado) em 2016. O que eu gostava mesmo era que a Seleção voltasse a ser uma fonte regular de alegrias mas... um passo de cada vez.

Concluo este texto dando as boas-vindas a Fernando Santos e com o desejo de que ele e a restante equipa técnica saibam ajudar a Seleção a regressar ao bom caminho. 

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Portugal 0 Albânia 1 - Caindo na real

No passado domingo, dia 7 de setembro, a Seleção Portuguesa de Futebol recebeu a sua congénere albanesa no Estádio de Aveiro, no seu primeiro encontro a contar para a Qualificação para o Campeonato Europeu da modlaidade, que terá lugar em França em 2016. Tal embate terminou com uma derrota para a equipa da casa por uma bola sem resposta.

Entretanto, na passada quinta-feira, dia 11, Paulo Bento deixou o cargo de Selecionador Nacional "por mútuo acordo" com a Federação Portuguesa de Futebol que se encontra, neste momento, à procura de um substituto.

Antes de avançarmos para aí, falemos do jogo com a Albânia. Eu pensava que estava a ser pouco ambiciosa e a revelar pouca fé na Seleção quando, antes do jogo, contentar-me-ia com uma vitória pela margem mínima, mesmo com uma exibição fraca. Pelos vistos não, fui ingénua. Ao contrário de alguns discursos que circularam na Imprensa, em jeito de publicidade a este jogo, eu não estava à espera que este encontro fizesse esquecer o fracasso do Mundial. Esperava apenas um passo em frente, por minúsculo que fosse. Não esperava, de todo, que a Seleção se enterrasse de novo. Não nesta altura do campeonato, pelo menos.

Como seria de esperar (ao ponto de, segundo consta, os próprios o terem afirmado antes do jogo), a equipa albanesa estacionou o autocarro no seu meio-campo. Portugal dominava mas eram raras as oportunidades de golo. João Moutinho era o melhor português, Nani e Fábio Coentrão demonstravam o inconformismo que os caracteriza, mas não era suficiente. A agressividade dos albaneses não ajudava, faziam entradas duras a torto e a direito e eu, com o trauma do Mundial, assustava-me sempre que os nossos caíam. A partir de certa altura, já um pouco desesperada, comecei a desejar que algum albanês acabasse por ver o segundo amarelo, a ver se assim conseguíamos marcar.


Devíamos termo-nos lembrado que quem não marca, sofre, até mesmo perante equipas modestas, como a Albânia. A nossa defesa ficou a dormir na forma, deixando Balaj isolado, e este, na sequência de um centro, teve um rasgo inusitado de inspiração e rematou acrobaticamente para as redes portuguesas, sem que Rui Patrício pudesse fazer nada para evitar o golo.

É claro que, depois daquele balde de água fria, os nossos desataram a correr desesperadamente atrás do resultado, em vão. Nem faltou a tradicional bola ao poste. Perto do fim do jogo já se viam lencinhos brancos nas bancadas - algo que já não se via há algum tempo em jogos da Seleção - e ouviam-se assobios.

Como já vai sendo habitual, eu compreendo tais manifestações de descontentamento, mesmo que, caso estivesse lá, não alinhasse nelas. No caso deste jogo e de tudo o que o envolve, eu concordo com muitas das críticas feitas e, no rescaldo do jogo, cheguei a defender precisamente a demissão de Paulo Bento. Tinha demonstrado alguma boa vontade após o Mundial, mas perdermos o primeiro jogo da Qualificação para o Europeu perante uma equipa como a Albânia? São demasiadas desilusões seguidas e a nossa paciência tem limites. Como se tal não bastasse, as desculpas esfarrapadas que temos recebido, a condescendência, a arrogância que têm marcado as declarações dos protagonistas ("Colocar já tudo em causa não me parece o melhor caminho", como se o Mundial ainda não estivesse fresco na memória; "É difícil virar a página porque estão sempre a falar do Mundial", porque será que estamos sempre a falar do Mundial?) não ajudam. Senti, naquela noite, que fora a gota de água.


Ainda assim, quando Paulo Bento rescindiu, na quinta-feira passada, não deixei de ficar em choque e um bocadinho triste. Afinal de contas, ainda que muitos o tenham esquecido depressa, este foi o homem que devolveu o rumo a uma Seleção fragilizada por uma crise com o técnico anterior, que a colocou de novo na rota do Euro 2012 (que alguns julgavam já perdida) onde atingiu as meias-finais, só sucumbindo nos penálties frente a uma poderosa Espanha. Lembro-me particularmente bem da noite do primeiro jogo de Paulo Bento como Selecionador, da inesperada vitória e boa exibição, da felicidade que senti por, depois de todo aquele drama, a Equipa de Todos Nós nos ter dado uma alegria de novo. Por tudo isso estarei sempre grata a Paulo Bento.

É uma triste ironia do destino que Paulo Bento deixe a Turma das Quinas numa situação semelhante àquela em que a encontrou, embora a de 2010 tenha sido pior. E não me parece que, desta feita, a coisa se resolva tão "facilmente". Há quatro anos, Carlos Queiroz era o principal problema (para não dizer o único). Hoje, toda a gente concorda que a saída de Paulo Bento não resolve tudo, sobretudo a médio e longo prazo.

Nunca se falou tanto da falta de opções para a Seleção. O problema já vem de trás, da Qualificação para o Mundial 2014 ou mesmo antes. Há um ou dois anos tínhamos o onze-base do Euro 2012 e muito pouco mais. Hoje já nem esse onze temos. Metade deles está velha (e pensar que eu acompanho alguns deles desde jovens...), sem ritmo e/ou lesionada. Durante algum tempo em particular nos dois últimos anos, convenci-me que os fracassos da Seleção se deviam a desleixo. Agora estou a cair na real: nós, pura e simplesmente, não temos capacidade para fazer melhor. E  somente mudarmos de treinador não vai resolvê-lo. Não vai disfarçar o facto de não termos um leque assim tão grande de escolhas, de muitas dessas escolhas não serem mais que medianas. Temos os sub-21 e os sub-19, que andam a passar por bons momentos - nunca o rótulo de "esperanças" fez tanto sentido - mas nada nos garante que essa geração consiga singrar no futebol profissional.


Um aparte só para me interrogar, no entanto, como é que passámos de golear os Camarões, vencer o México pela margem mínima e dar cinco à República da Irlanda (e nenhuma destas equipas é assim tão fraca) a sermos incapazes de vencer a Albânia. Daí que acredite que o trauma do Mundial é mais grave do que se suponha e tenha jogado contra nós no domingo passado.

Como "em casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão", como já vai sendo habitual, as criticas têm-se multiplicado, quer antes quer depois da demissão de Paulo Bento. Alguns têm mesmo aproveitado a desculpa para atacarem indiscriminadamente a Federação e outras fundações do futebol português, incluindo pessoas que, apesar de ter cometido erros recentemente, possibilitaram a boa campanha portuguesa no Euro 2012. E enquanto uns exigiam a cabeça a demissão do Selecionador, outros, após a saída de Paulo Bento, acusam a FPF de terem feito de Paulo Bento um bode expiatório. Quanto a Carlos Queiroz, que se inclui nesse grupo, ainda que reconheça a legitimidade das suas críticas, sobretudo no caso dele, relembro ao Professor que existe uma diferença entre sair pelo próprio pé e ter de ser arrastado para fora.

Agora aguardamos a escolha do próximo Selecionador. Têm sido avançados vários nomes. Eu gostava que o lugar fosse atribuído a Fernando Santos, aquele castigo parvo da FIFA é que estraga tudo. Assim sendo, outro dos meus favoritos é Jesualdo Ferreira. Em todo o caso, não tenho nada contra a eventual escolha de José Peseiro ou Vítor Pereira. A ver vamos. Seja quem for, pode contar desde já com o meu apoio.

Só espero que, depois do início deste novo mandato, não tenhamos nunca de suspirar "Volta Paulo Bento, estás perdoado."


O futuro é incerto para a Seleção. Se já o era antes do início do Apuramento, agora, que ainda por cima perdemos o Selecionador, é-o mais ainda. Não digo que esteja já tudo perdido no que toca a esta Qualificação. O Ronaldo sempre pode continuar a tapar buracos, coitado, parece ser esse o destino dele, carregar equipas às costas. Os outros ainda podem, eventualmente, melhorar com o tempo, o novo Selecionador poderá fazer Escolhas mais acertadas. E, que diabo, temos sempre o playoff através do terceiro lugar. Em teoria isto ainda pode acabar bem. Na prática, a hipótese de não nos Qualificarmos é real, sobretudo se os jogadores continuarem desnorteados com o que aconteceu no Brasil.

Eu ainda não perdi a esperança, contudo. Como sempre, acredito que a Seleção, mais cedo ou mais tarde, regressará à sua melhor forma. Venha o que vier, venha quem vier, eu continuarei aqui, como sempre estive e como, provavelmente, sempre estarei.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Começando de novo

No próximo domingo, dia 7 de setembro, a Seleção Portuguesa de Futebol iniciará a Qualificação para o Campeonato Europeu da modalidade, que se realizará em França em 2016, com um jogo com a sua congénere albanesa, no Estádio de Aveiro. Os Convocados para esta jornada foram Divulgados na passada sexta-feira, dia 29. Devido a uma série de lesões e momentos de forma longe do ideal (para variar), bem como à muito comentada necessidade de renovação da Equipa de Todos Nós, a Lista conta com muitos nomes fora do habitual, só incluindo oito dos vinte e três que representaram - não muito bem - o País no Brasil.

O ausente mais gritante desta lista é, inevitavelmente, Cristiano Ronaldo. É a primeira vez em muito tempo que o madeirense fica de fora dos Convocados. Estava tão habituada que, momentos após ouvir a Convocatória em direto na televisão com a minha irmã, voltei-me para ela e indaguei:

- Hum... ele Chamou o Ronaldo?

Ainda debatemos se o nome dele teria sido mencionado antes - pois a transmissão televisiva não apanhara o início da Convocatória - mas cedo se concluiu que não, Ronaldo não fora Convocado. Mais tarde, Paulo Bento explicou que tinham "a informação de que Ronaldo não está em condições de competir neste momento". 


Cheguei a temer um reacendimento da polémica em torno da condição física do madeirense, que marcou a participação portuguesa no Mundial, e para a qual eu não tinha a mínima paciência. Eu apostava que fora o Real Madrid a proibir a Chamada de Ronaldo e alguns calculavam que este participaria já no jogo de domingo passado, frente à Real Sociedad, deixando o Selecionador e o estreante departamento médico com cara de parvos. Mas Ronaldo nem chegara a treinar na manhã de sexta-feira e, mais tarde, sairia a informação de que o madeirense ficaria de baixa durante três semanas. Logo, em princípio ninguém levantará problemas. 

De resto, penso que terá as suas vantagens ficarmos sem Ronaldo nesta jornada. Estando a Seleção tão dependente dele, uma desintoxicação vem mesmo a calhar. Mesmo que seja "só" frente à Albânia. Estou, aliás, convencida de que esta Ronaldo-mania foi uma das razões do fracasso dos portugueses no Mundial. Não apenas por culpa da equipa técnica ou dos jogadores, mas também por culpa dos jornalistas, que teimavam (e ainda teimam) em agir como se a Seleção fosse apenas constituída por Ronaldo, praticamente ignorando os demais, mesmo quando estes até se destacavam pela positiva  E não é por nada, mas eu já antes alertava para esse problema

É um tema que voltou à baila nos últimos dias, de qualquer forma, com o regresso da Seleção ao ativo: as razões do falhanço. O Presidente da Federação Portuguesa de Futebol deu mesmo uma conferência de imprensa sobre isso, há uma semana, anunciando as medidas consequentes desse mau desempenho. Em suma, o departamento médico foi substituído e o Selecionador ganhou novas funções, passando a trabalhar mais de perto com os técnicos responsáveis pelas camadas jovens. Muitos têm chamado a isto uma "promoção" (estou agora a interrogar-me se terá existido um correspondente aumento de salário), em jeito de "recompensa" pelo Mundial. Se por um lado considero que, tendo em vista uma renovação da Equipa de Todos Nós, faz sentido uma maior ligação às seleções de esperanças, não sei se esta promoção dará a mensagem correta. 


As explicações que têm sido fornecidas, aliás, de tão vagas, não esclarecem nada. Deixam-me sem saber o que pensar, com medo de que, mais cedo ou mais tarde, tornem a cometer os mesmos erros - embora acredite que seria preciso muito azar para que todas aquelas circunstâncias se repitam (as lesões, as condições meteorológicas, o jogo contra uma poderosíssima Alemanha em que tudo nos correu mal).

Mas regressemos à Convocatória. Tal como afirmei antes, há muitas novidades em relação à Lista para o Brasil. Bruma, por exemplo, foi Convocado, algo de que não estava à espera - nem sequer sabia que ele já tinha recuperado da lesão. Existem, também, alguns nomes que me são desconhecidos, mas já se sabe que eu estou longe de ser uma especialista absoluta em futebol. Também não ajuda a mania de alguns clubes portugueses de enviarem os seus jovens para o estrangeiro, antes de termos tempo de aprender os nomes deles. Como já vai sendo habitual, há Chamadas mais consensuais que outras, alguns jogadores em forma duvidosa, explicações que não satisfazem completamente. 

A verdade é que ninguém sabe o que esperar desta Seleção pós-Mundial 2014. Na teoria, este grupo de Apuramento encontra-se ao alcance de Portugal, ainda para mais quando os dois primeiros classificados garantem a Qualificação direta e o terceiro vai a play-offs. Na prática, a Turma das Quinas é cronicamente imprevisível e, ainda por cima, vem de um recente fracasso. Não dá para ter certezas de nada. E isso preocupa-me.


Tal como já disse antes, na minha opinião, teremos de encarar isto um jogo de cada vez, como se estivéssemos numa fase final. Não elevar demasiado a fasquia, não fazer demasiadas comparações com outros jogadores, outras épocas, outras seleções. Procurar, apenas, fazer o melhor possível com aquilo que tivermos. Se tudo correr bem, será possível irmos reconstruindo a Seleção, passo a passo, fazê-la regressar aos bons resultados, tal como eu sempre acredito que acontece. Felizmente, o nosso primeiro jogo não será demasiado difícil - embora já se saiba que isto é relativo no mundo do futebol; não nos esqueçamos dos problemas que a Albânia nos deu na Qualificação para a África do Sul. Na dupla jornada de outubro já não será bem assim... Abre-se agora um novo capíulo na Históra da Seleção. O cenário inicial pode não ser o melhor, mas não percamos a esperança de um final feliz. 

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Portugal 2 Gana 1 - Canto do cisne

No passado dia 26 de junho, a Seleção Portuguesa de Futebol defrontou a sua congénere ganesa no Estádio Nacional, em Brasília, em jogo a contar para a fase de grupos do Campeonato do Mundo da modalidade. A Seleção Nacional venceu por duas bolas contra uma, mas foi eliminada da competição por ter uma maior diferença de golos em relação ao Estados Unidos.

Antes de mais nada, quero pedir desculpas pelo atraso exagerado desta crónica. Têm sido uns dias complicados, tem-me faltado tempo e, também, um bocadinho de paciência. Se Portugal tivesse continuado no Brasil, eu faria um esforço por publicar esta crónica antes do jogo dos oitavos-de-final. Mas assim...

Mais uma vez, a primeira parte do jogo coincidiu com o meu trabalho, mais uma vez recorri ao relato da rádio para acompanhá-la. Apesar daquilo que tinha escrito na crónica anterior, apesar de saber que o nosso destino estava praticamente selado, não deixei de me entusiasmar e enervar, como se ainda estivesse tudo completamente em aberto. Está mais do que visto que eu não aprendo, que esta minha doença não se controla assim tão facilmente. Ou isso, ou o Alexandre Afonso e o Nuno Matos são excelentes no que fazem. Eu prefiro pensar que é a primeira hipótese - embora a segunda não seja menos verdadeira - e que isso nunca mudará, em circunstância alguma. A receção do sinal de rádio não era a melhor, devia ter a sua piada se alguém me visse deslocando-me para certos pontos de modo a evitar as interferências da estática. Fui percebendo que Portugal entrara com... bem, com ganas, tendo Cristiano Ronaldo atirado à barra logo aos seis minutos e à figura do guarda-redes ganês aos dezanove.


O momento do primeiro golo coincidiu com uma altura em que o relato se misturava com a estática. Percebi que era golo e, como estava sozinha, festejei-o silenciosa mas exuberantemente em termos gestuais. Não percebi quem marcara, contudo. Na esperança de que os meus colegas estivessem a acompanhar o jogo através daqueles sites, e como já se ouviam buzinas ao longe, corri para eles a perguntar, com um bocadinho de ansiedade a mais, quem marcara. Mais tarde, fartaram-se de se meter comigo por causa desta atitude.

E tinha eu esperanças de manter esta minha doença mais ou menos controlada no local de trabalho. Não tenho mesmo emenda...

Eventualmente, descobri que havia sido auto-golo. E os meus colegas até foram simpáticos em dizer-mo quando descobriram, dou-lhes crédito por isso. Em todo o caso, ao intervalo, saí. Desta feita, não me apeteceu ir para a esplanada onde vira o jogo com a Alemanha. Em vez disso, fui para um café onde já me conheciam bem e até me viram no A Tarde É Sua de há dois anos. Logo, sabiam que sou uma grande adepta da Seleção, com o meu blogue e a minha página, conforme outros clientes vendo o jogo ficaram a saber. Outro gesto simpático, mas fiz-lhes ver que, nesta altura, ter tal estatuto é ingrato.


Fui vendo Portugal dominando os ganeses, mas já com a fraca forma física a dar de si. Quando surgiu o golo do Gana (por sinal, pouco após sabermos que a Alemanha marcara), tive um dejá-vu do jogo com os Estados Unidos: mais uma vez Portugal mostrava-se incapaz de segurar a vantagem.

Felizmente, os portugueses estavam a jogar melhor que nos encontros anteriores. Ou isso, ou pura e simplesmente os ganeses não tinham capacidade para nos criarem assim tantos problemas. Depois de sair Éder (que, segundo os que viram o jogo desde início, incluindo a minha irmã, apenas estava a servir de empecilho), e de entrar Varela e Vieirinha, Portugal passou o resto do jogo em constante ataque, destacando-se o inevitável Cristiano Ronaldo. Após o encontro, muitos contaram os remates falhados e vieram choramingar que "afinal, era possível" golear o Gana, como era requerido para passarmos a fase de grupos. Eu, no entanto, há muito que sei que a Seleção precisa de vinte remates para marcar um golo, por isso não vou nessa conversa.

Cristiano Ronaldo lá conseguiu acertar na baliza, alcançando a proeza de marcar em todas as fases finais em que participou - seis no total. A única coisa de que se pode orgulhar, coitado, num Mundial onde ele se destacou mais pela tendinose rotuliana e pelos cortes de cabelo.


Por fim, o encontro terminou, sentenciando a eliminação de ambas as equipas em jogo do Campeonato do Mundio, bem como a passagem da Alemanha e dos Estados Unidos aos oitavos-de-final. Durante o jogo, enquanto o marcador estava empatado, quase desejei, à semelhança de outros senhores do café, que o Gana nos derrotasse, só para poderem passar em vez dos Estados Unidos. A última coisa que desejava neste Mundial, para além de uma eliminação prematura como esta, era sermos ultrapassados pela seleção de um país que, não apenas não ama o futebol como o resto do Mundo, como também tem pessoas que o consideram anti-americano e mesmo um veículo do comunismo. No entanto, sabe-se agora que a comitiva ganesa tinha ainda mais problemas do que a nossa, eles não tinham condições para ir muito longe. E os americanos parecem, de facto, estarem a converter-se ao futebol depois desta participação no Mundial, ao ponto de sugerirem Tim Howard, o guarda-redes que parou dezasseis remates só no jogo com a Bélgica, para Secretário da Defesa.

De qualquer forma, como já não tinha grande fé no Apuramento, fiquei satisfeita por, pelo menos, termos ganho. Este jogo foi, de certa forma, o nosso canto do cisne neste Mundial, permitiu-nos sair do Brasil com alguma dignidade.

Seguiu-se a tarefa ingrata e desagradável - que ainda não terminou - de diagnosticar este fraco desempenho da Equipa de Todos Nós, de encontrar culpados. Por muito que me custe, tenho de dizer que foram cometidos vários erros ao longo deste percurso, começando pelo número ridículo de lesões. Já aquando da Convocatória se comentava a duvidosa forma física dos Escolhidos, devíamos ter calculado que daria nisto. Eu na altura achei que haveria tempo para os jogadores recuperarem, mas enganei-me redondamente. Não nego que o departamento médico possa ter culpas no cartório, mas cheguei a ler uma notícia que alegava que os jogadores, compreensivelmente ansiosos por jogarem num Mundial, teriam mentido sobre a sua condição física. Não sei se é verdade, mas parece-me plausível. Pode-se questionar a Convocatória, mas eu acho que bastaria aos nossos jogadores estarem em melhores condições para tudo ter sido diferente.


Por outro lado, à semelhança de muita gente, julgo que foi no jogo com a Alemanha que as coisas descarrilaram sem reparação possível. Todos garantem (eu não vi) que Portugal até entrou bem nesse jogo até o penálti, provocado por João Pereira, e a expulsão de Pepe terem deitado por terra o controlo emocional da equipa. Se tivéssemos conservado o sangue-frio, talvez tivéssemos perdido por menos e conseguido, posteriormente, o Apuramento pela diferença de golos, no mínimo. Mesmo assim, continuo convencida que não teríamos pernas para ir muito mais longe.

Pelo meio, Cristiano Ronaldo teve tempo para atirar mais achas para a fogueira. Não posso dizer, infelizmente, que esteja surpreendida - há muito que sei que ele só é o Capitão quando a Seleção está na mó de cima. No entanto, as declarações dele após o jogo contra os Estdos Unidos têm sido retiradas do contexto: tanto quanto percebi (mas posso estar enganada), quando ele disse que não tínhamos grande equipa, referia-se à condição física da maioria dos jogadores, ele mesmo incluído. Além disso, não sejamos hipócritas: infinitos comentadores têm acusado a equipa portuguesa de ser mediana ao longo das últimas semanas, para não dizer meses ou anos, ninguém se importa. O Capitão da equipa diz o mesmo e toda a gente se atira ao ar? É claro que um comentador é um comentador, um Capitão é um Capitão, mas mesmo assim. O que eu não compreendo é, realmente, o otimismo de Ronaldo antes do jogo com a Alemanha. Nem eu nem ninguém...

O que eu sei é que, ainda que, como toda a gente diz, Portugal não seja uma Seleção de topo, nós tínhamos condições para mais do que isto, conforme já dei a entender acima. Um pouco por superstição, não faço prognósticos específicos antes das fases finais. Agora que o Mundial já acabou para nós, posso dizer que calculava que chegássemos aos quartos-de-final. E acho que teria sido possível, quer com este vinte e três, em boa forma, quer com um grupo algo diferente. Além disso, temos jogadores que até estavam bem fisicamente e mereciam ter ficado mais tempo no Mundial; é o caso, por exemplo, de Nani e William Carvalho.


O pior de tudo é que este está a ser um belo Mundial, bem disputado, cheio de emoções. Se por um lado não estávamos de todo ao nível dele, por outro lado, se estivéssemos melhor preparados, poderíamos estar a fazer parte disto, ou pelo menos ter saído dele de forma mais digna, como saíram seleções como a Grécia e a Costa Rica, merecedora do respeito de toda a gente. Irrita-me que tenhamos desperdiçado mais esta oportunidade. E, claro, poderíamos ter aumentado o índice de felicidade e auto-estima nacional, da maneira tão frequentemente por mim descrita cá no blogue, ainda que durante escassas semanas. Poderíamos ter tido mais golos, mais vitórias, daquelas que se festejam nas ruas, que alegram todo o País, poderíamos ter vídeos de bastidores mostrando os jogadores a cantar e a festejar, ter tido o Mundo com os olhos postos na Seleção pelos melhores motivos.

Outra das questões muito debatidas no rescaldo da nossa participação no Mundial diz respeito à necessidade de renovação da Seleção, bem como à continuidade de Paulo Bento. Começando pelo segundo tema, não tenho uma opinião formada sobre ele, já que já estive a favor e contra a continuidade do atual Selecionador. Agora já não importa, pois o contrato está há muito assinado e, aparentemente, nenhuma das partes está interessada em rescindir (em princípio o caso Queiroz não se repetirá, como eu cheguei a temer). Apesar de o Selecionador ter uma fatia significativa da responsabilidade pelo que aconteceu, eu não tenho memória curta, como parece ter o resto do País. Não acho que tudo esteja mal na Seleção "só" por causa deste Mundial e, sobretudo, não me esqueço (e nunca me esquecerei) da maneira como Paulo Bento recuperou a Equipa de Todos Nós após a trapalhada com o Selecionador anterior, nem do Euro 2012 - cuja participação portuguesa continuo a não considerar um acaso, uma anomalia, ao contrário do que toda a gente parece acreditar.

Por outro lado, uma das lições que retiro deste Mundial é que um bom passado não garante um bom presente ou um bom futuro. O que nos leva à renovação da Equipa das Quinas. Não nego que a linha pode ter acabado para certos Marmanjos, como (sniff, sniff) Hélder Postiga, mas também já falei aqui de jogadores que mereciam mais oportunidades na Seleção. Um dos receios que tenho relativamente à continuidade de Paulo Bento é que ele insista em Convocar os mesmos de sempre, que ele não tenha "aprendido" com este Mundial. Mas o futuro a Deus pertence.


O que eu acho que a Seleção precisa, tanto como a tão debatida renovação, é de recomeçar do zero, dentro do possível. Embarcar na Qualificação para o Euro 2016 sem grandes expectativas senão Apurarmo-nos - seja de que maneira for - encarando um jogo de cada vez. Gostava de poder dizer que acredito numa Qualificação tranquila mas não acredito. Acho que nos espera (mais) um Apuramento atribulado e tenciono tentar mentalizar-me o melhor que puder em relação a isso, para evitar apanhar tantos baldes de água fria.

Quanto a este Mundial, só quero atirá-lo para trás das costas o mais depressa possível. Foi uma participação para esquecer. Ficaram a faltar as coisas que descrevi acima, por que ansiava. Tornámos a perder uma oportunidade de realizar o sonho. Não era uma oportunidade tão boa como outras, mas duvido que as próximas sejam melhores. Já me interrogo, até, se isto é uma maldição qualquer, se só poderemos fazer um bom Mundial de quarenta em quarenta anos.

Por outro lado, admito que, ainda que o Mundial tenha estado abaixo das minhas expectativas, talvez daqui a umas semanas ou meses, quando já tiver digerido o que aconteceu, venha a ter saudades das pequenas coisas boas: chegar a casa após o trabalho e atualizar a página, as fotografias dos treinos, do bullying entre jogadores, os fins de tarde passados nas esplanadas, consultando os jornais desportivos, rascunhando as crónicas do blogue, mesmo passando-as a computador. E quando começar a sentir saudades de tudo isso, ainda faltarão quase dois anos para voltarmos a ter um campeonato de seleções.


Há coisas que, no entanto, não mudam: apesar de tudo o que aconteceu, eu continuo ao lado da Equipa de Todos Nós, a apoiá-los, a ajudá-los à minha maneira, a adorar praticamente todos os que vestem a Camisola das Quinas. Acompanho vários deles há muitos anos, tenho crescido com eles, exulto e orgulho-me dos seus triunfos, irrito-me com os seus disparates, sofro com as suas tristezas. De certa forma, são uma espécie de família para mim, são os meus heróis, são o meu clube. Conforme já disse anteriormente, uma pessoa não vira as costas ao seu clube.

Além do mais, sei que mais cedo ou mais tarde a Seleção recuperará, levantar-se-á, voltará a dar alegrias. Mesmo que sejam pequenas: uma vitória num particular insignificante ou num jogo de Qualificação com um adversário "acessível". É apenas uma questão de paciência e perseverança.

Quero aqui deixar os meus agradecimentos às pessoas que acompanharam o meu blogue e respetiva página do Facebook ao longo da participação do Mundial, que continuam a fazê-lo mesmo depois de esta participação ter terminado. Ao longo das próximas semanas, até surgirem novas notícias sobre a Seleção, naturalmente o blogue estará em stand-by e a página com atividade reduzida. No entanto, conforme tenho vindo a dizer ultimamente, enquanto tal estiver dentro das minhas possibilidades, não desistirei nem do blogue nem da página. E mesmo que desista deles, da Seleção em si nunca desistirei. O capítulo do Mundial 2014 está encerrado, pelo menos para Portugal. Agora venha o próximo.
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